Become a Creator today!Start creating today - Share your story with the world!
Start for free
00:00:00
00:00:01
Terapia! Estás louca? image

Terapia! Estás louca?

S1 E3 · Ela por Ela
Avatar
70 Plays1 year ago

Hoje vamos falar um pouco de terapia e do impacto que ela tem tido nas vossas vidas, com esperança que isso vos inspire a trazerem esta ferramenta para as vossas.

👇Índice

00:00:00 - Introdução

00:01:08 - Porque escolhemos este tema

00:15:00 - Porquê fazer terapia?

00:16:17 - Alguns tipo de terapia

00:22:02 - As nossas experiências

💡Inspirações e recomendações referidas por ordem de menção:

Podcast “Somos Todos Malucos”, António Raminhos: https://open.spotify.com/show/6SQm6VpdPKXACqtReNgsDV

Podcast Despolariza com Joana Gama: https://open.spotify.com/episode/1IeUU8Kn6QNLFnYkW0kr1l

Livro “Maybe you should talk to someone”, Lori Gottlieb: https://www.goodreads.com/book/show/37570546-maybe-you-should-talk-to-someone

Teresa Reis: https://www.instagram.com/teresa.reis.psiq/

https://linktr.ee/teresa.reis.psiq

Maternar mais leve: https://www.instagram.com/maternarmaisleve/

Find your why, Simon Sinek: https://www.goodreads.com/book/show/29496432-find-your-why

Excerto de Podcast “The Mel Robbins Podcast” - “If your idea of relaxing is watching Law & Order”, Dr. Thema: https://www.instagram.com/p/CszuaSEp_4_/

Newsletter “Dear Therapist”, Lori Gottlieb, The Atlantic: https://www.theatlantic.com/projects/dear-therapist/

Livro “A imperfeição é uma virtude”, Brené Brown - https://www.goodreads.com/book/show/24995077-a-imperfei-o-uma-virtude

Ted Talk “O poder da vulnerabilidade”, Brené Brown - https://www.youtube.com/watch?v=iCvmsMzlF7o

Podcast “Unlocking Us”, Brené Brown - https://brenebrown.com/podcast-show/unlocking-us/

Documentário “Stutz” - https://www.youtube.com/watch?v=UKCmefQdplI

Livro “The Tools”, Phil Stutz - https://goodreads.com/book/show/13152847-the-tools

Entrevista Jaime Llorente (actor de La Casa de Papel) - https://www.youtube.com/shorts/PviV5wERqSI

Série “In Treatment”, Temporada 4: https://www.youtube.com/watch?v=zMFtA3rAz7o

Canal de Youtube “Therapy in a Nutshell”, Emma McAdam - https://www.youtube.com/@TherapyinaNutshell/videos

Livro, “Somos Todos Estranhos - Até percebermos que isso é Normal”, António Raminhos: https://www.goodreads.com/book/show/59239885-somos-todos-estranhos---at-percebermos-que-isso-normal

Série “You” - https://www.youtube.com/watch?v=lY55ig5js6I

Série “This is us” - https://www.youtube.com/watch?v=OkTEQwsE8l4

Podcast “That was us” - https://open.spotify.com/show/2NsvH2DsaKSIYqrqB0I38O

Série “Fleabag” - https://www.youtube.com/watch?v=1M0oeaIQNg4

Série “After Life” - https://www.youtube.com/watch?v=eIGGKSHMQOM

Filme “Girl Interrupted” - https://www.youtube.com/watch?v=qHeqq6b6Vtw

Filme “To the bone - https://www.youtube.com/watch?v=705yRfs6Dbs

Livro “Why Nobody Told Me This Before”, Julie Smith: https://www.goodreads.com/book/show/58536046-why-has-nobody-told-me-this-before

Livro “Essa Dor Não É Tua”, Mark Wolynn - https://www.goodreads.com/book/show/163852059-essa-dor-n-o-tua

Livro “Eleanor Oliphant is completely fine”, Gail Honeyman - https://www.goodreads.com/book/show/35900387-eleanor-oliphant-is-completely-fine

Livro “The Silver Linings Playbook”, Matthew Quick: https://www.goodreads.com/book/show/13539044-the-silver-linings-playbook

🧐 Onde nos podes encontrar:

https://www.instagram.com/elaporelapod/

👋 Tens ideias para temas? Gostavas de vir falar connosco?

Envia-nos uma DM no Instagram @elaporelapod

Transcript

Introdução e o poder da terapia

00:00:00
Speaker
Olá, eu sou a Andrea Balacó e a terapia está a mudar a minha vida. E eu sou a Andrea Candide Saraiva e a terapia para mim é um ato de amor. Bem-vindos ao Ela por Ela, onde a conversa é sempre entre amigas.

Feedback positivo e importância dos profissionais de saúde

00:00:25
Speaker
Olá Malta, bem-vindos ao terceiro episódio do Ela por Ela. Antes de mais agradecer todo o vosso feedback da semana passada. Ficámos novamente muito surpreendidas pela positiva. Foi muito bom saber que muitas de vocês e de vocês no geral que estão a ser bem tratados pelos médicos e que saem dos consultórios a sentir-se empoderados. E também foi importante alguns de vocês descobrirem que se calhar vale a pena procurarem outros profissionais de saúde e alguém que cuide mais de
00:00:54
Speaker
do vosso bem-estar.

Fascínio pela terapia e questões de áudio

00:00:58
Speaker
Também pedi desculpas pelo áudio da semana passada. Sabemos que não estava incrível, recebemos vários comentários sobre isso. Esta semana vamos tentar melhorar. Este episódio acontece porque eu faço imensa força para ele acontecer. Eu sempre fui fascinada com terapia, embora nunca tivesse tido coragem de fazer.
00:01:18
Speaker
porque achava que tinha white people's problems, basicamente. Eu achava que tinha tido uma infância super convencional. Não tinha acontecido, felizmente, nenhuma tragédia, nenhuma coisa dramática. E, portanto, o que é que eu ia fazer para a terapia? Eu tinha muito esse medo de, quando eu chegasse e começasse a falar, a terapeuta dizia, o que é que você está aqui a fazer?
00:01:39
Speaker
Mas a verdade é que eu sempre fui uma miúda desde pequena que super se interrogava sobre o porquê das coisas, o porquê de existir, porque é que as coisas eram desta forma. Uma angústia insistencial muito grande, uma ansiedade em relação às escolhas
00:01:58
Speaker
E tudo o que é objeto humano, sejam fotografias de pessoas, sejam talk shows, podcasts, pessoas em séries a falar de terapia e a fazer terapia, todas essas coisas fascinam.

Terapia como espelho: compreensão de dinâmicas pessoais

00:02:12
Speaker
A pessoa, o ser humano, fascina muito. Entender o que vai na cabeça de cada pessoa fascina muito.
00:02:18
Speaker
e a terapia, mais do que não é fazer essa viagem, tipo, pegar o torpo e os corpos, por assim dizer, e termos a coragem de descobrir, por um lado, que coisas que vamos conseguir solucionar, mas por outro também virarem-nos alguns espelhos.
00:02:36
Speaker
Esta analogia foi uma amiga minha que a fez e eu achei super interessante. E é verdade, a terapias obriguem-nos a olhar ao espelho. muito aquela coisa de, ah, vamos para a terapia, eles vão dizer que a culpa de tudo é dos pais. Os pais são os culpados de tudo. Mas a verdade é que a terapia, por um lado, encontra algumas ligações a familiares e a dinâmicas familiares, mas a verdade é que também é um espelho que nos obriga a olhar para nós.

Início da terapia e o impacto positivo

00:03:02
Speaker
e a ver se calhar coisas que são difíceis de ver. E pronto, então eu achei que este tema era super interessante porque cerca de um ano e meio, mais ou menos, ganhei coragem de ir então para a terapia. E a verdade é que vamos falar um bocadinho mais sobre isso à frente, tem mudado a minha vida.
00:03:20
Speaker
E, portanto, se vocês poderem retirar alguma coisa deste episódio é se têm um bichinho, se têm uma curiosidade, eu gostava que este episódio e aquilo que eu e a Andreia vamos contar vos desse coragem de procurar um terapeuta e começar a trabalhar em vocês.
00:03:41
Speaker
na realidade não foi um tema assim tão difícil tipo de inserir no podcast até porque eu própria também faço terapia três anos e meio e acima de tudo antes também era muito fascinada por psicologia e eu gosto de dizer que sinto muito que gosto de perceber o que é que as pessoas o que é que as faz mexer o que é que as faz reagir de certa maneira e isso também é muito incorporado na minha vida pessoal como na minha vida profissional
00:04:06
Speaker
Mas acima de tudo, sim, é como tu dizes, é um processo que faz-nos olhar e para nós próprios primeiro e depois também para as outras relações e conexões que nós temos.

