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A Verdade sobre as Dietas (Spoiler: Não funcionam) - Parte 2 image

A Verdade sobre as Dietas (Spoiler: Não funcionam) - Parte 2

S1 E10 · Ela por Ela
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98 Plays10 months ago

Hoje vamos falar dos tipos de dietas e recomendações para serem também dietólicas em desconstrução.

👇 Índice

00:00:00 - Introdução

00:00:25 - Feedback à parte 1

00:01:38 - Dietas e dietas

00:07:07 - Consumir algo específico ou restrição de certos alimentos, esqueçam

00:07:27 - As consequências e informação relevante

00:13:55 - Dicas e conselhos

00:41:35 - A componente social

00:43:01 - Últimas dicas

00:50:41 - A fase da vida importa

00:54:06 - Conclusão

💡 Inspirações e recomendações referidas por ordem de menção:

Mariana Chaves - Aprender a Comer - https://www.goodreads.com/book/show/216002267-aprender-a-comer

Glucose Revolution - https://www.goodreads.com/book/show/58438618-glucose-revolution

The Glucose Method - https://www.goodreads.com/book/show/62919439-the-glucose-goddess-method

🧐Onde nos podes encontrar:

https://www.instagram.com/elaporelapod/

👋Tens ideias para temas? Gostavas de vir falar connosco?

Envia-nos uma DM no Instagram @elaporelapod

Transcript

Introdução ao podcast e boas-vindas

00:00:00
Speaker
Olá, eu sou a André Balacó e sou uma dietólica em recuperação. E eu sou a André Candide Saraiva e sempre fui avaliada pelo meu corpo. Bem-vindos ao Ela por Ela, onde a conversa é sempre entre amigas.

Feedback e cultura de shaming

00:00:27
Speaker
Olá, bem-vindos de volta. Recebemos algumas mensagens vossas sobre a primeira parte deste episódio. Muito interessante. Mexeu com algumas coisas, assim como nós lembrávamos. Não vamos fazer shaming ninguém, nem cancelar ninguém, para não acreditamos no shaming nem nos cancelamentos.

Desconstrução de dietas e restrições

00:00:47
Speaker
E segundo, nós próprias ainda somos diatólicas em desconstrução, é importante.
00:00:52
Speaker
Não temos nada a apontar. Se vocês acharem que o nosso caminho é pela via livre de dietas, bora. Esta segunda parte é para vocês. Se não for, estamos aqui e esta segunda parte é interessante na mesma. Confere.
00:01:09
Speaker
Portanto, vamos agora falar de tipos de dietas, alguns dos tipos mais comuns e mais badalados nos últimos tempos e vamos também falar um bocadinho daquelas duas nossas recomendações para vocês se libertarem e saírem da rodinha do rato, se isso vos fizer sentido.

Problemas das dietas populares

00:01:29
Speaker
Como lidar com isto e espero que seja tão impactante quanto a primeira parte. Isso, então voltamos exatamente onde parámos da última vez.
00:01:38
Speaker
aqui. Ah, mas dietas e dietas. Na minha cabeça, vocês repararam, sempre alguém a dizer, ah, mas... pronto. Então, este é o meu prompt. Ah, mas dietas e dietas. Sim, dietas e dietas. Então vamos fazer assim, rapidamente. Dieta keto.
00:01:57
Speaker
Cetogénica. Cetogénica. É uma dieta baixa em hidratos, extremamente baixa em hidratos, alta em gorduras, com intenção de colocar o corpo naquilo que se chama o estado de cetose, em que queima a gordura para obter energia em vez de carboidratos. O que é que é extrema? A restrição severa de hidratos, normalmente abaixo de 50 gramas por dia, faz com que seja difícil manter a longo prazo e resulta em deficiências nutricionais.
00:02:21
Speaker
Além disso, o foco excessivo em gorduras, especialmente gorduras saturadas, leva a preocupações como o impacto a longo prazo na saúde cardiovascular e efeitos colaterais, fadiga, constipação, mau hálito, irritabilidade e deficiências em vitaminas e minerais.

Impactos do jejum intermitente

00:02:36
Speaker
Dieta do jejum intermitente. Esta dieta normalmente funciona em certos períodos do mês ou durante x horas. Por que é que é extrema? A restrição calórica pode, durante os períodos de jejum, pode ser muito difícil de seguir e pode causar desequilíbrios hormonais, fadiga e outros problemas de saúde se não for altamente supervisionada. Efeitos colaterais. Hipoglicémia. Portanto, esta é a oscilação dos níveis de glicose no sangue. Nós falamos que é possivelmente as piores coisas.
00:03:04
Speaker
para o corpo e para acumular gorduras e outras coisas, cansaça, extrema dificuldade de concentração, problemas digestivos e distúrbios alimentares.

Desafios da dieta de alimentos crus

00:03:14
Speaker
Dieta dos alimentos crux, envolve consumir alimentos apenas na sua forma não cozida e não processada, frutas vegetais nozes, esmentes, grãos e em alguns casos produtos lácteos não pasteurizados e carne crua. Nossa!
00:03:27
Speaker
Porque é que é extremo acho que dissemos. Além disso muitos alimentos cozidos são nutritivos e proporcionam proteínas e outros nutrientes essenciais. Isso é uma coisa interessante se vocês forem interessados em comida perceber que coisas por exemplo a cenoura que tem mais benefícios consumir crua do que
00:03:44
Speaker
cozida, mas depois outros. Por exemplo, os pinafres são melhores cozinhados do que cruz, porque cruz tem um componente, eu não sei o nome, que não é tão interessante para nós, para nós consumirmos. Portanto, é melhor serem cozinhados do que não. Isso pode ser uma coisa interessante vocês explorarem-se. outros alimentos que são assim também. Exatamente. Temos assim alguns outros. É isso, coisas que... É importante conhecer a nossa caixa negra, mas também conhecer os alimentos e ter alguma curiosidade sobre
00:04:13
Speaker
A Jessie fala exatamente sobre isso em relação às sopas, que nós como trituramos tudo normalmente para fazer os cremes. E porque quebramos a fibra. Ela diz que quebramos normalmente os nutrientes dos alimentos e então a sopa não é tão rica para ti do que se comeres uma boa salada ou alguma coisa tipo com os alimentos em si não triturados.
00:04:35
Speaker
Exato. Os efeitos colaterais desta dieta, os elementos cruz, deficiências nutricionais, especialmente vitamina B12, ferros e proteínas, risco de intoxicação alimentar é altíssimo. Dietas

