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O teu médico ignorou as tuas queixas? São coisas da tua cabeça!

S1 E2 · Ela por Ela
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78 Plays1 year ago

Hoje vamos entender um pouco os sinais do gaslighting feito pelos médicos e o impacto que isso tem na saúde da mulher.


👇Índice

00:00:00 - Introdução

00:00:24 - Agradecimento pelo feedback ao podcast

00:01:14 - Porque escolhemos este tema

00:04:51 - O que é o gaslighting médico

00:07:15  - Sinais de gaslighting médico

00:10:10 - Origem do gaslighting

00:14:55 - Sinais explicados em detalhe

00:20:00 - Caso pessoal - endometriose

00:30:22 - Resumo das consequências do gaslighting

00:31:42 - Dicas para prevenir ou responder ao gaslighting

00:38:33 - As doenças da mulher são sempre condições mentais

00:39:28 - Mais conteúdos sobre este tema


💡Inspirações e recomendações referidas por ordem de menção:

Sasheer Zamata - https://www.instagram.com/p/CZzx8MVpitW/

Wells - https://wells.pt/menopausa-perimenopausa.html

"Doing Harm" de Maya Dusenbery - https://www.bertrand.pt/ebook/doing-harm-maya-dusenbery/21472561

"Unrest" - https://www.unrest.film

"Invisible" de Michele Lent Hirsch - https://www.amazon.com/Invisible-Serious-Navigate-Relationships-Pressure/dp/0807023957

Podcast "Bodies" - https://www.bodiespodcast.com

Podcast "The Nocturnists" - https://thenocturnists.com/

Podcast Mayim Bialik “Breakdown” - https://www.bialikbreakdown.com

Mulheres Invisíveis - Caroline Criado Perez - https://www.bertrand.pt/livro/mulheres-invisiveis-caroline-criado-perez/24300832


🧐Onde nos podes encontrar:

https://www.instagram.com/elaporelapod/


👋Tens ideias para temas? Gostavas de vir falar connosco? Envia-nos uma DM no Instagram @elaporelapod

Transcript

Introdução e feedback dos ouvintes

00:00:00
Speaker
Olá, eu sou a Andréa Candide Saraiva e sempre que vou ao médico acredito que as queixas são todas na minha cabeça. E eu sou a Andréa Balacó e sempre que vou ao médico fico mesmo nervosa. Bem-vindos ao podcast Ela por Ela, onde a conversa é sempre entre amigas.
00:00:27
Speaker
Olá a todos os que juntou-nos para este segundo episódio. Queria agradecer a toda a gente que ouviu o primeiro episódio e que nos passou o seu feedback. Foi avassalador os sentimentos positivos que vocês nos mandaram e ficámos mesmo super super felizes. Recebemos histórias de pessoas que estão a voltar a contactar as amigas ou a repensar o tema e isso para nós
00:00:53
Speaker
é o motivo pelo qual nós quisemos fazer este podcast e dizer-vos que recentemente também retei uma amizade com um interégno de 20 anos e valeu super a pena.

Desprezo pela dor feminina na medicina

00:01:04
Speaker
Por isso Malta, por muito difícil de pôr essa a vossa história, acreditem que às vezes calhar basta alguém dar o primeiro passo para voltar a ter uma grande amiga.
00:01:14
Speaker
Agora dando aqui o ponto de partida, o episódio de hoje é sobre o teu médico ignorou as tuas queixas, são coisas da tua cabeça e queria-vos passar aqui um bocadinho de um vídeo que me chamou aqui à atenção e depois vamos comentar um bocadinho.
00:01:32
Speaker
Os médicos estão agora dizendo que a dor que sentimos quando sentimos crampas de período é equivalente à dor que sentimos quando temos um ataque de coração. Então, nós estamos endurecendo essa dor por anos e indo para o trabalho.
00:01:48
Speaker
Colocando o botão, indo para o trabalho. Porque nós estamos treinando dessa forma. E eu acho que essas comércias de tampons são detrimental. Elas sempre dizem, oh, você está em sua período? Não deixe isso parar, garota. para lá. surfrir. jogar um esporte. em uma barra. Eu não quero fazer isso quando eu não estou na minha período. Não tenta me forçar fora. Eu quero descansar.
00:02:13
Speaker
Se você viu um homem sofrer incontrolabilmente e ter um ataque de coração por quatro dias, você não seria tipo, não deixe isso te parar, saia do carro!
00:02:32
Speaker
Basicamente, o ponto de partida é este vídeo que eu vi da comediante, a Sashir, em que ela fala sobre, especificamente, um ponto que é o Gaslighting Medic, e que é o tema principal deste podcast hoje. E, basicamente, ela um dos sinais mais diretos daquilo que é o Gaslighting Medic, e que eu, por experiência própria, cheguei a passar. Ela fala sobre o episódio do período da mulher e as dores mestruais que nós temos,
00:03:00
Speaker
em que é dito que é totalmente normal, no entanto o research médico que houve ultimamente diz-nos que é equivalente a um ataque cardíaco. As dores menstruais, é. Então é o que ela diz. Como é que nós podemos andar tipo 4 dias tipo o completo a ter um ataque cardíaco todos os dias e o pessoal anda todo a dizer que a gente tem que saltar por cima de um cavalo e fazer as suas atividades normais, que é o que dizem os pensos.
00:03:27
Speaker
A minha exploração é essas coisas todas da Evox, não é? Aquelas coisas todas. Mas é muito interessante, nada contra as marcas de pens e tampões e o que seja. Obviamente. É muito interessante que, agora que eu olho para trás, esses anúncios faziam-me sentir super estranha e achar que eu era diferente de toda a gente, porque eu não tinha aquela energia toda, eu não tinha vontade daquela festa toda, pelo contrário.
00:03:54
Speaker
E então fazia-me sentir que, ok, se calhar as outras mulheres sentem-se assim e eu é que tenho qualquer coisa errada.