Pandemia e estigma da saúde mental

00:04:18
Speaker
E é super importante, embora eu acho que existe um grande estigma à volta também da terapia, mas é um tópico que também me é muito próximo e que também gosto muito de entender
00:04:31
Speaker
e também vejo muitas séries. Às vezes os reality shows que as pessoas dizem que veem porque é para passar o tempo. Eu vejo na ótica social tentar perceber porque é que aquela pessoa reagiu assim? Por que é que fez assado? E às vezes é toda uma experiência social interessante de analisar. Mas se calhar sou eu a ser demasiado alta de boxe com estas coisas.
00:04:55
Speaker
Continuamos, eu acho, era aquilo que tu dizias, e bem, a terapia, a psiquiatria, a saúde mental, apesar de na pandemia termos tido algum avanço em termos de conversas em torno da saúde mental, e parece hoje que é um tema
00:05:12
Speaker
mais aceito ou mais normalizado. A verdade é que eu acho, eu concordo contigo, eu acho que existe um grande tabu à volta da saúde mental e era aquilo que o Raminhos dizia no espetáculo dele, que é a pessoa se sobrevive a um câncer, eu acho que foi no espetáculo dele no podcast, sobrevive a um câncer, é um sobrevivente, chega, é aplaudido,
00:05:36
Speaker
chega ao trabalho, toda a gente lhe mega força, uma pessoa se vai embora por burnout ou porque tem uma depressão, é, olha o maluco, olha que ele não estava bem, para não falar das dúvidas que acerca da veracidade da doença da pessoa ou não.

Aceitação da terapia e julgamento social

00:05:54
Speaker
Então, acho que isso de facto é uma coisa que existe e é um obstáculo grande.
00:05:59
Speaker
Sim, e sinceramente tenho muito aquele feeling que as próprias pessoas quando conseguem perceber que têm que fazer terapia por diversas razões e etc, quando ganham essa coragem, porque acho que também é um ato de coragem, quando assumes que precisas de ir procurar ajuda nesse sentido, depois é muito difícil assumir que o estás a fazer, ou seja, é muito fácil a pessoa esconder
00:06:26
Speaker
ou tentar não contar a ninguém, seja no trabalho, seja a amigos inclusive, porque eu acho que tem medo de ser julgado na realidade. Acho que traz muito julgamento e muitas coisas negativas associadas à terapia e portanto é a imagem
00:06:45
Speaker
que tu podes passar e a maneira como te podem percecionar e ver e acaba por ser difícil assumir isso, apesar de que, é como tu dizes, a pandemia trouxe aqui um chamar da atenção para a saúde mental, isto porque estávamos todos confinados e efetivamente tinha um impacto grande na nossa saúde mental, mas também sinto que assim que a pandemia levantou um pouco, que ela ainda anda, mas nós também varremos para debaixo do tapete,
00:07:14
Speaker
mas a realidade é que quando se levantou e começámos a voltar a ter uma vida normal parece que a saúde mental também deixou de fazer sentido porque foi-se com a pandemia e isto com a pandemia acontece também com muitas outras coisas mas com a saúde mental acho que foi uma coisa que aconteceu que é veio um awareness
00:07:32
Speaker
E veio uma ligação e uma boa vibe relacionada com a área da saúde mental e sermos todos conscientes, mas depois levantou-se a pandemia e parece que os problemas todos desapareceram,

Apoio corporativo superficial à saúde mental

00:07:44
Speaker
não é? Voltámos para a rua e está tudo bem. Eu acho que a terapia é um bocado como acontece com as licenças, com as medidas de natalidade e as licenças de maternidade.
00:07:54
Speaker
É do género. As empresas gostam de dizer que valorizam, que é muito importante, que criam uma série de iniciativas, mas não gostam que as pessoas os oferam depois dessas coisas. Eu acho que nesse respeito é parecido. Gostamos de dizer que respeitamos, que fazemos, que somos uma empresa assim e assim, mas depois quando as pessoas começam a efetivamente, se calhar, a abrir o flanco e a partilhar,
00:08:24
Speaker
e se calhar a pedir mais dias ou se calhar acho que depois pelo menos eu tenho essa sensação e quem nos está a ouvir que nos diga se tem experiência nisso mas depois quando efetivamente se começa a usufruir das coisas uma série de estigmas que aparecem, que se revelam
00:08:45
Speaker
Sim, eu consigo compreender

Celebridades e a consciência da saúde mental

00:08:47
Speaker
isso. Eu acho que depois tens o reverso da medalha que também tem a ver com, muitas pessoas também que são conhecidas, estamos a falar tipo de celebridades e etc, que depois também assumiram, como também assumiram muitas outras coisas,
00:09:00
Speaker
relacionadas com outras doenças e outras coisas que tais, que foi assumirem que a saúde mental é importante e muitas delas dizerem para o que é que passam e isso acontece também em Portugal com o Raminhos, por exemplo, com o podcast do Somos Todos Malucos e com os espetáculos que ele tem feito, que é trazer um bocadinho awareness a vários problemas da saúde mental nesse podcast e tudo mais.
00:09:21
Speaker
Mas depois tem sempre o reverso da medalha que é aquele tipo de coisas que é tudo o que possa te retirar o teu tempo numa empresa ou aquilo que tu podes dedicar, aquilo que tu podes ter em termos de foco para com a empresa no teu trabalho.
00:09:39
Speaker
Acaba por ser aquilo, agora é moda dizer que isto é importante, então bora dizer que nós também nos importamos com isto. Mas a verdade é que depois na realidade tu queres que a pessoa continue com o mesmo nível de dedicação e ligação ao trabalho da mesma maneira, mas a verdade é que a pessoa está a precisar do seu espaço, do seu tempo.

Direitos legais e equilíbrio entre vida pessoal e trabalho

00:10:00
Speaker
a sua capacidade de recuperar, de entender o que é que está mal e corrigir. E até as próprias empresas deviam ter determinadas medidas, como o que está na lei, que é o desligar a determinada hora, tu tens o direito a desligar-te, etc. Que foram coisas que também, entretanto, ficaram ligadas ao código de trabalho, como o trabalho híbrido e essas coisas que tais, mas depois também não... efetivamente não acontece.
00:10:24
Speaker
Sim, porque é preciso fazer um... Ok, eu vou fazer terapia e de repente eu preciso de fazer estas coisas para atingir a saúde mental, eu preciso de fazer estas coisas todas. E aí, no fazer isto, no se calhar adaptar o horário de trabalho, no se calhar fazer alguns ajustes, eu sinto que não tanta receptividade, mas acho que é uma coisa da moda as empresas dizerem que se preocupam com a saúde mental.

Desafios familiares e estigmas sociais

00:10:52
Speaker
Acho que efetivamente houve um aumento, como tu dizias e bem, do awareness à volta da saúde mental e das iniciativas à volta da saúde mental, mas acho que ainda um tabu grande e acho que não é a nível do nosso superficial. Acho que mesmo a nível familiar,
00:11:08
Speaker
e a nível de amigos, acho que pode haver algumas pessoas que vivem na situação de não terem muita receptividade para trabalhar esse tipo de temas e serem bem recebidos e sentirem-se confortáveis a partilhar com a família ou com os amigos. E portanto, no geral, acho que nós, enquanto sociedade ainda um trabalho grande para fazer de desbloquear isso, porque nós temos o exemplo oposto, que é os Estados Unidos,
00:11:35
Speaker
Nós ouvimos falar de terapeutas nos Estados Unidos, eu sei, desde miúda que eu vejo séries americanas e muito aquela piada do americano, todos os americanos têm um terapeuta e estão no mesmo terapeuta não sei quantos anos, a terapia é quase como um fim em si próprio.

Aceitação cultural da terapia: EUA vs outros países

00:11:53
Speaker
Esse é o exemplo oposto, que é uma sociedade que é tão, nesse sentido da coisa está tão normalizada, que quase até um exagero de recorrer à ferramenta em si. Aqui eu acho que ainda muito trabalho a fazer, ainda temos que...
00:12:10
Speaker
desmistificar muita coisa, acho que melhorou um bocadinho e noto nas pessoas novas alguma facilidade em dizer que estão a fazer terapia, ou que têm assim, ou que têm assado, acho que as redes sociais também tiveram um papel
00:12:26
Speaker
importante para o bom e para o mal nesse sentido, porque de repente começámos a ver muitas doenças ou condições do foro mental que são muito normalizadas e vamos vendo pequenos hypes de diferentes doenças mentais.