Críticas às dietas líquidas

00:04:47
Speaker
dos sumos, acho que todos vimos esses sumos que são, que estamos a ver sumos o dia todo.
00:04:53
Speaker
São os detoxes, exatamente, porque precisamos desintoxicar o corpo. Vamos ver que nós temos uma coisa que desintoxica o corpo. É um órgão, é o fígado. Existe todo um órgão para desintoxicar o nosso corpo. Nós não precisamos de fazer detoxes. O detox é outra coisa das dietas que foi criado especificamente pela indústria das dietas. O corpo não precisa de desintoxicar.
00:05:16
Speaker
Ele vem equipado com as coisas que precisa. Ele vem equipado com aquilo que é preciso. Porque é que é extrema, elimina por completo os alimentos sólidos e as proteínas. Fun fact, não sei se vocês sabem, mas tudo o que é líquido o nosso corpo assimila com ainda maior rapidez. Portanto, smoothies, os chumos de frutas super
00:05:37
Speaker
saudáveis, sumo de laranja malta, é coisa que vocês acham que é saudável e não é saudável, é açúcar puro, sem fibra, não tem qualquer benefício e vai ser assumido, vai ser assimilado no corpo, olha, assim, rapidinho, rapidinho, vocês vão assimilar aquele açúcar todo, é basicamente açúcar em forma líquida, mas como é fruta... Pique de glicose. Pique de glicose, aliás.
00:05:59
Speaker
Tive uma pessoa amiga que ficou quase em coma diabético, porque entrou num hospital, tipo, depois de uma dieta de sumos, com a glicemia, tipo, em 500 e qualquer coisa, portanto, foi automaticamente, foi ficar diabética. A tomar encelina, portanto, tomar atenção, por favor, porque às vezes as dietas não ajudam nem a perder peso e não nos deixam com outros problemas que tais.
00:06:28
Speaker
O que é que fazem estas dietas líquidas? Perda de massa muscular, cansaço extremo, quedas nos níveis de energia, deficiência de nutrientes e distúrbios alimentares.

Relação disfuncional com comida

00:06:40
Speaker
E a cereja no topo do bolo é que a rápida perda de peso que nós vemos nestas dietas muitas vezes é perda de água e músculo e não perda de gordura. E pronto. Tinha aqui a dieta da sopa, mas é mais ou menos a mesma coisa.
00:06:55
Speaker
Sendo que a sopa pode ser feita com, pode ser mais interessante nutritivamente, porque tem o gumes e... Mas se tudo que seja consumir é uma coisa. Sim, mas sopa não. Pá, resumindo e concluindo.
00:07:07
Speaker
Tudo o que leva a sua consumição a uma coisa específica ou restringindo algum alimento, esqueçam. Tudo que tem esta narrativa de, este alimento é lixo, isto é bom, isto é mau, pá, afastem-se dessas coisas, porque isso é a mentalidade de dieta a sucerrar-nos ao ouvido e a encher-nos o ouvido de coisas que não interessam.
00:07:27
Speaker
A maioria das dietas tem resultados meramente temporários. Pode ter impactos definitivos na vossa saúde, mas tem resultados temporários e leva muito a este efeito a ioiô e aumentar o vosso intervalo de peso. As dietas são responsáveis por criar uma relação completamente desfuncional com a comida, promovem transtornos alimentares. muita gente que está no limiar do transtorno alimentar.
00:07:51
Speaker
As dietas reforçam o preconceito contra as pessoas que têm corpos fora do padrão e promovem a discriminação. A indústria da perda de peso que é toda a gente, todos estes livros, tudo o que... os alimentos light, os alimentos naturais saudáveis, não sei o que, que têm os símbolos, mas não sei se vocês sabem, mas existem poucos
00:08:11
Speaker
selos que têm algum tipo de fundamento científico. Alimentos, por exemplo, um alimento dizer que é natural e com menos gordura e que não sei o que, podem ser estampes que eles têm nas embalagens e que na verdade não correspondem a nada. Não têm verdade científica, não são aprovados