Origem e impacto do 'Gaslighting' médico

00:04:01
Speaker
Eu acho que é importante fazermos um disclaimer. Nós não temos nada contra profissionais médicos e profissionais médicos bons, profissionais médicos maus, como a profissão qualquer, exatamente, e acho que às vezes um determinado gaslighting que tem a ver com o sistema, com a forma como são educados, com a própria cultura
00:04:21
Speaker
patriarcal na medicina. E as próprias regras do sistema nacional de saúde? Exatamente. Agora, dito isto, é indiscutível que existe um certo gaslighting médico. Sim, e às vezes não é médico, estamos a falar de profissionais de saúde genericamente, eu passei mais com médicos, mas existe com enfermeiros,
00:04:44
Speaker
e outro tipo de profissionais de saúde com quem nós nos deparemos. Claro que com o médico é mais comum. Não sei se quer explicar o que é o gaslighting? No caso, o gaslighting médico tem a ver com minimizar ou descartar sintomas que nós temos como sendo algo que
00:04:59
Speaker
que é normal e que não temos que achar que são alguma coisa que indica algo mais ou algo maior. Então leva-nos a questionar a nossa legitimidade e as nossas preocupações. Eu não sei se vocês são esse tipo de pessoa, mas eu sou essa pessoa. Eu ouvia falar de Gaslighting muito tempo, mas na cena até dos perdedores amorosos, como o Marilyn Manson
00:05:22
Speaker
esse tipo de pessoas e eu fui à procura de qual é a origem do Gaslighting e porque é que se diz Gaslighting? Porque palavras que no nome nós mais ou menos tiramos umas pelas outras e percebemos. E eu achei interessante que Gaslighting vem de uma peça de 1938 chamada Gaslight,
00:05:41
Speaker
em que é do dramaturgo inglês Patrick Hamilton, em que no fundo é uma trama onde ele manipula a mulher com as gaslights, com as luzes que ela tinha em casa. Portanto, ele, para que ela pensasse que estava louca, mexia nas luzes um bocado, um bocado como a Malta no escritório, quando está constantemente a mexer no ar condicionado e nós achamos que, entretanto, entrámos na menor pausa. A nossa temperatura é que está variada.
00:06:11
Speaker
Exatamente, ainda entrámos na pera e meia na pausa. Pronto, achei interessante e realmente é isso, é esta manipulação que as pessoas às vezes fazem, muitas vezes vem do homem para a mulher, mas nem sempre, nem sempre, nem sempre foi daí, e que nos faz, está como a André dizia, bem, questionar... Nossa sonhada.
00:06:33
Speaker
Sim, exatamente. E no que toca a dor, nomeadamente, e como a dor é muito subjetiva e é muito difícil de comprovar, é muito fácil se nós temos um profissional de saúde a dizer-nos, isso é perfeitamente normal, para casa e beba um cházinho e faça a sua vida. Sim, eu vou explicar um bocadinho mais à frente um caso mais pessoal, mas chegou a ser coisas assim um pouquinho piores do que dizer vai beber um cházinho.
00:06:59
Speaker
Mas nada contra novamente os profissionais de saúde e eu também tive questões com profissionais de saúde masculinos e femininos, portanto não é aqui nada direcionado a qualquer género. No caso dos sinais, basicamente e genericamente falamos de
00:07:18
Speaker
negar os sintomas das pessoas que elas relatam, atribuir sintomas a causas psicológicas sem a devida investigação do que é que é o tema e o que é que é o sintoma e de onde é que ele pode vir e a falta discutativa da pessoa que está a relatar qualquer coisa que às vezes até pode ser difícil de relatar e que se está basicamente a expor ou a ser vulnerável
00:07:43
Speaker
mas depois não aceitam isso como sendo algo como um sintoma, que leva depois a sentir-nos deslocados ou que nós é que estamos errados.