Redes sociais e viés de confirmação

00:12:44
Speaker
E isso acontece porquê? Porque nós, como somos interessados no tema, vemos muito sobre o... e de repente começa... aquilo que começa a se propagar a propagar, nós identificamos-nos com os sintomas,
00:12:54
Speaker
Até porque tu tens a parte, Marco, que tu tavas a falar das redes sociais especificamente, tem a ver com, a partir do momento em que tu consomes aquele tema, acaba por o algoritmo também te servir muito mais daquele tema e isso faz com que tu constantemente estejas a confirmar na tua cabeça que aquilo acontece.
00:13:10
Speaker
É o viés da confirmação, não é? As redes sociais acabam muito por funcionar nesse aspeto, é o viés da confirmação, porque quanto mais nós vemos sobre aquilo, mais nós recebemos conteúdos sobre aquilo. Mas a verdade também, em benefício, em defesa das redes sociais, também temos que dizer que às vezes as redes sociais nos ajudam a diagnosticar, ou pelo menos a procurar ajuda, se calhar plantam ali aquela...
00:13:36
Speaker
queríamos procurar mais com quem direito. E acho que temos que passar por um equilíbrio tanto de como se a saúde mental como esta questão toda do diagnóstico e que tipo de ações é que nós devemos fazer.

Aumento da ansiedade infantil e conscientização parental

00:13:52
Speaker
Eu estava a me lembrar que eu acho que foi no Despoliriza, o episódio da Joana Gama, em que eles estavam a falar precisamente sobre terapia e como nós agora enquanto pais somos, a nossa geração é muito mais consciente, está muito mais desperta para a questão da saúde mental e como na verdade isso estava a ter o efeito reverso como os miúdos,
00:14:13
Speaker
estavam a sentir-se muito mais ansiosos porque têm melhor noção de que é isso que está a acontecer. Então, de repente, tornam-se super analíticos, super... eu estou a ter uma crise de ansiedade verbal... ou seja, aqui era o que tu dizias, aqui é um equilíbrio que é complexo e é super interessante. Porque eu acho que isso mostra, efetivamente, esse shift de...
00:14:39
Speaker
A primeira era um tabu, não falamos, não tratamos, eram as doenças dos ricos e agora de repente tratamos tanto que às tantas se torna um bocadinho contraproducente.

Tipos de terapia e seus benefícios

00:14:50
Speaker
De qualquer forma, acho que continuo a ser super defensora da terapia. Acho que a terapia, existem muitos tipos de terapia. Nós podemos falar de alguns.
00:15:02
Speaker
Mas acho que a terapia é super benéfica para lidar com problemas do foro emocional, psicológico, comportamental. E portanto vale a pena mergulharem um bocadinho nesse mundo e descobrirem o que é que há. Se sentem, se qualquer coisa, se um gut feeling que vos diz
00:15:21
Speaker
alguma coisa que não está bem, acho que vale sempre a pena procurarem ferramentas, porque às vezes não vamos mudar nada, não é nenhuma lavagem cerebral, não vão ser dedicados necessariamente, é darem-vos as ferramentas para saberem como ultrapassar esse momento ou essa dificuldade.
00:15:44
Speaker
Eu, para caso, tenho aqui uma frasinha que define terapia, que eu acho que é importante. A terapia é sobre te tornares a pessoa que és verdadeiramente. Trata-se de ver as coisas como elas são, as partes que gostas e as partes que não gostas, e de fazer escolhas informadas sobre quem queres ser.
00:16:02
Speaker
Isto é da Lori, do Maybe you should talk to someone, e eu acho que é uma definição perfeita do que é terapia e fazer terapia, portanto, acho que antes de passarmos aos tipos, faz um bom resumo. Então terapia, vamos falar de alguns tipos assim por alto. Temos a terapia cognitiva ou comportamental?
00:16:21
Speaker
que se está a focar em identificar e mudar pensamentos e comportamentos negativos, ajuda a desenvolver habilidades para lidar com situações difíceis, de forma mais eficaz, e pode ser usada para tratar depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo, entre outras coisas. Depois temos a mais conhecida, eu acho que é a mais conhecida, e às vezes a mais mala afamada, mas que super me fascina,
00:16:48
Speaker
que é a psicanálise, que é baseada nas teorias de Freud, o pai da psicanálise, e está focada no inconsciente, na revolução de conflitos internos, muitas vezes envolve-se a explorar memórias de infância, está a tal responsabilização dos pais, sonhos e traumas para entender problemas atuais, e geralmente acaba-se a ter um processo mais longo e profundo, para demorar mais tempo.
00:17:14
Speaker
Porque um todo eu acho, se bem que a terapia comportamental também pode ser, mas vão muito a fundo, Andrea, acho que eu podes falar um bocadinho sobre isso. Sim, este é o tipo de terapia que eu faço hoje em dia com a minha terapeuta. Apesar de ser-me mal afamada exatamente por causa disso, porque vai muito à tua infância, nem é muito no sentido
00:17:37
Speaker
responsabilizar, seja os teus pais ou familiares, o que é que seja, que possas identificar por serem eles o

Terapia online: conveniência e redução da ansiedade

00:17:44
Speaker
problema. A ideia é tentar perceber o que é que vem do teu passado, que pode estar a influenciar hoje em dia o teu presente e eventualmente o teu futuro. Mas acho que foi sempre centrado e mal-amada por isso, porque a ideia é que, ah sim, vamos apontar o dedo tipo aos teus pais ou a quem te criou, quem seja, por ter feito isto aquilo ao outro e isso é que te tornou x y z.
00:18:06
Speaker
muito resumidamente, não quero chatear muito com esta parte dos tipos de terapia, mas temos a terapia humanista, centrada na pessoa, focada no potencial humano e na autorrealização, temos a terapia de Gestalt, focada na percepção do aqui e agora e no autoconhecimento, terapia comportamental dialética, que foi desenvolvida para tratar transtornos como o transtorno de personalidade borderline, temos a terapia familiar,
00:18:32
Speaker
que é uma terapia que envolve a participação dos membros de família para resolver conflitos e melhorar a comunicação e que pode ser usada, por exemplo, em casos de transtornos alimentares, vícios. Depois temos uma série de terapias por adiante. Certo.
00:18:48
Speaker
Como é que eu acho que vocês podem começar, se calhar, a entrar no mundo da terapia? Além de pesquisar um bocadinho, ler sobre os recursos que existem, sobre os temas, eu acho que vocês, se calhar, podem começar no vosso meio, a perguntar aos vossos amigos, quem é que é, se existem amigos que fazem terapia, quem é que é a terapeuta deles, como é que começaram.