Entendendo o Nutri-Score

00:08:27
Speaker
por ninguém. Convém-se entender muito bem o rótulo. Convém ler o rótulo, utilizem também o semáforo
00:08:33
Speaker
que vos diz a nível de gordura e de sal, o que é interessante ou não é que aquele alimento é muito fácil de utilizar. Por acaso era uma coisa que eu tinha a perguntar, ou surgiu na pesquisa também a questão do sistema Nutri-Score, que surgiu ultimamente em relação aos alimentos.
00:08:53
Speaker
O NutriScore é fixe, ainda não está perfeito. Eu li agora recentemente um livro da doutora Mariana, eu acho que é Mariana Chaves, exato. É o Aprender a Comer? O Aprender a Comer, ela é autora do podcast Aprender a Comer na Rádio Observador e eu comprei o livro dela porque eu ouvia na prova oral e achei super interessante. E é muito interessante porque ela vai buscar toda uma série de fundamentos científicos, inclusive os do livro da Jessy,
00:09:21
Speaker
e ensina-nos muito a comer bem. É muito focado nisso e não na questão da cena restritiva, de nos dar regras para seguirmos. Se quiserem ler um livro que é bastante completo, eu que li muita coisa, acho que resume muito bem, explica muito bem essa parte e ela fala do NutriScore e fala também da importância de sabermos ler
00:09:44
Speaker
os ingredientes e porque é que os ingredientes que aparecem em maior, primeiro são os que têm maior quantidade. No fundo conseguimos desmistificar o packaging enganador de alguns alimentos. muito isso. Isso também foi uma coisa que eu lembro que me chegou quando eu comecei a aprender sobre isso, que é essa coisa de uma marca pode alegar uma série de afirmações que não são verdadeiras e não são verificadas por ninguém.
00:10:07
Speaker
muitos selos desses no packaging e que se nós não tivermos a cena de ler ou se nós não compreendermos os valores, pode ser complicado desmascararmos ou não sermos enganados por isso. Então, ela explica o Nutri-Score, o semáforo e também a parte dos ingredientes, acho que é muito fácil. O Nutri-Score, eu acho que está a ser cada vez mais aperfeiçoado, que eles foram identificando algumas falhas e acho que é uma medida até bastante fixe para nós seguirmos.
00:10:36
Speaker
Depois a busca... Não faz mal. A busca pelo corpidial traz recursos psicológicos e sociais muito elevados. Reparem que

Convívio social na alimentação

00:10:45
Speaker
nós temos uma tendência de nos isolarmos e deixarmos de ser tão sociais quando estamos a fazer a dieta, porque não queremos ser confrontados com o objeto do nosso desejo, a nossa restrição. E uma coisa interessante é que agora não sei se sabem, mas a nova pirâmide dos alimentos, uma das coisas que inclui
00:11:03
Speaker
é o convívio alimentar. Portanto, faz parte de uma vida equilibrada, de uma alimentação equilibrada, o convívio social, ainda que não seja tipo Natal, comer, enfardar, mas tipo, isso também faz parte, isso também é uma coisa que deve estar na balança e a dieta faz muito isso.
00:11:26
Speaker
Eu acho que ajudam muito a equilibrar a questão da nossa relação com a alimentação e a nossa saúde mental também. É pensar um bocadinho, acho que é importante vocês refletirem o quanto psicologicamente vos pesa esta coisa da dieta, esta cultura do corpo padrão e o que é que isto vos impactou na vossa vida e o que é que vai continuar a impactar e de que forma, por exemplo, as pessoas que têm filhos
00:11:50
Speaker
de que forma é que nós vamos passar toda essa lavagem cerebral também para os nossos filhos, com os comentários que fazemos. Reparem, eu noto agora que tenho um filho bebê, ele tem um anime praticamente. Pai, eu ouço muita coisa. As pessoas fazem muitos comentários, não acerca do Francisco, mas de outros bebés,
00:12:09
Speaker
que se perfeitamente que este estigma muito interiorizado e que começa logo desde pequenino. Assim como as raparigas desde pequeninas que aprendem que ser bonita e ser magra e não fazer muito barulho e não incomodar muito é que é bonita, é que é bom, é que é de menina boa. tantas outras coisas, tantas expressões gordofóbicas que se utilizam em relação às crianças e que é preciso ter cuidado porque os miúdos
00:12:30
Speaker
são servidores de informação e interiorizam coisas muito cedo. Portanto, eu

Impacto da cultura do corpo padrão

00:12:37
Speaker
acho que nós libertarmos-nos destes estigmas, fazermos nós esse trabalho para não passarmos para as gerações seguintes e também porque, e nós vamos fazer um spoiler, nós vamos fazer um episódio sobre isso, o culto da beleza e da magreza e de... Isto está mais forte do que nunca e está mais prejudicial... Não é isso que você fala com os redes sociais?
00:12:59
Speaker
está mais prejudicial do que nunca e portanto nós devemos às gerações que vêm mudarmos um bocadinho a nossa cabeça a esse respeito. Depois, a definição de saúde neste momento é extremamente incompleta quando nos focamos apenas no peso e na aparência.
00:13:15
Speaker
Alguém que bem aparentemente dentro do padrão, pode não ser de todo um indivíduo saudável e vice-versa. Portanto, peso e aparência dizem muito pouco acerca do nosso estado de saúde. E comer intuitivamente, isto é a minha convicção, comer intuitivamente e aceitar que existe saúde em vários corpos, em tipos de corpos diferentes.
00:13:37
Speaker
que se pode ser saudável com vários corpos diferentes, eu acho que é o caminho. Deixar-se fazer esta associação de as pessoas que saem ao padrão são preguiçosas, são... Percebem? Isto é extremamente problemático e foram coisas que nós associámos muito cedo na vida. Tenho alguns conselhos, Andreia, não sei se queres dizer mais alguma coisa, tenho alguns conselhos daquilo que eu acho pode funcionar, daquilo que funciona comigo.
00:14:02
Speaker
Sim, eu também tenho aqui algumas dicas, depois também tenho algumas coisas um bocado associadas e que eu acho que é importante, porque no caso das mulheres, no caso da saúde mental especificamente, eu acho que isto tem um impacto muito grande a nível mental e cognitivo inclusive, tem a ver com o facto de, se somos mais cuidadoras,
00:14:23
Speaker
que é o normal, normalmente o papel mais principal na mulher, vais negligenciar a tua própria saúde mental e a tua alimentação, às vezes, por causa disso. E eu digo isto porque noto que é comum quando começas a ficar um pouco mais estressada, um pouco com mais trabalho, um pouco com mais coisas para ver, para fazer e não sei quê. E isto, por exemplo, foi