Desigualdades de gênero e raça na saúde

00:07:55
Speaker
Um dos sintomas que me deixa logo alerta é quando o médico se começa a rir e não é um rir-se conosco, é um rir-se de nós.
00:08:05
Speaker
Eu fico imediatamente de atrás desconfortável e isso condiciona toda a minha atitude depois durante a consulta e o riso ou falta de empatia por aquilo que a pessoa está a contar costuma ser uma red flag logo no profissional de saúde. Se vocês fazem uma pergunta e eles vos respondem com uma gargalhada ou um disparate ou um ah, não me diga que ando outra vez no Dr. Google.
00:08:33
Speaker
Nós sabemos, o Dr. Google é mais prejudicial do que bonefique na maior parte dos casos, mas vem um bocadinho desta postura dos médicos de não quererem aceitar que o paciente hoje em dia é um bocadinho mais empoderado, porque tem a oportunidade de se formar, de se informar. Uma das coisas que eu tenho é eu tenho uma lista de médicos aos quais eu nunca mais quero voltar e eu escrevo o nome deles nas minhas notas no telemóvel para nunca mais cair acidentalmente.
00:09:00
Speaker
E ao contrário, também tenho uma de bons e geralmente o que difere uns dos outros é que o bom é receptivo à informação que eu lhe quero passar. Eu digo-lhe, eu vi isto assim, assim, o que é que acha doutor? Isto faz sentido? Não faz sentido? E eles até me podem dizer, olha, não faz sentido, porque isto não pode ser visto assim isoladamente, isto tem que-se combinar determinados fatores ou determinados resultados. O bom médico vai-vos fazer essa abordagem.
00:09:28
Speaker
um médico que se calhar não se preocupa com vus, ou que não está para perder muito tempo, ou que está, acha que é dono e senhor de todo o conhecimento do mundo e que sabe mais sobre a vossa condição do que vocês, vai ter esta postura de, vou dizer, o que os ingleses chamam de dismiss, tipo, de não ligar o que é que vocês estão a dizer e inclusive a chegar ao ponto de se rir dos vossos
00:09:55
Speaker
a receios. Sim, acho que agora podemos, antes de passarmos a casos mais pessoais, podemos ir aqui um bocadinho por cada um dos tipos de sinais. Eu queria dizer uma coisa na origem do Gaslighting. A verdade é que um financiamento muito elevado de condições médicas que afetam os homens e um super financiamento, mas mesmo super, super,
00:10:24
Speaker
Não financiamento, não pesquisa na área da saúde da mulher, sim. Porque a mulher é cíclica, porque tem que se estudar a mulher em diferentes alturas do mês, várias vezes, e então o que é que acontece? O gaslighting acontece muito mais com mulheres do que com homens, e nomeadamente com pessoas de cor, outras etnias geralmente são minorias étnicas que sofrem mais com o gaslighting.
00:10:53
Speaker
É verdade, e acima de tudo no vídeo que nós ouvimos para trás, ela diz também que se um homem tivesse não sei quantos tempos a perder sangue e que tivesse sintomas similares a um ataque cardíaco, se tinha arranjado outros tipos de soluções, nem ninguém lhe ia dizer Get on a horse! Have fun! Tipo, não.
00:11:15
Speaker
com toda a certeza. Vamos voltar ao ponto da pílula que foi lançada, foi testada das maneiras que foi. Tem os efeitos secundários que tem.
00:11:26
Speaker
E ainda hoje nós tomamos por garantito porque foi uma coisa que por um lado sim nos deu liberdade, né, do nosso corpo tipo e da parte da contracessão, mas tudo aquilo que nos de efeito secundário, se calhar, não é assim tão bom e é estatisticamente o medicamento que menos a bula, porque nós tomamos por certo que tem que se tomar ou tem que se fazer por isto ou aquilo.
00:11:50
Speaker
Sim, nós tomamos porque sim e porque sim. Nós se tivermos problemas de pele mandam-nos tomar a pílula. Um homem se tem problemas de pele vai ao dermatologista, tem outras soluções, as mulheres tomam a pílula. Da mesma maneira que não se estuda o ciclo de vida, neste caso o ciclo da saúde da mulher, não é?
00:12:11
Speaker
ao longo das várias fases da vida vai passando por várias coisas e a menopausa e perimenopausa é das coisas menos estudadas que nós temos, portanto. Aqui também os próprios e sem qualquer tipo de signo nem ligação, mas a Welles fez pouco tempo um estudo em Portugal exatamente relacionado com a menopausa e isso é uma coisa de valor apresentar em Portugal porque é importante as pessoas saberem os sintomas
00:12:38
Speaker
porque não sabem, não sabem quando entram, nem o que é que acontece. E as pessoas saberem este tipo de coisas não sabem, até porque não conhecem o seu próprio corpo e não têm noção de várias coisas a nível da saúde da mulher, porque não é falado. Vamos então falar de um dos primeiros sinais que é a atribuição automática dos sintomas à ansiedade ou ao stress. Existe um livro que é o Doing Harm, da Maya Dusenberry, onde ela faz vários relatos de mulheres cujos sintomas foram atribuídos ao stress ou à ansiedade.