Como começar a terapia

00:19:12
Speaker
um bocadinho quem fez o percurso ajudar-vos porque eu acho que ajuda a tirar uma série de dúvidas. E hoje em dia tem uma facilidade grande que é, muita terapia que se faz completamente online. Antigamente tínhamos os constrangimentos da deslocação, dos horários de estar pessoalmente com aquela pessoa,
00:19:32
Speaker
porque eu não sei quanto a vocês mas eu acho muito mais difícil eu faço terapia online a ver a minha terapeuta mas eu acho que se eu não e agora conheço muito tempo mas eu acho que se eu não conhecesse aquele primeiro embate de
00:19:47
Speaker
estar fisicamente numa sala com uma pessoa era mais difícil e, portanto, acho que é um bom momento para experimentarem, se calhar, a terapia porque o online facilita muita coisa.
00:20:04
Speaker
Eu, por acaso, comecei porque sabia, tinha necessidade de tratar algumas coisas, mas acima de tudo foi a recomendação de uma amiga minha e acima de tudo como comecei a terapia, em pandemia, também comecei com essa vertente, portanto eu não conheço a minha terapeuta pessoalmente.
00:20:20
Speaker
Pessoalmente. Mas fazemos FaceTime, portanto, sempre a vi, sempre vi a pessoa e não sei o quê, mas basicamente foi sempre online. Nunca fizemos aquela questão, nem nos obrigámos a estar mesmo presencialmente, porque basta e funciona como está e é mais ajustado para as duas, assim que como se conhecesse.
00:20:41
Speaker
Sim, tal e qual, mas eu digo que pessoas que têm essa dificuldade, não é? malta que, inclusive, olhar nos olhos de outra pessoa é super constrangedor e então acho que pode ser uma boa forma...
00:20:58
Speaker
Até porque todos nós acho que temos aquela imagem de crescamos e sentou-nos num divã, odeio que estão-nos num divã e vamos ficar ali. Não, acho que mesmo que fosse, por acaso é pelo telemóvel, mas acho que mesmo que fosse presencial não ia aguantar dizer isso.
00:21:15
Speaker
Sim, e acho que também é fixe ter em casa porque estás no teu... estás no teu sítio de conforto, e isso é fixe. Sim, sim, facilita bastante. E pode ser uma forma de começar, depois se sentirem à vontade ou a necessidade, depois podem passar para outro formato, mas concordo plenamente contigo que falar com amigos,
00:21:36
Speaker
eventualmente pode haver alguém que faz e que não comenta por diversas razões ou outras pessoas podem ser mais abertas e falarem com elas nesse sentido eu pelo menos recomendei a muita gente e não é porque eu acho que seja a solução para tudo mas acho que é importante porque todos nós alguma vez na vida tivemos qualquer situação que precisamos de processar e que precisamos de gerir e portanto acho que faz todo o sentido
00:22:01
Speaker
Eu falar um bocadinho da minha experiência, eu comecei a fazer terapia porque descobri que ia ser mãe e portanto achei, bom, se algum momento em que eu tenho que dar o meu melhor para ser a melhor pessoa que eu posso ser é neste momento e então ganhei coragem e uma amiga
00:22:24
Speaker
Recomendo uma doutora Teresa Reis, ela está no Instagram, se quiserem procurar por ela, ela tem um projeto incrível de saúde peri-natal, que era uma coisa que eu nem nunca tinha ouvido, que é o quê?

Saúde perinatal e ansiedade subjacente

00:22:36
Speaker
No fundo é esta preparação toda de
00:22:39
Speaker
gravidez, pós-parto, maternidade. E, portanto, ela é psiquiatra. E eu falei com ela. Ela disse-me, basicamente, ajudou-me a diagnosticar uma perturbação de ansiedade, que era uma coisa que eu não sabia, que eu achava que fazia parte da minha personalidade, e afinal descobri que não, que há, efetivamente, alguma coisa no meu cérebro que me torna mais ansiosa do que as restantes pessoas.
00:23:04
Speaker
Eu sempre senti isso, que achava que era eu. Pronto, achava que era eu que era pessimista, achava que era eu uma série de coisas, que entretanto descobri que quando aprendemos a ter ferramentas, de repente não fazem parte de nós, o que é super libertador. E a doutora trazia disse-me que ok, eu tinha esta questão, mas que não precisava de ser medicada e, portanto, que tinha uma pessoa ótima que trabalhava à área da sua perinatal e que se eu tivesse possibilidade para fazer então terapia.
00:23:32
Speaker
E em caminhão para a doutora Ana Carolina Brás, do projeto Maternar Mais Leve, que foi assim uma luz que surgiu na minha vida e com quem eu tenho estado a trabalhar desde tanto antes do Francisco nascer já, ou acho que fez um ano e meio, ou vai fazer.
00:23:51
Speaker
E portanto fizemos todo o processo de preparar, de quais eram os meus anseios, fizemos todo um processo de ir às coisas que me preocupavam, mas que também aquilo que eu tinha que preparar para ser mãe, aquilo para o qual eu tinha que me preparar depois, a minha relação,
00:24:11
Speaker
as minhas questões com amigos. Fizemos tudo um trabalho super completo acerca disso. Pai, eu descobri coisas, eu sobretudo descobri isso, descobri que haviam coisas que tinham a ver com a minha perturbação, não tinham a ver comigo, foi muito libertador. Porque de repente, eu quando passo por uma, não vou dizer uma crise, mas por um momento de maior necessidade, eu sei exatamente o que está a acontecer
00:24:37
Speaker
E às vezes nem que sejam ok, nós agora vamos passar por este processo, isto hoje vai custar, amanhã vai custar um bocadinho menos, mas eu sei o que é que está a acontecer e eu tenho ferramentas para lidar com isso e eu quero aproveitar esta oportunidade para lhe agradecer. Eu não podia estar mais grata, nós temos feito um trabalho espetacular, eu acho que sou uma pessoa bem mais interessante ou melhor desde que comecei a fazer terapia.

Superando fobias e mudando de carreira com terapia

00:25:03
Speaker
E na verdade nós tivemos... Eu tive resultados incríveis porque eu consegui ultrapassar uma fobia com mais de 10 anos. Eu tive um... 10 anos eu tive um acidente de carro, que nem foi nada de especial, mas que...
00:25:16
Speaker
fez com que eu tivesse medo de conduzir e, portanto, eu cancelei isso da minha vida. Eu não conduzia para nenhum, eu tinha sonhos com conduzir o carro e o carro descontrolar-se e, portanto, isso, como devem calcular, limitou imenso a minha mobilidade e a minha liberdade e também, coitado do meu namorado, que me levava para todo lado.
00:25:35
Speaker
E com a ajuda da Ana Carolina eu consegui ultrapassar isso e neste momento tenho carro, conduzo para todo lado, inclusive precisei depois profissionalmente de ter carro e isso teria sido um outcome incrível. Depois além disso mudei de trabalho, que estava também no mesmo trabalho quase 9 anos.
00:25:58
Speaker
Mudei de trabalho para um trabalho que está super alinhado com os meus valores pessoais. É exatamente aquilo que eu precisava para a fase de vida que eu estou a viver. E, de uma forma geral, ganhei alguma coragem para fazer aquilo que sempre quis fazer.
00:26:14
Speaker
a vários níveis, este podcast e o outro podcast onde eu participo é um exemplo, mas ajudou-me a definir as minhas prioridades e os meus valores e alinhar aquilo que eu faço com aquilo que eu digo. E isso tem tido um impacto espetacular na minha vida, ajudou-me a ultrapassar a fase do pós-parto, tive uma fase mais difícil,
00:26:37
Speaker
no início, a sentir-me super segura na minha maternidade e sobretudo a desfrutar, a desfrutar de estar com os meus amigos, com o meu filho, com a minha família, de desfrutar do trabalho, e isso tudo não é magia, não vai ser a solução para todos os vais problemas, mas a verdade é que, e por isso é que eu dizia no início, a terapia está mesmo a mudar na minha vida e por isso eu não me canso
00:27:00
Speaker
de recomendar. Se vocês tiverem interesse sigam a Ana Carolina, não trabalha com o mais, ela trabalha com todas as pessoas, porque ela é terapeuta e é uma pessoa incrível. Ana, obrigada, não tenho palavras, super super recomendo o trabalho dela. Dela e da doutora Teresa. Duas alminhas maravilhosas que surgiram na minha vida.

Autodescoberta e relacionamentos pessoais

00:27:25
Speaker
Um bocadinho aquilo que eu dizia no início sobre o resumo, tipo de o que é terapia, que é um bocadinho que conseguis encontrar quem tu queres ser. No meu caso, eu tinha tido experiência um bocadinho com psicólogos e com psiquiatras quando era mais miúda, portanto eu tinha uma aversão grande a esses dois tipos de profissionais. No entanto, quando a minha amiga me falou da doutora Raquel e eu decidi dar uma chance à terapia e a este tipo de profissionais que na altura eu não tinha
00:27:55
Speaker
minha grande confiança. E senti que logo na primeira sessão, para além de ter havido logo uma conexão direta, foi super interessante porque ela tentou fazer aquilo que a Lori também fala muito no livro, que tem a ver com... Parece que eles estão à procura da música por detrás das letras das músicas e que eles tentam perceber logo à cabeça porque é que nós estamos ali, o que é que nós queremos fazer, o que é que está a passar, qual é a razão de
00:28:22
Speaker
de irmos à terapia, depois eles começam a ir tentar puxar para trás, que tipo de situação é que me expôs ali naquele lugar, quais são os padrões, quais são as nossas dificuldades, e é super interessante porque a minha primeira sessão foi logo automaticamente um conforto, consegui sentir tipo que, ok, é por aqui
00:28:40
Speaker
a mim é esta pessoa tipo vai-me acompanhar e de certeza que vamos ter resultado e foi super engraçado porque logo nas perguntas de despiste eu hoje consigo fazer uma ligação a muito daquilo que eu aprendi quando comecei a trabalhar a nível de consultoria em marketing que é
00:28:58
Speaker
Quando o cliente te apresenta um problema, nunca é esse problema que vai acontecer, não é? E comigo foi um pouco a mesma coisa. Eu cheguei a dizer que queria processar o meu diagnóstico de endometriosa, denomiosis, síndromes ovários poliquísticos e que achava que a minha mãe tinha sido um problema muito grande na minha infância.
00:29:16
Speaker
E a final de hoje em dia sabemos que por detrás dessa diagnóstica havia muito mais relacionado com a minha autoestima e com a minha percepção enquanto mulher e no caso não era a minha mãe o problema, embora seja em parte, em segundo lugar, mas a minha avó era o problema principal. E é super interessante chegar a estas conclusões para poder ter ferramentas para poder lidar com isto e saber que
00:29:39
Speaker
muitos padrões que eu tenho hoje em dia no meu trabalho e na minha vida pessoal com algumas relações que tinha que surgiram e aconteceram dessa maneira e eram repetitivos porque eu não tinha ferramentas para lutar com eles e não tinha consciência do que eu estava a fazer.