Expectativas sociais e saúde mental das mulheres

00:14:45
Speaker
o ponto onde eu cheguei agora.
00:14:46
Speaker
porque como estou com muito mais coisas para fazer e não sei o quê, o alimentar-me corretamente é uma coisa que eu começo a olhar e a pensar. Mas para quê? Para quê que eu me vou dar ao trabalho? É mais uma coisa na minha cabeça. Não quero. E então acabamos por por o papel de...
00:15:01
Speaker
cuidador e o papel de suporte para tudo o resto que na nossa vida menos para nós. E isso também acho que é um ponto que vem de outras coisas para trás, que falámos para trás, mas que convém ter esse ponto que acho que é um bocadinho de self care, que é olharmos para a nossa relação com a comida e com a alimentação e percebermos o que é que isso na nossa rotina tem impacto ou não tem e como é que podemos equilibrar isto com a nossa saúde mental. Outro ponto tem a ver com a parte do envelhecimento,
00:15:28
Speaker
e como tenho falado agora muito com muitas pessoas sobre as fases especificamente mais comunheiras, neste caso sobre a fase da menopausa, perimenopausa, as alterações que a pessoa tem e estarmos a falar aqui também de que eu quero ter uma alimentação e uma relação com a minha alimentação saudável para ser uma pessoa mais velha. Quando for mais velha ter mais saúde e isso tudo. Acho que é uma coisa que está um bocadinho mais nas gênesis agora que é o
00:15:52
Speaker
o slow aging, o que se chama tipo o movimento slow aging e que está integrado também com a nossa autoestima e eu acho que esta questão da alimentação, quanto mais a gente vai portelando esta nossa relação e esta nossa capacidade de gerir isto e se continuarmos com estas dietas yoyo o resto da nossa vida, para além de passarmos para outros é, o nosso envelhecimento não vai ser muito favorável.
00:16:14
Speaker
É importante uma abordagem a este tipo de coisas que para além da aparência física e com um foco muito maior na nossa saúde e no nosso bem-estar na generalidade. Acho que é o ponto mais importante em termos de envelhecimento, que seja saudável e que seja ativo.
00:16:31
Speaker
para o final da nossa vida. Isto porque eu vejo, por exemplo, por exemplo, o craço dos meus avós, que acho que eles nunca fizeram dietas per sim, mas também nunca foi uma coisa tipo muito presente na vida deles. E quando chegou ao final eram pessoas tipo super doentes, polimedicadas, essas coisas todas, e acaba por ser uma dificuldade depois no envelhecimento de conseguir resolver várias coisas. Portanto, acho que
00:16:56
Speaker
na gene de uma boa alimentação é sempre um bom primeiro passo para um envelhecimento ativo e mais saudável. Em termos de dicas práticas, muitas devem ser as que tu tens, por isso não vou eventualmente repetir, depois complemento, mas deixo um ponto específico e que me é muito
00:17:13
Speaker
muito querido que tem a ver com o equilibrar os hormónios e, neste caso, a nossa saúde menstrual, tipo, muitas mulheres que têm endometriose, síndromes ovários foliquísticos, que entram na menopausa, em que alimentos e isso também é uma coisa que falámos para trás, que é o conhecer os alimentos é importante, mas existem certos grãos integrais, certos vegetais, certas sementes, certos alimentos que são de evitar porque são bastante inflamatórios na parte hormonal,
00:17:42
Speaker
E portanto, conhecerem esses pequenos alimentos os facilita-vos depois nestas fases mais específicas da vida e para quem não tem estas doenças especificamente hormonais, pelo menos nem que seja na fase menstrual. Para além disso, queria vos relembrar que perfeição não é o objetivo, ou seja,
00:17:59
Speaker
reforçar que um estilo de vida saudável é sobre consistência e não perfeição. Ou seja,

Sinais de saciedade e regras alimentares

00:18:05
Speaker
é importante construir uma relação positiva com a comida. Não nos sentimos culpadas caso tenhamos necessidade de ter um momento de indulgência que todos nós precisamos de vez em quando.
00:18:15
Speaker
Excelentes pontos. Eu vou dizer aquilo que eu acho que ajuda. Acho que ajuda muito mandarem as regras das dietas pela janela. Tudo aquilo que vocês acham que sabem, tipo comer de 3 em 3 horas, comecem a escutar o vosso corpo. Quando é que vocês têm efetivamente fome, permitam-se comer alimentos que vos dão prazer, que vos trazem prazer. Sobretudo acho que para quebrar com esta mentalidade é preciso isso.
00:18:44
Speaker
Porque isto é uma mentalidade e está enraizado em nós. Portanto, nós vamos ter que começar a olhar para as coisas. É um bocadinho um shift da percepção. Portanto, praticar comer de forma intuitiva. Se calhar durante uns tempos, largarem o telemóvel enquanto estão a comer ou a televisão. Se uma coisa que vos distrai muito e faz com que vocês comam sem pensar. Tentem desfrutar da refeição, comer as coisas. Tipo, verem até onde é que estão cheios. Se calhar se estão a sentir que estão de muito
00:19:13
Speaker
levar um bocadinho menos. No fundo o que é que acontece? Nós desde pequenos, e isto ainda não falamos aqui, nós desde pequenos que fomos ensinados a comer até a comer tudo o que está no prato. Desculpa mãe, porque eu sei que a minha mãe vem. Mas isto é errado. Desculpem mães de toda essa geração que eu sei que vocês faziam pelo melhor e que queriam que nós coméssemos. Mas a verdade é que isto é errado. Nós devemos comer
00:19:36
Speaker
A minha sogra ainda é assim, parece que não gostei da comida. Sim, exatamente. E eu também faço isso, eu também tenho que me contrariar com o Francisco porque nós sabemos o que é bom para as crianças e eu não estou a dizer que nós não devemos fazer esse fílder, que nós não devemos oferecer-lhes comida boa, comida interessante,
00:19:57
Speaker
Mas nós não devemos forçar as crianças a comer até ao fim, porque isso faz com que nós ignoremos os nossos sinais de saciedade, os sinais de saciedade que o corpo nos dá. E isso é uma coisa que nós depois levamos para a vida toda. Nós deixamos de ouvir o nosso corpo e isso segue-nos para o resto da vida. Mas sabes que eu sempre senti...
00:20:17
Speaker
Esse ponto que é o, nós sabemos o que é melhor para as crianças, mas também um outro ponto que existe esse shaming, pelo menos eu tenho sentido isso muitas vezes, que é vais comer tipo com um grupo de pessoas e não sei o que tipo e pedes aquela, aquele prato tipo e vem tipo mais do que aquilo e eu para mim tipo eu tenho uma estuma muito pequena, tipo consigo consumir muito pouca comida, sempre fui um pizca a comer na realidade e como devagar.