00:13:08
Speaker
mas nunca foram investigados, ou seja, nunca ninguém fez investigação sobre qual era o problema. Uma dessas histórias fala de uma mulher que, apesar de relatar sintomas físicos sérios, foi repetidamente informada de que os seus problemas eram de origem psicológica, atrasando o diagnóstico correto de uma doença autoimune. E é isto que vai
00:13:28
Speaker
vai se perpetuando no tempo a nível da saúde da mulher. Depois temos, por exemplo, o segundo, que é minimizar os sintomas com base no género e na idade, que isto também acontece várias vezes. E existe o documentário que é o One Rest, dirigido pela Jennifer Brea, e é uma representação de gaslighting. A Jennifer foi diagnosticada com encefalumialitmialgica,
00:13:54
Speaker
o síndrome de fadiga crónica e mostra que, por ser jovem e ser mulher, os seus sintomas foram muitas vezes desconsiderados e minimizados pelos médicos, atribuindo as suas queixas a problemas psicológicos em vez de olharem e verem que era uma condição física real.
00:14:10
Speaker
Acho que é uma coisa comum e que diariamente acontece, é especificamente minimizar os sintomas com base no género e na idade. Depois temos a terceira, que é a desqualificação dos sintomas, neste caso nas doentes, com condições crónicas. Existe um livro que é o Invisible, da Michelle Lind Hirsch,
00:14:30
Speaker
e ela é uma autora que descreve as suas próprias experiências como uma jovem com doenças crónicas, neste caso cancro, teve depois outras condições debilitantes e quais foram os sintomas que lhe foram descartados ou desconsiderados pelos médicos. Diz que tinha uma frustração constante porque
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Speaker
nada poderia ser feito para ajudar, era aquilo que os médicos lhes diziam. E é uma coisa que acontece comumente quando uma pessoa tem uma doença crónica e os médicos fazem gaslighting, a dizer que pronto, é crónico, não vamos poder fazer nada, portanto, tire daí a cabeça. É grave e cada vez mais as doenças crónicas são mais comuns, especialmente na saúde da mulher, e existem muito por causa disto, porque depois os sintomas não são avaliados, nem são considerados.
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Speaker
Depois temos a quarta, que bate um bocadinho na alguma coisa que também falaste no episódio da Anatomia de Grey, que tem a ver com a desconsideração de sintomas com base na raça e etnia. E neste caso, existe um podcast chamado Bodies, que fala sobre um episódio que aborda a experiência das mulheres negras no sistema de saúde. E neste caso é uma história de uma mulher cujas suas queixas de dor intensa foram minimizadas repetidamente pelo médico.
00:15:51
Speaker
que não acreditava na sua dor, ou seja, ele achava que não era tão forte a dor quanto ela relatava. E entretanto, acabou por ser um problema sistémico, neste caso de racismo, no atendimento à saúde, onde a dor e os sintomas das pessoas negras eram subestimados. No último ponto, e no último sinal, é ignorar os sintomas com justificação de que os testes são normais.
00:16:17
Speaker
E neste caso, o exemplo que eu tenho é o podcast de Nocturnist. Eles apresentam narrativas de médicos como dos próprios doentes e os episódios discutem situações em que as análises clínicas ou os exames dos doentes dão tudo como sendo normal, mas os sintomas existem.
00:16:34
Speaker
Ou seja, fazemos exames, os exames dizem que está tudo certo mas existe qualquer coisa que continuas a sentir dor ou continuas a sentir algum desconforto e então um exemplo típico é um doente que apesar das análises aos exames estarem normais, continuava a sentir dores e fadiga e então eles aqui falam no podcast sobre as queixas como sendo psicológicas sem considerar os exames
00:16:57
Speaker
podem não capturar toda a complexidade do que é que está a acontecer no nosso corpo. E nós, seres humanos, somos muito complexos e não conhecemos o nosso corpo por completo, portanto, às vezes vale a pena, se a pessoa diz que tem, e eu li um livro também, eu não me recordo qual, queria muito me lembrar para poder dizer aqui onde é que tinha lido, mas lembro-me de ter lido de uma rapariga,
00:17:18
Speaker
Ela foi operada e quando foi operada deixaram no bisturi dentro do corpo dela antes de fecharem a parte da coluna após a cirurgia. E o que é que acontece? Ela tinha dores e dores e dores e toda a gente dizia, não, foi operada, está tudo tratado, corre tudo bem com a cirurgia, é da tua cabeça. E andou meses assim, até que quando lhes foram fazer alguns exames conseguiram detectar que o bisturi estava dentro das costas dela.
00:17:47
Speaker
e fizeram a retirada, mas basicamente temos aqui vários problemas em conjunto, mas era tudo da cabeça dela, eles tinham feito tudo bem e não havia stress