Crescimento pessoal e melhores relacionamentos

00:29:59
Speaker
Nem conseguias identificar. está, essa parte de identificação é fundamental. Sim, hoje em dia eu tenho muito aquela capacidade, como tu descreveste também, que é, ok, eu sei que vou ter esta crise. Sim, eu saquei isto que eu estou a fazer, não é? Eu saquei isto que eu estou a fazer. Pelo comportamento e então sais um bocadinho fora de ti e olhas para ali. Hoje em dia também faço muitas coisas como, por exemplo, falar comigo própria como se falasse com um amigo, porque também é uma das ferramentas. Sim.
00:30:27
Speaker
que me disseram que é se tudo com um amigo não falas mal, não o tratas mal e tens compaixão etc, que é muito diferente de compaixão de empatia que também aprendi pelo caminho. Eu empatia tenho muita compaixão não tenho e tenho muita empatia com os outros e muito pouca compaixão e empatia comigo própria. Mas estão tudo realizações e coisas que tu vais entendendo e isso eu sinto sempre que
00:30:54
Speaker
que foi aquilo que me fez ultrapassar, ainda não por completo, como é óbvio porque é um caminho, mas muitas inseguranças, síndrome de impostor, baixa autoestima, achava que as pessoas nunca iam gostar verdadeiramente de mim por quem eu sou, mas apenas para me usarem e terem algum lucro mais para a frente, que aconteceu com muitas pessoas, e isso fez com que eu conseguisse ter
00:31:19
Speaker
Essas ferramentas e hoje em dia consigo identificar e colocar as pessoas nas prateleiras certas, consigo perceber a minha taxa de esforço para com determinados amigos, outros foram mesmo retirados da minha vida porque eram realmente tóxicos e perceber que eu primeiro e as relações tóxicas depois nem existentes. Idealmente.
00:31:42
Speaker
idealmente e portanto foi super impactante o perceber também no trabalho como colocar limites que hoje em dia também ainda trabalho com isso mas sabemos que com com a autoridade que as pessoas têm sobre nós é sempre difícil nós colocarmos determinados limites mas mas que tem sido super interessante e o sítio onde eu trabalho tem sido um palco importante para eu conseguir fazer isto também de uma maneira segura e confiante e também criei uma rede
00:32:12
Speaker
de pessoas internamente dentro da empresa que têm sido um verdadeiro suporte para que isto também aconteça e para que tenha existido a versão 2.0, como eu chamo a Andrea. Mas, por exemplo, era uma pessoa que tinha
00:32:29
Speaker
muita dificuldade em me abrir para relações com as pessoas e que hoje em dia sou uma pessoa muito mais aberta, tenho mais consciência de determinadas coisas que tem que ser recíproco, que existe a responsabilidade afetiva e por isso acima de tudo acredito que
00:32:47
Speaker
o passo a seguir agora é eu conseguir abrir para determinados temas que ainda estou a fechar um bocadinho o flanco com ela e a minha intrapreuta tenho tentado abrir um bocadinho aqui este flanco e eu não perder o fio à meada das coisas mas ainda existe aqui uma camada ainda protetora do meu muro antigo que ainda não foi abaixo como o muro de Berlim e portanto está difícil tipo de superar mas acredito que
00:33:14
Speaker
e fechando aqui um bocadinho o meu tema e a minha experiência, eu melhorei muito a minha autoestima, sou uma amiga muito melhor, uma irmã muito melhor, uma prima muito melhor, uma companheira muito melhor porque tenho esta responsabilidade afetiva, expresso muito mais aquilo que eu estou a sentir, consigo colocar limites quer a nível pessoal e profissional e...
00:33:34
Speaker
E tenho, claro, recaídas, mas tenho consciência de que não vou voltar a ser aquela pessoa que era anteriormente. Simplesmente são três passos para a frente, cinco passos para trás, mas o caminho vai-se fazendo. E vai acabando por acontecer.
00:33:52
Speaker
E aprendi acima de tudo a celebrar as minhas vitórias e a entender que aquilo que acontece para a frente, que possa ser mau, não são derrotas, mas são aquelas pedras no caminho que a gente depois transforma e com essas ferramentas sabemos que depois vamos largá-las. Aliás, quando fiz o Caminho de Santiago este ano foi uma dessas experiências que foi largar as minhas pedras todas pelo caminho e tentar perceber que
00:34:19
Speaker
e isso para fazer todos os dias, não no Caminho de Santiago, mas para fazer todos os dias e foi das minhas maiores realizações e momentos eureca que eu tive em terapia graças a esse caminho e ao trabalho que tenho feito com a doutora Raquel e que
00:34:34
Speaker
Quero imensamente lhe agradecer porque tenho uma relação de confiança com ela e por ela me ter conseguido ajudar a mostrar a Andréa que eu hoje sou hoje em dia e por ser bastante melhor para as outras pessoas acima de tudo e para mim mesma.
00:34:53
Speaker
É como tu dizias, é mesmo uma versão 2.0 e é super importante

Progresso na terapia não é linear

00:35:00
Speaker
lembrarmos que o progresso não é linear, não vai ser sempre a subir, nem vai sempre a descer, vai ter dias em que subimos, outros dias como tu dizias e bem, damos dois passos para frente e outras
00:35:11
Speaker
estamos para trás, mas o importante é estar no processo, estar nessa descoberta consciente e nessa descoberta, manter esse espírito curioso que nós temos em relação a outras coisas e porque não em relação a nós próprios.
00:35:29
Speaker
Exatamente.

Benefícios variados da terapia

00:35:31
Speaker
E, portanto, super, super, acho que se os nossos dois exemplos dizem alguma coisa é que vale mesmo a pena. traz benefícios. traz benefícios. Não é para sempre, tem adoração que vocês quiserem, na verdade.
00:35:45
Speaker
E acho que vale super a pena termos alguém a ajudar-nos a processar. Mesmo aquelas pessoas como eu, que acham que tem problemas, white people's problems. Às vezes não é bem assim.
00:36:01
Speaker
Ninguém vos vai julgar. Acima de tudo que é uma pessoa que é exatamente isenta, é uma pessoa que não olha determinados vieses e que acima de tudo está para te ouvir e que é assim, é um pouco como diz muitas vezes o Simon Sinek em várias lectures dele e etc, em várias palestras que ele faz, que é
00:36:25
Speaker
Por exemplo, ele tem um exercício que é o Find Your Way, né? E o encontrar o teu porquê, o teu propósito, tem um exercício que ele te diz, tens que fazer com amigos, faz com amigos e aqueles até que te conheçam um pouco menos do que aqueles que são os teus amigos mais próximos. Porquê?
00:36:43
Speaker
porque tu vais te abrir para aquela pessoa e as outras pessoas são aquelas que estão próximas de ti. Eu tenho chegado a tantas coisas na terapia que às vezes comento com o meu marido e ele diz, mas eu não tinha dito isto já.