Hábitos alimentares da infância

00:20:41
Speaker
Portanto eu tenho um shaming que é, primeiro é gente eu estou no café e tu ainda estás a comer. Exato. Tipo ela apressarem tipo eu comer tipo que é logo um bullying tipo fulcral. Que eu tento ignorar com sucesso graças a Deus porque eu gosto de comer devagar, tipo vou comer devagar, não vou comer mais depressa porque as pessoas insistem. E depois outra que é, não tens vergonha de deixar a comida no prato, tanta gente que está a passar fome.
00:21:05
Speaker
Mas isso é a prova de que nós temos isso muito enraizado. Nós temos isso muito enraizado. Nós continuamos a transmitir isso. Nós, a vida toda, ouvimos isso, não é? Ah, e os meninos em África. Toda a gente ouviu isso, eu acho.
00:21:20
Speaker
Eles eram eles a dizer, eu quando tinha, quando tinha a tua idade, não tinha para comer. Era uma sardinha para sete. Todos nós ouvimos essas coisas. E percebe, isso também tem um contexto histórico, não é? E social. Mas pronto, agora que nós estamos numa fase em que à partida, para a felizmente onde nós vivemos, as pessoas, a maioria tem o que comer. Obviamente que ainda temos taxas de pobreza que deviam ser inexistentes, mas a maioria tem o que comer. Acho eu, espero não estar a dizer-lhe uma barbaridade.
00:21:48
Speaker
Se vocês têm abundância em casa, não quer dizer que os miúdos tenham que comer as coisas até o fim. A minha pediatra explicou uma coisa super curiosa, que os próprios miúdos fazem esse filtro do que é que precisam, que tipo, uma altura que uma semana que querem comer carne, carne, carne, carne, carne, depois outra semana que comem as batatas, depois outra que querem os legumes. Ela diz que eles próprios, eles ao contrário de nós, estão muito mais sintonizados com aquilo que são os sinais do corpo e com aquilo que o corpo precisa e portanto eles próprios sabem
00:22:16
Speaker
Nós perdemos isso quando nos viramos adultos, mas perdemos muita coisa. Eu acho que a gente tem ficado na época da criança desde sempre. Sim, nós perdemos porque as nossas mães e os nossos avós nos obrigavam a comer até acabar o que está no prato. Quantas pessoas nós não conhecemos que ficaram sentadas à mesa até a comida ficar fria? Quantas pessoas é que nós não conhecemos... Não, e obrigarem-te a comer coisas tipo, por exemplo, aconteceu comigo, até hoje eu não consigo e abomino dobrada.
00:22:43
Speaker
Porque a minha avó que não está e a minha mãe tipo acharam que é. Tipo, comeste o brato alguma vez na vida? Não. Então porque é que não gosta? Não gosta do cheiro, não gosta da textura. Mas provaste? Não, comecei agora a provar. Não gosto, não quero. Pus na borda do prato e não. Não vai sair daqui enquanto não comeres. Até hoje eu
00:23:04
Speaker
tenho logo aquele reflexo automático com dobrada, tipo que não consigo. Me obrigaram a que tinha dobrada até o final. Agora repara, qual o problemático? Como é que nós vamos sair sem ter problemas com comida quando nós tínhamos coisas dessas? Quando nós tínhamos que comer tudo até ao fim, até ficarmos mal dispostos, até vomitarmos, quando havia mal a ficar na mesa até à hora do jantar porque tinha que comer aquilo, quando havia pessoas que guardavam
00:23:31
Speaker
o almoço e ao jantar punham, voltavam a pôr o almoço. É pá, eu sei de tantas histórias, tudo isto cria comportamentos altamente problemáticos com a comida. E, tipo, mais, da geração mais recente, de a família continuar a perpetuar estas coisas, não é? E, efetivamente, passarem a ter distúrbios alimentares, que é, tipo, basicamente, ok, obrigam-me a ficar na mesa a comer, eu depois vou, tipo, à casa de banho e vimite. está.
00:23:59
Speaker
Precisamente.