Experiências pessoais e efeitos psicológicos

00:17:57
Speaker
nenhum. E isto leva-me no meu caso específico, neste caso sobre endometriose. Eu levei 33 anos a diagnosticar a minha endometriose, a xenomiosis, síndromes ou vários poliquísticos e sinto que eu sou mestruada desde os 11 anos que eu tenho sintomas
00:18:15
Speaker
e desde os 11 anos que os meus sintomas foram sempre colocados de parte e não porque atribuíam a ansiedade e estresse e acharem que eu estava a inventar algumas coisas também mas acima de tudo ignoravam os sintomas porque grande parte dos testes que eram feitos não eram os ajustados para detectar endometriose ou o que quer que fosse ninguém queria saber de onde é que vinham as minhas hemorragias de onde é que vinham as minhas dores
00:18:43
Speaker
E quando eu dizia que as duas eram muito fortes, era desculpa para não trabalhar, era desculpa para não estudar. Passei por sete obstétiras e ginecologistas, foram uns quatro de endocrinologistas.
00:18:58
Speaker
homens e mulheres e todos eles desvalorizaram. Aliás, três anos antes de eu ser diagnosticada tinham sido feitos exames específicos que poderiam ter detectado e estavam nos exames os diagnósticos e foram ignorados com sucesso os resultados dos exames.
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Speaker
E depois, quando fui a um especialista mesmo de endometriose, é que ele conseguiu, mandou fazer outros exames mais específicos que aqueles, mas quando viu aqueles exames três anos atrás, estava indícios de, e depois, entretanto, quando fui efetivamente diagnosticada, tinha uma lesão, por exemplo, do endometriose bastante grande.
00:19:39
Speaker
que se desenvolveu naqueles três anos que ninguém quis saber. Portanto, sei bem o que é. Gaslighting médico.
00:19:48
Speaker
E importa dizer que tu não és um caso único, que a endometriose em média leva 8 a 10 anos a ser diagnosticada, acho que está certo este valor, e que a maior parte das pessoas que sofrem de endometriose e problemas insuliantes passam em média por 7 a 8 médicos até serem
00:20:11
Speaker
diagnosticadas. Portanto, isto não é tu. É muita gente, são muitas mulheres, nomeadamente, a passar por isso e por isso para nós é tão importante falar sobre este tema. Sabemos que é um tema leão logo assim para o segundo episódio, mas acho que é importante porque quando vocês ouvem as vossas amigas,
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Speaker
Se souberem identificar determinadas coisas finais, conseguem ajudar e incentivar a pessoa a procurar um outro médico. A propósito isso, eu li uma frase sobre uma fotógrafa que é doente celíaca.
00:20:50
Speaker
Ela chama-se Shreve Stockton e ela tem uma frase que eu acho que resume isto que tu acabaste de dizer agora. É tão egoísta acreditar que sabemos mais sobre a realidade de outra pessoa do que ela e é uma perda de tempo, porque
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Speaker
Perde-se tempo, perde-se muito tempo e tempo precioso. É preciso ouvir as pessoas, é fundamental. Eu acho que este problema tem duas dimensões muito importantes, que é o tempo que se perde, que se podia estar a tratar um problema de saúde ou a melhorar a condição de vida da pessoa, porque às vezes são problemas crónicos, mas que
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Speaker
o tratar dos sintomas melhore muito a condição de vida da pessoa, mas por outro lado um dano que eu acho que às vezes é quase irremediável, que é este dano psicológico de fazer a pessoa duvidar de si própria, dos seus sintomas, das suas dores, isso impacta tudo, isso impacta a tua percepção de ti própria, a tua... confias na tua intuição. Claro.
00:21:58
Speaker
a forma como tu te sentes e depois isto estende-se às outras áreas todas da tua vida, porque tu começas a questionar-te, tu vais-te questionar nas outras situações, tu vais-te questionar no trabalho, tu vais-te questionar em casa, porque o gaslighting acontece também muito a nível das relações amorosas, mas a verdade é que se
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Speaker
E deste trabalho também. Muitas. E deste trabalho também. E a verdade é que se tu não podes confiar num profissional de saúde, que é alguém que tu... Eu acho que é por isso que o gaslighting também funciona tão bem.
00:22:31
Speaker
que é porque nós nos pusemos esse pedestal que os médicos ocupam, depois quando um médico nos falha, porque isto é um médico a falar-nos, pode ter todos os seus motivos, mas é um médico que nos está a falar, se nós não podemos confiar neste profissional de saúde, em quem é que nós vamos poder confiar?
00:22:52
Speaker
Eu sinto que, e eu lembro-me que no momento em que eu entro no elevador com o diagnóstico feito, a primeira coisa foi, eu comecei a chorar e pensei, primeiro ponto, eu não sou maluca, graças a Deus eu não sou maluca, e depois para o outro lado é, bolas, e agora o que é que eu vou fazer?