Importância de um terapeuta imparcial

00:36:56
Speaker
Mas a terapeuta é a terapeuta.
00:37:00
Speaker
Eu achei que tu tinhas dito isso porque és meu marido, pronto. Exato, exato. Porquê? Porque tens esta proximidade tão grande que eu acredito sempre que aquela pessoa vai me dizer aquilo que eu quero ouvir ou aquilo que eu estou disposto a ouvir, porque tem essa sensibilidade e essa relação próxima.
00:37:17
Speaker
E às vezes a pessoa tem todo um histórico que também vai fazer dar opiniões num determinado sentido. Exato. Pelo menos inicialmente não tem essa carga, não existe essa história coletiva, nem precisa que vocês simpatizem com ele.
00:37:35
Speaker
Embora é bom haver empatia, não precisa. E acho que é importante dizer uma vez mais, por acaso, eu dei-me bem logo à primeira e a André gostou imenso logo da trepa dela, sentiu aquele conforto. Mas é muito frequente, tínhamos falado nisso no episódio anterior, é muito frequente não ser à primeira e portanto não se deixem desanimar.
00:37:58
Speaker
Eu sei de histórias do horror de pessoas, também é muito da verdade, que foram um terapeuta e não correu mesmo nada bem, mas isso é como outro tipo de médico qualquer, não é? médicos de clínica geral que vocês adoram e outros que vocês não gostam nada, e portanto o importante é encontrarmos aquele profissional que faz um match conosco, até porque lhe vamos abrir
00:38:22
Speaker
Muita coisa, vamos dizer muita coisa que se calhar nunca dissemos a nós próprios, nunca tivemos a coragem de verbalizar, e portanto acho que é importante haver essa empatia, essa lequímica entre as duas partes.

Recomendações e rede profissional de terapeutas

00:38:35
Speaker
No fundo é uma releita russa, na generalidade pode-nos calhar com sorte ou não. Mas acima de tudo, se vocês fizerem o caminho como aconteceu comigo e com a André, que tem a ver com recomendações, a partida, e aliás eu recomendei minha terapeuta a várias pessoas e ela quando existe algum conflito inclusive
00:38:55
Speaker
a pessoa ser muito próxima de mim, ela recomenda outros profissionais que são do fórum de ligação dela para não estragar a minha relação com ela, neste caso, para não enviosar a nossa relação e o nosso processo de terapia. E acima de tudo é uma pessoa que, por exemplo, eu tenho muito este feeling que é, eu também tive massas experiências para trás e agora
00:39:19
Speaker
estou mega contente e mega confortável com ela, mas acima de tudo também é uma pessoa que do tempo que eu estou a fazer terapia é uma pessoa que eu às vezes estou a relatar coisas e ela está automaticamente a fazer relação com algumas coisas e conhece pessoas tipo pessoas minhas amigas, ela por exemplo quando eu digo a Andréia qualquer coisa ela sabe quem é a Andréia tipo minha amiga com quem eu estou etc.

Continuidade com um terapeuta único

00:39:42
Speaker
Quando falo de pessoas do trabalho também sabe e isso é super confortante. Depois tu estás a fazer. Tanto que eu agora pouco tempo, quando houve a gravidez, eu não fui à procura de outra terapeuta porque não me sentia genericamente à vontade de voltar à estaca zero e fazer outra pessoa me conhecer. Não tinha vontade de fazer essa troca.
00:40:03
Speaker
Mas vocês, se tiverem uma experiência, normalmente existe, acho eu que é mais ou menos assim com todos os terapeutas, eu também não fico de estar mais, mas basicamente eles fazem uma sessão inicial, onde vão tentar identificar o que é que são os problemas que vocês têm de trabalhar, qual é a frequência com que vocês têm de ter terapia,

Frequência das sessões de terapia

00:40:21
Speaker
não é? Eu conheço pessoas que fazem terapia três vezes por semana, eu faço uma vez por semana, porque não é estritamente necessário, nem eu estava tão mal quanto eu pensava quando lasquei. Sim.
00:40:31
Speaker
relativamente eu era um pouquinho mais do que aquilo que eu achava. Mas na realidade pessoas que precisam de mais tempo, menos tempo ou mais sessões etc e a realidade é que logo nessa sessão acho que tem logo os green flags e os red flags,

Terapia comparada ao exercício físico

00:40:54
Speaker
não é?
00:40:54
Speaker
e acho que conseguem entender se precisam de procurar um outro profissional ou não e se existe match ou não. Portanto, acho que é importante e eu recomendo a toda a gente, se fosse medicamento eu preferia tipo... Sim, como exercício físico, eu acho que é...
00:41:11
Speaker
Quase tão importante. É porque este aqui é para o cérebro, é exercício para vocês. Vamos às nossas recomendações sobre este tema que são algumas.
00:41:28
Speaker
Porque, como eu disse e a André também disse, estamos sempre a consumir conteúdo sobre. Eu não posso ouvir falar de uma série que seja sobre terapia ou análise. Eu adoro, essas coisas fascinam-me, as pessoas fascinam-me e portanto eu quero entender.
00:41:47
Speaker
E olha que até outras séries que não são diretamente sobre terapia, mas também são terapia. Mas também são terapia. Então vamos falar sobre isso. Sim, 100%. Mas salva vocês perceberem, quando era minha idade, não sei se vocês se lembram, mas havia uns jogos online que eram umas simulações.
00:42:03
Speaker
E eu não sei como nos recanos da internet fui descobrir um jogo em que eu era uma terapeuta e tinha que impedir um bombista de rebentar com centro comercial.

Conteúdo midiático e psicologia

00:42:20
Speaker
Eu era tipo uma negociadora, não me lembro já. Aquilo tinha uns bonecos muito aféis, era uma coisa, eles jogavam online, e eu na primeira cena era uma negociadora, tipo negociador, não sei se é negociadora que se diz em português, e eu tinha que convencer aquele pai que era um pai enlouquecido, porque tinha alguma coisa a ver com os filhos dele e ele ia arrebentar com o centro comercial.
00:42:41
Speaker
Depois a segunda cena, eu era uma psicóloga aqui à cadeia porque ele estava preso e eu tinha que fazer aquela análise de se ele era maluco ou se não era maluco. Eu era fascinada com isso. E eu perdi não sei quantas vezes e eu estava sempre... Eu passei horas a jogar isso. Horas. Porque eu queria entender a cabeça daquela pessoa. Por que é que ele reagia assim, ossado, com as outras coisas que eu lhes dissesse.
00:43:07
Speaker
Eu não posso recomendar porque nem deve existir, mas é para vocês verem e perceberem que eu realmente havia aqui um... Logo direto, não é? Eu acho super engraçado porque tu tavas a contar isso e eu agora lembrei-me que ainda hoje vi um vídeo, não sei se eu vou conseguir recuperar para pôr na descrição, mas era alguém que dizia assim, se tu à noite, antes de dormir,
00:43:31
Speaker
em vez de desligares os dispositivos e coisas

Conteúdo traumático e conforto

00:43:34
Speaker
e etc. e tu cares no dormir. Vais ver dois ou três episódios de Law & Order. Ah, eu vi, eu vi. Ela diz, tens que começar a pensar porque é que o trauma te relaxa? Por que é que ver violações assassinados? Por que é que isso te relaxa? E eu fiquei, damn!
00:43:53
Speaker
Principalmente porque eu comecei a ver a Criminal Minds outra vez, desde o início, a pensar assim... Mas eu também não sei se coisas tão profundas, não sei. É uma boa cena para levarmos para a terapia. Eu vou falar disso agora na minha sessão de quarta-feira. Será que eu sou um bocadinho psicopata e não sei?
00:44:17
Speaker
É porque do género, tipo, porque aquela afinidade ou aquela vontade de... Não, será que o que ela diz no fundo é que tu consideras o trauma confortável, ou seja, tu reconheces alguma coisa no trauma?
00:44:30
Speaker
que te faz sentir confortável, é uma situação conhecida. Certo, mas assim... bem, mas nunca passei por um assassinato, nem coisas do gênero, tipo... Mas passaste por, se calhar, por coisas más, e aquilo é a tua forma, tipo, ok, eu conheço, isto que eu conheço é conforto.