Respeito ao corpo e prazer no exercício

00:24:00
Speaker
São pequenas coisas que nos tornam a nossa relação com a alimentação tipo muito difícil. E por isso é importante nós praticarmos, tentarmos reconectar com o nosso corpo e ouvir o que é que o nosso corpo nos está a dizer. Depois outra coisa que eu acho importante e falei anteriormente que é reformular aquilo que nós achamos que é saúde em vez de nos focarmos no peso e no aspecto físico. Perceber que outros fatores que fazem das pessoas saudáveis ou não saudáveis
00:24:27
Speaker
como a qualidade do sono, a gestão do stress, o bem-estar mental. Então toda uma série de fatores que fazem de ti uma pessoa saudável. Outra coisa que eu achei fundamental para mim mudou foi esta coisa do exercício não deve ser para perder peso e não deve ser uma obrigação.
00:24:45
Speaker
Eu acho que o exercício, tu tens que encontrar, tiveste conversa muitas vezes com N pessoas, N amigos, que é... Para mim o que funcionou foi encontrar uma hora do dia em que o exercício me faz sentir bem, me faz sentir motivada, no meu caso é de manhã, tipo...
00:25:04
Speaker
7 da manhã, eu sei que nem toda a gente é matinal, mas eu às 7 da manhã, três vezes por semana, tenho uma, faço parte de um grupo que tem uma aula online, é um tipo de exercício mais holístico, em que mistura localizada, com ioga, pá, tem um bocadinho de meditação, é toda uma cena. Eu gosto muito, eu gosto de exercício, eu adoro caminhar. A caminhada ajuda-me imenso na minha gestão de ansiedade e eu gosto muito mesmo, muito. Sozinha ou acompanhada eu adoro fazer caminhada.
00:25:32
Speaker
Portanto, para mim caminhar às vezes é uma libertação e é sempre um prazer. E eu adoro aulas de dança. Portanto, estas são as coisas que eu tento fazer. Eu também fui a ginásio e tive uma altura em que consegui tirar prazer do ginásio, mas...
00:25:48
Speaker
Eu perdi a conta, a quantidade de inscrições e de mensalidades que eu paguei em ginásios que eu nunca apareci. Ou que eu apareci na primeira semana e depois não fui. Encontrem a hora que vos faz sentido e o exercício que vos faz sentir bem, que vos libertação, que vos ajuda a limpar a cabeça. E façam isso.
00:26:07
Speaker
Não façam porque querem tão a trabalhar para o corpo de verão, operação biquíni. Não, vão porque vos faz bem, porque vai fazer com que vocês tenham menos doenças, porque vai fazer com que vocês cheguem à velhice. Pessoa foldable velhas, como dizia a Andréia e a Bumba na fofinha.
00:26:25
Speaker
É, pá, é por o segredo. É muito mais por do que obrigações que nós, obrigações que dependem da nossa força de vontade. Que depois, naturalmente, a própria Andrea dizia, a Andrea sabe o que fazer em termos de alimentação. Mas, pá, a vida acontece. As coisas ficam corridas, ficam stressadas, outras prioridades se levantam e é difícil. Se for uma coisa que vocês gostam, se for uma coisa que vos faz sentir bem, vai ser muito mais fácil de manter.
00:26:52
Speaker
do que forçarem-se a fazer um exercício que é horrível do início ao fim. Eu nunca fui de ginásios e às vezes li aquelas coisas daqueles livros também dos hábitos atômicos e coisas assim do gênero em que eles te dizem que coisas como ginásios e não sei o que tipo é o hábito, é a consistência ou não sei o que. Senhores, não é. Muitas das vezes não é o ginásio e para muitas pessoas não é. E quando as pessoas passam pelo mesmo que tu,
00:27:21
Speaker
E eu também, que eu também tive várias inscrições e muitas das vezes nunca pelos pés. Eu acho que a maior parte do dinheiro do ginásio vende aí, é a minha teoria. Eu acho que sim. Mas acima de tudo, tipo, para várias pessoas funciona de maneira diferente. Por exemplo, pessoas que preferem ginásio mas com um PT e quando tem o PT que tem aquela obrigação e aquela coisa de estar e funciona, ou tem um PT individual, ou tem aulas de grupo,
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Speaker
Eu tenho uma colega minha, tipo, por exemplo, no trabalho que gosta imenso de ginásio e ela vai, tipo, três vezes na semana, pelo menos, tipo, ao final dos dias. Eu também tive essa fase e também gostei muito. Para ela não é perda de peso, para ela é, tipo, mesmo tirar a frustração toda e o stress, tipo, do dia a dia, tipo, e é ótimo para ela equilibrar e não sei o quê. Eu acho que ela trabalha também mais vezes se ela não o fizesse. Mas era isso que eu te disseram, para mim o ginásio começou a ser prazeroso quando eu deixei de ter essa mentalidade de voar ao ginásio para perder peso.
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Speaker
porque eu comecei a ir ao ginásio porque queria estar bem, porque me sabia bem. E o atómico hábito tem falhas, mas tem uma lição muito simples que eu acho que é boa, que é entre várias, que é associares o teu hábito a um outro hábito. A menos do dia. A menos do dia e a um outro hábito, a coisas que gostas de fazer. Por exemplo, eu ia para o ginásio
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Speaker
e ponho as minhas podcasts todos em dia. Eu ouvi as minhas podcasts todos. Eu vou caminhar, aproveito para ouvir livros, para ouvir podcasts, para mandar áudios aos amigos. Eu aproveito muito isso. Por exemplo, o desporto pode ser a altura em que vocês estão com uma amiga. Pode ser irem as duas ao yoga, irem as duas fazer uma caminhada,