00:23:11
Speaker
Quando chega o momento em que ele tem que me dar uma solução, ele volta-me a sugerir tomar a pílula contínua para não ter sintomas e para reduzir os sintomas da endometriose, que se não fosse eu e se não fosse uma pessoa que sou efetivamente curiosa e que vou à procura de informação e que fui ler os estudos que haviam sobre o tema, basicamente eu tinha ficado agarrado tipo uma medicação que para algumas pessoas faz bem e outras não. Eu nunca me senti bem com a pílula, portanto não faria sentido estar a tomá-la.
00:23:39
Speaker
nunca fui por essa via e hoje em dia tenho algumas coisas e algumas formas de o fazer porque como são doenças inflamatórias, se nós tomarmos conta da alimentação conseguimos basicamente controlar mas outras pessoas com quem eu tenho falado e que efetivamente depois são diagnosticadas chegamos à conclusão que às vezes até sou eu
00:24:04
Speaker
que dou algum suporte a essas pessoas e vou-lhes dizendo algumas coisas para elas não estarem ligadas à medicação, mas a realidade é que...
00:24:14
Speaker
é complexo gerir isto tudo porque normalmente qualquer pessoa vai pelo que o médico lhe diz e toma e vai tomar a medicação. Não estou com isto aqui a querer dizer, pessoal, para deixarem de ouvir o médico e não tomar medicamentos, nada disso. A única coisa é, ou eles são também o vosso corpo nesse sentido, eu no meu caso sabia que não me sentia bem capíola de tomas anteriores, não faria sentido continuar a fazer essa toma, ok?
00:24:42
Speaker
Mas nada de não seguir quando tem um diagnóstico, o que é que o médico os passa, porque... Sim, mas acho que é importante... Por acaso tu vejas de uma área, estás profissionalmente ligada à saúde?
00:24:57
Speaker
Certo. E tens conhecimento e tens curiosidade, mas acho que todos nós hoje em dia temos essa possibilidade de procurar e de ir ao clube e de encontrarem está um profissional de saúde que trabalhe convosco, que vos diga que se vocês encontraram uma informação sobre nutrição,
00:25:14
Speaker
seja alguém com quem vocês possam partilhar e dizer, doutora, doutora, acha que visto esta informação faz algum sentido, cientificamente é válido, não é válido? E assim construírem, porque nós sabemos que os profissionais de saúde têm que se dizerem a bom da verdade, que muitos não têm tempo para se estarem sempre a atualizar, nós sabemos que as consultas muitas vezes têm
00:25:38
Speaker
um período definido, principalmente por exemplo um médico de família que tem que ver milhares de pessoas é complicado e então às vezes quando temos esses profissionais que estão dispostos a fazer o trabalho, fazemos o trabalho também com eles, pesquisemos, usamos no fundo da internet para o bem, para encontrar mais sobre o problema de saúde em questão e depois passar pelo
00:26:03
Speaker
crime do médico, no fundo, de trabalhar e encontrarem soluções alternativas, complementares à medicação.
00:26:10
Speaker
É bastante importante também dizer isto que é. Cada um de nós sente as suas coisas e não temos que dizer que não ao médico, mas sim temos que ganhar as nossas ferramentas para conseguir estarmos instruídos para os acompanhar quando falamos com eles e irmos vendo as nossas coisas. Existem muitos bons profissionais em Portugal, basta saber encontrá-los e depois conseguir trabalhar com eles em conjunto. Agora devemos estar informados, não podemos chegar e achar que eles que são
00:26:39
Speaker
Deus no céu e eles na terra. Não é bem em suprismo. Eu acho que a postura, exatamente a postura não pode de todo ser essa. Eu acho que é um bocadinho como na medicina, nem eu ia dizer isto antes que é. Nós, por exemplo, em terapia,
00:26:57
Speaker
Pode não ser o primeiro terapeuta. Às vezes muitas pessoas têm que ter três, quatro, cinco terapeutas porque tem que haver ali uma empatia entre doente e paciente que funciona, não é? E nós temos isso estabelecido em relação à terapia, em relação à psicoterapia, ao psiquiatra.
00:27:17
Speaker
médicos desse foro. No entanto, nos outros, não sei porque, não temos essa postura e temos inclusive algum pudor, algum peijo em procurarmos uma segunda opinião. Temos que estar a sofrer de uma coisa gravíssima ou então cobrarem-nos um valor absurdo para nós iremos pedir uma segunda opinião. E é tipo, confiem no vosso instinto.
00:27:40
Speaker
Diz-se que as mulheres têm um sexto sentido, eu acredito plenamente nisso, acho que temos seis, sete, oito, muitos mais se nos ouvirmos, mas é uma coisa que acho que é transversal ao ser humano. Se vocês estão a sentir que não estão a ser bem atendidos, que não estão a ser ouvidos, que é uma coisa fundamental, que não vos estão a ouvir,
00:27:59
Speaker