Recomendações de livros sobre terapia

00:44:46
Speaker
Eu digo que até àquele vídeo, naquele vídeo eu achava que era pura curiosidade minha, tipo, entender a psico humana e o que é que vavas a fazer assim. Enfim, vamos às nossas recomendações. Vamos.
00:44:58
Speaker
A Andrea falou deste livro, este livro foi recomendado pela minha terapeuta e chama-se Maybe I Should Talk to Someone, é da Laurie Gottlieb, que é terapeuta. É super interessante porque além de teres a linha do, além de teres a narrativa dela nas consultas, obviamente mantendo-se sigilo.
00:45:16
Speaker
paciente, médico, tem toda uma outra narrativa que é ela própria lidar com uma série de situações e a ir da própria vida e a ir ao terapeuta. Então, achei super, super interessante. É uma inception da vida que vale super a pena. Tenho uma nota sobre isso, que eu falei que a minha terapeuta apela a ler o livro, que ela não conhecia. Portanto, eu fiz o inverso. A tua terapeuta surgiu tanto e eu sugiri à minha terapeuta.
00:45:44
Speaker
E ela comentou a dizer que eles, eu não sabia tipo que também era assim, que a Lória descreve isso no livro, mas eles são incentivados a terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem terem t
00:46:14
Speaker
É uma questão, não é? E o tópico te faz todo o sentido. Imagina, lhe das com o trauma todo alheio. Também não deve ser bom, não é? Além das tuas próprias chinas. Nada a ser. É uma esposa de lório e gothly. É uma esposa de casal que me aflige sem necessidade nenhuma.
00:46:32
Speaker
Ah, sim. Não vamos entrar nesse país das maravilhas. Lori Gottlieb também tem uma newsletter. Ela escreve muitos anos, acho eu, alguns anos, para o Atlantic.
00:46:48
Speaker
e tem uma newsletter chamada Dear Therapist que vale super a pena e para qual vocês também podem escrever. Eu amei este livro, acho super interessante a e-se num tirinho. Eu tenho uma paixão na Brené Brown e a minha referência vai para a imperfecção, é uma virtude.
00:47:08
Speaker
e para a TED Talk dela que é das mais vistas de sempre que é o poder da vulnerabilidade e acima de tudo se gostam de ouvir podcasts como o Unlocking Us da Brené Brown também é super interessante. Basicamente a Brené é uma pessoa que faz estudo das emoções e do impacto que isso tem nas pessoas etc e portanto é super importante a imperfectão é uma virtude porque tem a ver com o amor próprio
00:47:35
Speaker
na generalidade e tendo em conta que eu disse que a terapia é um ato de amor. Acho que o livro dela é importante de ler. Tudo liga. Tudo liga neste podcast. Sim. Está tudo conectado. Eu tenho uma recomendação que vocês podem ver na Netflix que eu adorei, que é o Stutz, que era um documentário feito pelo Jonah Hill, com o psiquiatra dele, o Phil Stutz, e que ele basicamente
00:48:05
Speaker
explora, ensina-nos o método status, o seu modelo visual de terapia, e são uma série de ferramentas, pá, aquele clássico do são tão simples, mas ao mesmo tempo absolutamente mind-blowing, e eu acho que vale muito, muito a pena, e está filmado de uma forma, eles têm N conversas,
00:48:25
Speaker
sobre terapia, sobre o início da vida dele, as experiências e o que o levaram até aquele momento. É mesmo uma peça de conteúdo que super recomendo.
00:48:38
Speaker
vi três vezes. Tenho sempre vontade de voltar a algum momento para desbloquear qualquer coisinha. É, nós pensámos num manualzinho, um manual tipo rápido, ok, nesta situação.

Métodos terapêuticos visuais de Phil Stutz

00:48:48
Speaker
Ele tem. Ele tem o livro que é o método, o Tools, que é baseado na metodologia dele, que, vá, fun fact, a metodologia dele em termos de terapia é um conjunto de ferramentas, ele não tem um
00:49:03
Speaker
Não tem, basicamente, um dos tipos de terapia específica. Sim, sim, sim. Não tem uma doutrina por detrás de um modelo de pensamento. Por isto é que eu dizia que é um modelo de terapia quase visual, porque é tudo auxiliado em desenhos. Isso é um conjunto de ferramentas que ele aos pacientes dele.
00:49:25
Speaker
Exatamente. Eu tenho um pequeno vídeo que vem de uma entrevista maior, que se eu conseguir encontrá-la por completo, partilho convusco, mas existe um ator do La Casa de Papel, que é o Jaime Leoriente, que era o Denver, e basicamente ele expressa aquilo que eu também sinto, que eu fui procurar a terapia para ter ferramentas para
00:49:51
Speaker
para gerir várias coisas na minha vida e ele é o autor da frase que terapia para ele é o maior ato de amor próprio que pode existir. E portanto partilho com vocês depois na descrição o link. Depois temos a série Infritment que é uma série antiga.

Recomendações de séries e filmes

00:50:10
Speaker
que tem muitas temporadas, muitas seasons, mas eu vou recomendar a única que eu vi, que eu gostava de ver as outras, porque dizem que são muito boas, a season 4, temporada 4, que é com a uso aduba do Orange is the New Black, não sei se lembram, papel inesquecível, Crazy Eyes, ela faz um papel de uma terapeuta que também está no contexto de pandemia, no contexto também online, e ela própria lida com uma série de situações.
00:50:39
Speaker
Eu gostei muito, tem muitos atores novos e mais antigos super interessantes. E mais uma vez é muito isso, o filmar, o processo de terapia e as lutas que estas pessoas estão todas a traçar.
00:50:58
Speaker
Eu sinto que a terapia ajudou-me a trabalhar a minha empatia, a ser muito mais empática com os outros. Porque consigo perceber, às vezes, pensar que não de cara a estar naquele processo. Se calhar está a fazer... Ou seja, quase consigo fazer terapia sem ninguém me pedir e também não avanço, porque não sou profissional. A não ser às minhas amigas que vão me andando nos beat-ups.
00:51:23
Speaker
Mas os nossos amigos são os nossos primeiros terapeutas, na realidade. Confesso. Exato, terapeutas não remunerados. Também sou, também sou. Exatamente. Mas acho que a terapia traz isso, porque é como tu se estás a desconstruir e percebes
00:51:40
Speaker
que uma série de questões que os costas que lhe dar eu pelo menos a mim fez-me sentir isso que é eu consigo estender essa empatia que eu tenho muita dificuldade em ter comigo própria eu também consigo estender aos outros e às vezes pensar tentar perceber com as ferramentas que eu vou ganhando na terapia o que é que
00:51:59
Speaker
Por que é que aquela pessoa está a passar e porque é que ela está a reagir daquela forma?

Empatia e autocuidado

00:52:03
Speaker
Para mim o tema empatia tipo é um bocadinho por o dedo na ferida, porque o dei muito na cabeça da minha terapeuta nesse tema. A mim no meu caso é, sim, nunca tive empatia para comigo própria, mas tinha imensa para dar e vender a todos os outros. A minha infância sempre foi o contrário. Ela tem tido um trabalho e tem me dado ferramentas de eu conseguir equilibrar isso.
00:52:26
Speaker
Ou seja, ter uma parte para mim, mas também continuar a dar aos outros, mas não sendo demasiado, porque uma vez uma frase que me recordo da minha tripeuta era mesmo isso que é. Então você tem tanta, tanta, tanta empatia que é prejudicial para si.
00:52:44
Speaker
Sim, era, é uma empatia suicida, é quase uma empatia suicida. E é essa a razão que tu tens de ter empatia para com os outros mas tens de ter compaixão contigo própria. A mim foi basicamente o dozear e equilibrar a coisa. Mas concordo contigo sim. Andréia, o que é que tens para

Preparação para sessões de terapia

00:53:01
Speaker
nós?
00:53:01
Speaker
tenho um canal do YouTube que é o Therapy in a nutshell da Emma McAdam. Ela tem vídeos super interessantes sobre vários temas e acho que pode ser importante que se tiverem dúvidas sobre alguma coisa, inclusive consultar, ver e depois se tiverem alguma sessão com a terapeuta,
00:53:22
Speaker
abordarem entre as duas, numa conversa, esses temas. Eu faço muito isso, eu preparo muito às vezes as minhas sessões para tirar dúvidas. Eu tenho um objetivo muito claro, eu quero sair desta sessão a saber isto e eu acho também importante porque também nos envolve mais no processo da terapia e nos faz
00:53:41
Speaker
organizar. Eu pelo menos deixo de ser tão aquelas pessoas que pensa demasiado nas coisas e está constantemente tipo a entrar em loops. Ainda entro, como é óbvio, não estou completamente curada. Às vezes tenho uns momentos mais interessantes em que entro tipo em loop, mas ajudou-me muito nesse sentido.
00:54:01
Speaker
porque vou tentando preparar e tentando ir resolvendo coisas a cada sessão para também não sentir aquela frustração que às vezes ia sentindo, parece que não estou a avançar ou que estou constantemente a recuar. Então para eu ter minha percepção mais bem resolvida, eu acho que um canal deste tipo ajuda
00:54:22
Speaker
conseguissem entrar mais as nossas ideias e discutir melhor as coisas quando estamos a conversar. Se bem que tenho que dizer que um clichê em terapia e é um clichê por motivo porque acontece que é aquelas sessões que vocês acham que não têm nada para falar.
00:54:36
Speaker
Às vezes vou ser as sessões mais reveladoras de qualquer coisa que vocês não estavam à espera. Normalmente sai de sempre a chorar, tipicamente. São sessões que não sabemos, achamos que não vamos dizer nada, então estamos à espera para resolver-nos e de repente elas puxam ali por um fiozinho solto no novelo e idamos por nós numa viagem. Eu costumo chamar a essas uma chapada na cara tipo sem mão, normalmente.