Exercício físico como terapia

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Speaker
juntarem um grupo de amigas para fazerem algumas coisas. Juntas duas coisas.
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Speaker
Se juntares duas coisas que se tornam um hábito e a própria Jessy te diz exatamente das dicas, porque aquela te diz para fazes quatro e que incluas no teu ritmo do dia a dia, que é para tu associares isso a outra tarefa. É mais fácil. E consegues incluir sempre na tua rotina, é mais fácil tu ires fazendo e não esqueces das dicas. Mas, por exemplo, no meu caso eu faço tipo muito mais a passadeira tipo ao final do dia e também ouço
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Speaker
normalmente audiobooks ou podcasts ou coisas assim do género. Tenho conseguido por às vezes o Kindle tipo na minha frente tipo e vou lendo tipo mesmo que seja tipo escrito. Vou fazendo a passadaria não sei o que outras vezes associo tipo à parte da
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Speaker
das aulas do Fitness Plus e vou fazendo tipo com indicação tipo de um professor, tipo as coisas, ou seja, depende muito do meu mood, mas eu consigo, tipo através da passadeira, tipo, ah não estou sempre a fazer a mesma coisa, estou ali a caminhar, olhar para o teto, a ver o tempo passar e esperar, tipo, nos 30 minutos que faço passadeira, tipo, que vai ser, tipo, suar em bica para perder peso, não é o seu objetivo.
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Speaker
É mesmo tipo desanuviar e pôr coisas em dia como tu dizes ou então tipo por exemplo gosto de caminhar também na rua acompanhada normalmente ou à beira da praia tipo por exemplo às vezes ao fim de semana a beira da praia é importante. Agora com o curso não é tão fácil mas também gosto e comecei a perceber que tinha que voltar a outros hábitos como a dança e etc. porque apesar de ser uma coisa que eu não tenho tanta facilidade por causa das lesões
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Speaker
Mas são coisas que me fazem bem, então voltar a fazer freestyle, voltar a fazer algumas coreografias e algumas coisas, agora arranjei o Just Dance 2025, tipo, começar a fazer isso. Sim, tipo, façam coisas que vos deem prazer, façam coisas que vos façam mexer o corpo, mas que vos deem prazer. O exercício não é uma coisa, não tem que ser uma coisa má, é tipo recuperar aquilo que vos faz sentir bem. Tenho usado muito mais como terapia do que propriamente como perda de peso.
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Speaker
E quando nós mudamos o mindset da coisa para isso, acaba por ter esse resultado, que é também ajudar numa vida menos estudentária, mais ativa e não sei o quê, mas como até nos ajuda também na parte mental, é todo um combo conjunto que te ajuda a favorecer. Pois outra coisa muito importante é cultivar o autorrespeito corporal. Pensem numa coisa, nós damos valor
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Speaker
às nossas pernas, aos nossos braços, ou qualquer parte do nosso corpo, quando nós temos uma lesão ou quando um problema qualquer. Tipo, o nosso corpo é o que nos permite fazer a nossa vida, tipo viver os nossos momentos de felicidade. O ponto alto do nosso corpo, eu acho que foi ontem que eu partilhei isso, tipo a tua melhor versão
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Speaker
É a versão em que tu estás agora. Não te foques nessa versão hipotética que um dia vai acontecer quando tu fores, tipo, tiveste super força de vontade e fizeste todas as coisas bem tempo. Não, a tua melhor versão é agora. O teu corpo agradece-lhe porque ele trouxe-te até aqui. Porque, independentemente dele poder ter problemas e condições, epá, é o nosso corpo que nos carrega, é o nosso corpo que nos faz
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Speaker
deslocar pela vida. É pá, para respeitar e tentar aceitá-lo como ele é. E eu tento trabalhar nisto todos os dias, estou muito longe de chegar ao ponto que eu quero. É muito difícil. Como normal. Porque eu vejo, eu vejo o meu espalho, eu sei, eu foco nas minhas falhas, eu não me foco nas minhas coisas boas. Mesmo esta linguagem de coisas boas e coisas más. É pá, é um corpo, é um corpo maioritariamente saudável. É um corpo que
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Speaker
permite brincar com os meus filhos, fazer caminhadas, estar com os meus amigos, ir trabalhar. O meu corpo é espetacular, obrigado a corpo. Primeiro do que