Pá, procurem outro profissional de saúde. Eu sei que é lixado porque muita gente depende do Sistema Nacional de Saúde e muita gente não pode ir, como quem tem a possibilidade, tem um seguro ou tem mais dinheiro consegue ir a um privado e consegue procurar outros profissionais. É verdade, no Sistema Nacional de Saúde é difícil. É pá, mas ainda assim, queixem-se. Para fazer um resumo então de quais são as consequências do gaslighting,
00:28:24
Speaker
As consequências existem, as consequências psicológicas, que é a análise de como o gaslighting pode levar à ansiedade, à depressão e a uma perda de confiança em si mesmo e nos profissionais de saúde. Portanto, esta é a principal consequência. Depois, efeitos na saúde física. O discutir sobre o impacto de diagnósticos incorretos ou atrasados no caso, por causa do gaslighting, resultam em tratamentos inadequados e também numa
00:28:54
Speaker
numa condição de saúde que vai piorar, automaticamente, dúvida e autocensura, o que significa que os doentes, neste caso, começam a duvidar das suas próprias percepções e a hesitar em buscar cuidados médicos, o que pode resultar em diagnósticos tardios e incorretos, e ainda o comprometimento de uma relação médico-doente, neste caso, que é o doente perde a confiança no profissional de saúde, o que dificulta futuros tratamentos e cuidados.
00:29:19
Speaker
Tenho aqui também alguns pontos de como é que podemos prevenir ou responder ao Gaslighting Médico, mas deixo-te primeiro falar dos teus pontos, Andréia, e depois eu resumo os meus. É, sim, os meus não são nada científicos, isto foi as minhas tóticas da minha experiência de vida.
00:29:37
Speaker
de 30 a 7 anos e está para lutar com esta minha ansiedade médica. Pronto, além de ter a lista, eu tenho a lista negra dos médicos e a lista dos bons e pronto, eu vou sempre a esses, faço sempre essa notinha. Eu tento sempre saber alguma coisa do médico online, porque
00:30:00
Speaker
A internet também existe para isso e muita gente a dizer, foi bom, não é, foi bom. Não, não vou ver o Instagram do Médica, atenção, vou pesquisar no Google. Alguns deles são influencers, portanto... Alguns deles são influencers, pronto.
00:30:16
Speaker
Não é o caso. Eu vou pesquisar o nome dele, vou ver, por exemplo, muitas vezes nos hospitais tem a formação deles, para saber se eles têm mais uma especialidade ou outra e se vão ter mais ou menos interesse naquilo que eu tenho para dizer. E pesquisar alguma review, porque infelizmente em Portugal isso ainda não se pratica, mas, por exemplo, no Brasil, nos Estados Unidos, muito um roster de médicos e as pessoas escrevem as suas avaliações.
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Speaker
É muito importante, Malta, não pensem que os médicos são ou devem ser imunes às reclamações e nós devíamos reclamar, reclamem, porque eu penso não tanto em nós, mas na pessoa que vai a seguir, na pessoa que vai ser atendida por ele. Eu tento saber alguma coisa sobre aquele médico online.
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Speaker
Eu escrevo para me obrigar a não... porque às vezes eu fico um bocadinho desarmada logo no início da consulta. Quando eles são assim muito coisa eu fico logo desarmada. O que é que eu faço? Eu levo uma lista de sintomas e de preocupações que eu tenho e eu obrigo-me a percorrer com alma. Eu abro o meu telemóvel e eles fartam-se rir. Normalmente os médicos riem, certo? Mas o que é que você tem mais escrito?
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Speaker
Eu vou pontaponto porque eu tenho propostas sobre aquilo. Vai ser uma lista de supermercado. Lista de supermercado de sintomas e eu abrigo-me. Tipo, eu não quero saber se eu tenho vergonha. Também sou eu a gerir a minha ansiedade e a minha vergonha, não é?
00:31:39
Speaker
E definir um objetivo também de consulta, que é do género, eu quero sair daqui com esta solução eventualmente. Exatamente, ou eu quero saber se isto... Pá, eu quero tirar as minhas preocupações da cabeça, eu não quero saber se eles têm 15 minutos ou 2 horas, eu estou ali, tenho aquela marcação e eu quero que eles me ouçam. E também eu vejo logo a abertura para eles ouvirem determinadas coisas.
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Speaker
E, sobretudo, se eu sentir que não estou a ser bem atendida, que não... Se eu tenho uma intuição de que o médico não foi fixe, a médica não foi fixe, eu vou pedir uma segunda opinião. Eu vou procurar outra profissional. Porque, pá, isto é a vossa saúde, é a vossa vida, era como André dizia bem, é tempo que vocês estão a perder que não estão a tratar alguma coisa.
00:32:29
Speaker
Pode ser uma coisa que não tem grande impacto, mas pode ser uma coisa que tem muito impacto. E nem que seja do ponto de vista psicológico, vocês terem as vossas preocupações validadas e sentirem-se ouvidos.
00:32:42
Speaker
Da minha parte, eu tenho um ponto porque como trabalho lei e ligada à área da saúde, faço aqui um apelo que existe uma importância muito grande em haver uma educação contínua aos médicos.