Podcast de António Raminhos e saúde mental em Portugal

00:55:02
Speaker
Posto visto!
00:55:02
Speaker
Mais recomendações, eu vou recomendar aqui, ah, o podcast do Raminhos, Somos Todos Maluques, ainda não houve nenhum episódio que não achasse interessante, tem uma variedade de temas incríveis, uma variedade de oradores e o Paulo Raminhos super, o Raminhos e a Catarina, que também têm participado nos espetáculos,
00:55:23
Speaker
tem feito um trabalho, eu acho, de consciencialização da sociedade portuguesa para a questão da saúde mental, que eu acho que é mesmo de aplaudir e que merece ser apoiado. Portanto, vão ouvir, ele também tem o livro, também vai tendo espetáculos.
00:55:40
Speaker
Nós tivemos a felicidade de poder estar num dos espetáculos dele e acho que vale mesmo a pena apoiar o trabalho do Raminhos, ainda mais vindo uma pessoa conhecida que tem a coragem de falar sobre os seus próprios temas e de revelar coisas que às vezes são complicadas de falar, nomeadamente quando está na vida pública.

Apoio de parceiros nos desafios de saúde mental

00:56:06
Speaker
Acho que a pessoa sente-se mais fragilizada e, portanto, acho que ele tem um duplo valor protetido essa coragem.
00:56:16
Speaker
E a outra coisa que é o facto da Catarina também se envolver neste processo e também nos espetáculos e isso tudo, também mostra uma coisa que normalmente em terapia não se percebe, que é as pessoas que nos acompanham nesse processo e principalmente a pessoa que é o nosso parceiro, a pessoa que está conosco mais tempo e que partilha mais conosco,
00:56:37
Speaker
de essa pessoa ter a consciência e saber como é que pode ajudar quando tu tens uma crise, quando tu tens uma ansiedade maior,
00:56:50
Speaker
um problema e conseguir manter a calma e ajudar e sabemos também pelas interações que eles têm a nível do Instagram do Raminhos que a Catarina tem um altar no céu pela maneira como lida com ele e como aceita o Raminhos e todas as suas qualidades e imperfeições.
00:57:14
Speaker
Ok, tens mais alguma coisa para recomendar? Sim. Desculpem-me, mas este tema para mim tem um pouco de famangas e eu tive alguma dificuldade em selecionar, peço desculpas de antemão. Tenho quatro séries que foram interessantes por várias perspectivas, não são de terapia especificamente.

Exploração das relações em séries e filmes

00:57:31
Speaker
A série You, do Netflix, que tem a ver um bocadinho com relacionamentos amorosos e obsessão por alguma pessoa. Depois o This Is Us, que...
00:57:44
Speaker
Acho que não preciso entrar aqui muito. Que é melhor, apá, por favor, não vou ver o Dices Asse, vamos, vamos. É porque o Dices Asse agora tem também um podcast associado, portanto, é fantástico, portanto, por favor. O Dices Asse é terapia, é terapia, Malta. Façam favor a vocês mesmos e vejam, por favor. Eu ainda vi a primeira temporada, mas, mas pronto, bastou-me para saber que é fantástica. E depois, existe a Fleabag, que também é terapia pura, é uma série fantástica também.
00:58:13
Speaker
E o Afterlife do Ricky Gervais, que foi um valente morro no estômago para mim e que acredito que para muita gente que viu a série e se eu achava que o Ricky Gervais era fenomenal e um gênio, depois da Afterlife foi qualquer coisa.
00:58:34
Speaker
Sim, sim, super. A nível de filmes, dois filmes que eu gostei, que são mais ou menos entre a mesma matemática, que são o Girl Interrupted, não sei se vocês se lembram, mas é um filme pelo qual a Angelina lhe ganhou o Oscar, acho eu, de atriz secundária, com a Winona, e ela está basicamente num...
00:58:55
Speaker
Aquilo era um hospital psiquiátrico, um reformatório de raparigas, mais ou menos, elas têm uma série de problemas e a Angelina faz um papel incrível e vai muito ao tentar perceber o trauma que elas têm e as relações entre elas. Depois temos o Tudo a Bono, que é com a Lily Collins e que está na Netflix e que, basicamente,
00:59:20
Speaker
tem a ver com uma pessoa com distúrbios alimentares e o processo que ela vai fazendo para resolver essa

Advisory on media triggers

00:59:30
Speaker
questão. Eu gostei muito desse filme.
00:59:35
Speaker
É super duro e atenção, alerta de gatilho para qualquer um deles. Se vocês passam por algum destes temas, vejam o trailer ou olhem a sinopsis antes de verem o filme, porque eles podem efetivamente ser um gatilho para algumas coisas menos boas. Da minha parte para finalizar, tenho dois livros para recomendar e eu ainda não os li.
01:00:04
Speaker
mas estão na minha to be reading list, que é Why Nobody Told Me This Before, de Julie Smith, e Essa Dor Não É Tua, do Mark Wallin. São mesmo dois livros importantes a nível de terapia, como não os li, não os consigo descrever muito bem, mas recomendo porque
01:00:25
Speaker
daquilo que eu li mais ou menos da sinopse são importantes para vários temas e para incorporar várias situações a nível de terapia que eles descrevem. Andrea? Eu tenho mais dois e acabaram suas recomendações.

Recomendações de livros e crescimento pessoal

01:00:42
Speaker
Eu tenho livros de personagens que estão em terapia. Um dos meus livros favoritos de sempre. Eu não vou dizer em português porque eu recuso muito. A adaptação para português do título foi péssima, mas em inglês é Eleanor Oliphant is Completely Fine, da Gayle Oniman. Super, super, super recomendo. É um livro surpreendente e que, portanto, fala de uma pessoa que tem dificuldades de socialização, que está isolada.
01:01:11
Speaker
que passou por uma série de traumas de infância e, portanto, o desenrolar dela à medida que ela, com a ajuda da terapia e de outras coisas na vida dela, no fundo vai desabrochando como uma flor. E está super bem escrito, pá, é dramática, ao mesmo tempo hilariante, portanto, recomendo mesmo. E depois também temos o da Silver Linings Playbook,
01:01:33
Speaker
Não tenho aqui o autor, que foi o filme também pelo qual a Jennifer Lawrence ganhou o Oscar. Como sempre o livro é melhor do que o filme e portanto recomendo vivemente estes dois.

Reflexões finais e convite para interação

01:01:51
Speaker
E vamos com muito tempo, nos entendemos aqui hoje, isto previa que ia ser assim. nos ficamos. Aquele fítica do previa isto, a Maia a mostrar a sua carta de tarot a dizer previa isto. É verdade.
01:02:07
Speaker
mas é assim, acho que é um tema que é importante e até acho que não fomos muito ao oce da coisa e tentámos passar a nossa experiência pessoal e que espero que ajude e acima de tudo vou terminar com eu faço terapia não porque estou louca mas porque é um ato de amor comigo mesma e com um ato de amor para com as outras pessoas que estão à minha volta porque serei sempre melhor para mim e para todos eles.
01:02:35
Speaker
Olha, eu vou subscrever porque não preparei nada para o final e pronto. Olha, vou aproveitar que a André disse estas palavras bonitas e não espere um revés e agradecer se ficaram conosco até aqui. Não é normal. Não é normal. Não, é super normal. Se ficaram conosco até aqui, obrigada. Se tiverem ideias para temas.
01:02:55
Speaker
mandem-nos as vossas inquietações, nós falamos sobre isso. Podemos dar uma terapia Zuna Free e podem vir deixar o vosso. Mas somos boas ouvintes. Sim, somos. Além de sermos boas falantes, também somos boas ouvintes. Mas podem vir para o podcast falar conosco um bocadinho mais sobre este tema se quiserem.
01:03:18
Speaker
Exatamente. Se quiserem seguir-nos nas redes sociais, estamos no Instagram, em ela por ela pode. E obrigado. Este foi o Ela por Ela, onde a conversa é sempre entre amigas.
01:03:43
Speaker
e