Melhoria e educação contínua na saúde

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Speaker
E às vezes não é a nível científico, porque a nível científico eles têm sempre algum impacto e vão tentando sempre se manter atualizar. Os de especialidade e etc. têm que estar em cima dos últimos estudos, das últimas informações, portanto,
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Speaker
e até mesmo numa relação mais com a indústria farmacêutica, isso acontece em termos de formação científica. A certas coisas como ter empatia com o doente, a ver em certas políticas que exijam não um tempo de consulta, mas também uma escolta ativa e o respeito pela experiência do doente,
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Speaker
São coisas que não são ensinadas com relativa frequência, que acho que deve ser instituído. Portanto, fica aqui este apelo às entidades com quem os médicos trabalham e que, se calhar, podem exigir esse tipo de métricas também, mais do que o tempo de consulta, o respeito pelo doente e também por uma escuta ativa. Acho que é importante. Olhando um bocadinho à minha experiência própria, eu digo-vos que quando passei por vários médicos, o que eu comecei a fazer foi um diário, basicamente, das minhas consultas.
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Speaker
das minhas consultas e daquilo que eu tinha como os meus sintomas, por exemplo, o que é que eu comia e o que é que inferia com aquilo que eu tinha, quais eram os sintomas e quanto tempo é que eles duravam e qual era a intensidade de dor, etc. Ou seja, para vocês depois terem uma justificação, uma capacidade, porque eu digo que nas minhas primeiras consultas eles perguntavam-me, ah, mas quanto tempo é que dura a sua menstruação? Quanto tempo é que tem dores? Quantas cólicas é que são? Como é que sai? Qual é o fluxo? Sei lá, senhor.
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Speaker
uns 50 meses assim, ostado, não tenho capacidade para registrar isto tudo. Faça o trabalho de casa, não é? Fazer um bocadinho de trabalho de casa. Tirar notas para não nos esquecermos, porque depois que não temos estes fatos para lhes dar, eles depois também facilmente olham e pensam. Se não sabem é porque não tem dor assim tão forte, não é? Porque que passou.
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Speaker
e então é mais fácil desvirtuar a nossa experiência. Para além disso, sempre que vocês façam uma passagem, uma comunicação dos vossos sintomas de uma maneira eficaz, como é que se podem proteger mais? Advocacia em saúde, ou seja, vocês procurarem alguém que seja um amigo, um familiar,
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Speaker
vocês próprios e fazerem a defecacia e defenderem aqui estas questões de saúde. É aquilo que eu tenho feito desde que descobri as minhas, que é um bocadinho ir falando com as outras pessoas e alertá-las. Acima de tudo, tentar combater com a confiar na nossa experiência, ou seja, se os nossos sintomas estão a ser desvalorizados, no entanto, continuar a confiar no nosso corpo, porque o nosso corpo está a nos dizer qualquer coisa. E nós conhecemos o nosso corpo melhor do que ninguém.
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Speaker
nenhum médico vai conseguir ter essa experiência por nós. E depois, acima de tudo, procurar apoio noutras pessoas, porque efetivamente existe para algumas doenças crónicas grupos de apoio,
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Speaker
Se formos cuidadores, podermos procurar também ajuda, tipo nesse sentido. E os nossos amigos, os nossos familiares são pessoas próximas que podem nos ajudar a validar as nossas preocupações e até podem ter alguma coisa similar que nunca foi conversada e acabar por chegar à conclusão.

Conselhos e recursos para ouvintes

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Speaker
Depois tenho aqui umas recomendações de alguns conteúdos extra sobre o tema. Não sei, Andréia, se queres acrescentar alguma coisa?
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Speaker
Não quero dizer que um outro facto estatístico com o qual eu vos quero deixar, está estatisticamente comprovado que as mulheres têm uma maior probabilidade de verem os seus sintomas serem atribuídos a uma condição mental.
00:36:42
Speaker
Não é por acaso que as mulheres nos tempos passados, muitas décadas, eram entrenadas em sanatórios e que este dia é uma condição associada às mulheres. Isto é a gaslighting no seu melhor quando ainda não havia nome para o fenómeno. Acreditem em vocês e na vossa intuição. Acho que isto é o...
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Speaker
Acho que se calhar é assim um sound bite que eu quero mais deixar deste episódio. Não é da vossa cabeça. Muito provavelmente não é da vossa cabeça.
00:37:24
Speaker
E estas recomendações que eu tenho para vos deixar, acho que vos podem ajudar a entender isto que a Andréa vos disse. Sou super de Mayim Bialik, ela tem um podcast e no podcast dela ela fala sobre vários temas destes também e é super importante ouvir grande parte dos episódios que ela faz.
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Speaker
E, para além disso, o livro Mulheres Invisíveis Como os Dados Configuram o Mundo Feito Pelos Homens, da Caroline Criado Perez, que tem vários capítulos com dados específicos, estudos e outras tantas coisas que justificam exatamente isto que a Andréia falou, que as mulheres e a saúde da mulher são sempre pouco pesquisadas e temos sempre as nossas queixas
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Speaker
associadas a algo mental. E essa é uma das razões porque eu sempre que vou ao médico acredito que as queixas são sempre na minha cabeça.

Encerramento e convite ao compartilhamento

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Speaker
Obrigada por nos terem ouvido. Ficaram com nós que isto foi um episódio um bocadinho mais longo, mas sabemos que também merecia pelo tema, ainda havia aqui coisas importantes também para dizer. Dizer que vamos pôr todas estas referências
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Speaker
na descrição. Se quiserem partilhar conosco também as vossas histórias, aquilo que partilhem, partilhem, se não quiserem partilhar conosco, partilhem com as vossas amigas, com as vossas mães, com as vossas avós e tias, porque é assim neste passo a palavra, muitas vezes nós encontramos apoio e validação que nos falha de outros lados.
00:39:03
Speaker
E é assim que fazemos a diferença com este podcast também. Exato, queremos fazer diferença. Obrigada por nos terem ouvido. Obrigada. Este é o Ela por Ela, onde a conversa é sempre entre amigas.
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Speaker
e