Mudanças sustentáveis para a saúde

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Speaker
tudo o corpo é isso.
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Speaker
o corpo não é uma expressão estética e eu acho que nós nos esquecemos muito disso. Acho que é muito importante cultivarmos este respeito pelo corpo que às vezes damos quando temos um acidente qualquer e deixamos de poder fazer alguma coisa. Acho que isto é uma reflexão importante. Nós psicologicamente funcionamos muito assim, né? quando não está é que começamos nisso.
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Speaker
Algumas dicas um pouco mais genéricas, estabelecer pequenas mudanças que sejam sustentáveis, ou seja, tipo um pouco como a Jessie também recomenda que é quando vocês começam a fazer, não façam logo as 4 dicas, por exemplo, de uma vez, ou não façam 4 mudanças de uma vez, façam, por exemplo, uma numa semana na segunda.
00:33:33
Speaker
mantém a primeira e vão fazendo a segunda e por vai até conseguirem ir inserindo pequenas coisas, porque se não tentam fazer tudo de uma vez acaba por dar desastre. Não querem deixar de fumar, fazer dieta e ir ao ginásio tudo na mesma semana. Nós sabemos que vocês são pontos baluartes de vontade moral e da saúde, mas epá, não tentem fazer isso. Isso é planear para falhar. Planear para falhar.
00:34:01
Speaker
nem a pessoa com força de vontade mais férrea provavelmente vai conseguir fazer essas três coisas. Façam as coisas com calma. E acima de tudo porque vos ajuda a descobrir como é que o vosso corpo reage a cada coisa. Porque se vocês introduzem tudo de uma vez é um bocado como aos estudos científicos.
00:34:20
Speaker
nós vamos mudando as variáveis e vamos tentando perceber e isso ajuda-nos também a entender aqui um bocadinho que é quando não, nesta semana vou introduzir um pouco mais de água agora vou beber mais água, na semana que vem vou adicionar uma porção extra de vegetais e tal e não sei o que e vamos chegando assim com a nossa relação com a comida e vamos percebendo olha, se calhar é estes tais sim, estes tais não, tipo por exemplo
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Speaker
Sim, este, este... Porque... Não me apresia e agora hoje em dia tipo é aquela coisa tipo que eu não passo sem brócolos. Eu adoro brócolos. É polémica aqui em casa. O meu mais que tudo diz que ninguém adora brócolos como eu adoro. Pai, eu adoro brócolos e o meu filho adora brócolos.
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Speaker
pelo menos, por enquanto, ainda está nessa fase da vida. Eu costumo dizer quem sai hoje, os nomes de Janela. Mas eu acho que tem a ver com aquilo que eu chamo o crime dos legumes cozidos em Portugal, porque é em Portugal os legumes são cozidos até falecerem. É exaustão. E depois é normal que ninguém goste porque ninguém gosta de comer uma massa insouça e molenga a saber a água cozida.
00:35:26
Speaker
Mas pronto, isto fica foda transnúceis. Acho que outra coisa que eu queria dizer também é, além de respeitar o corpo, focarmos na alimentação como cuidado, alimentos como aliados para nutrir e satisfazer o corpo, em vez de
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Speaker
os alimentos que são maus, os alimentos que são lixo, o cortar um grupo inteiro alimentar, é mais pensar, olha, aquilo estávamos a dizer, olha, as cenouras são boas, cruas, porque não sei o quê, a cenoura é fixe para isto, a minha avó tem muito isso, a minha avó tem uma dor qualquer, ou está-se a sentir não sei o quê,
00:35:59
Speaker
Ela diz, olha, o que é muito bom para isto é alho. Tanto que eu muitas vezes ligo para a minha avó e digo, avó, estou aqui com uma coisa qualquer e ela diz-me o que é que eu hei de comer ou o que é que eu posso fazer. Exatamente. A minha avó tem toda uma enciclopédia de coisas naturais que resultam imenso. São mais lentas do que os medicamentos, naturalmente, mas que resultam muito. E às vezes é isso.
00:36:21
Speaker
A minha avó tinha um xarope que me fazia tipo com um conjunto de alimentos, levava tipo cenouras e coisas e não sei quê. Depois misturava mais não sei das quantas e depois dava-me aquilo. Sim, normalmente sim. E funcionava muito mais fácil do que os xaropes. Eu acho que nós falámos

Alimentação intuitiva e rótulos alimentares

00:36:35
Speaker
disso. Por algum motivo os médicos inicialmente tinham curso de botânica também. Tipo, os médicos eram também tinham conhecimento de plantas e de ervas medicinais. Eu acho que é cultivar essa curiosidade acerca dos alimentos. Tipo, olha,
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Speaker
os espinafres são bons para isto assim e assim. Olha, tem mais prisão de ventre, então se calhar qualquer coisa com mais fibra ou trocar o arroz. O arroz, sabem que, eu não vos quero começar aqui com regras de coisas, mas o arroz e a massa, tudo o que for a cereais, é sempre o melhor integral, o grão inteiro, do que é branco, porque branco na verdade retiraram-lhe todas as coisas boas que eles têm. Mas nós temos que saber que o que é integral se cozinha de maneira diferente.
00:37:18
Speaker
do restante e, portanto, muitas vezes nós cozinhamos as coisas integrais da forma errada e depois não gostamos, não estamos habituados ao... Estragamos. E também estragamos. E também estragamos, não estamos habituados ao paladar. O que eu queria adicionar um bocadinho aqui àquilo que tu estávas a dizer que é importante é, eu acho que também nesses alimentos não lhe dar um rótulo de bom a mau.
00:37:38
Speaker
Porque inclusive é tipo por pessoa as coisas mudam. Eu por exemplo, houve uma das coisas que notei era que eu não conseguia tipo processar muito bem determinados vegetais, por exemplo. E por muito que eu gosto deles, comê-los tipo para mim vai acabar por me causar tipo mais problemas a nível intestinal e a nível de digestão. Portanto, ou seja, cada corpo é cada corpo, tipo não...
00:38:00
Speaker
Não mal, não é errado, mas é exatamente esta questão dos testes e não coloquem um rótulo de os hidratos de carbono são maus. coisas boas, coisas maus, a forma como nós, como diz a Jessy, como nós agasalhamos os nossos hidratos de carbono, ajudam a que nós possamos consumi-los sem qualquer tipo de problema, portanto, é termos aqui uma noção e não criarmos rótulos tipo na nossa cabeça do, não vou comer isto porque isto é muito mau e isto é muito bom e não sei o quê, pronto.
00:38:29
Speaker
E depois é isso, a intuição, o intuitivamente vem disso. Vem perceber do, ok, eu gosto muito de alface ou de covas, mas as covas em determinado momento caem muito mal. Tipo, vou ter que ajustar. Era uma coisa que eu gostava ou é uma coisa que até é boa, mas eu não consigo. Pronto. Porque cada pessoa vai ter um bocadinho essa forma também de reagir aos alimentos. É um bocado com mais regras que a Andrea falava aqui. Não seguimos as nossas regras, as regras que são...
00:38:56
Speaker
que nos são dadas pelas dietas, mas sugiro criarem as vossas próprias regras, ou seja, tipo, por exemplo, não vou saltar refeições, ou vou saltar refeições porque a mim faz sentido, ou vou escolher snacks que sejam saudáveis, não vou comprar alimentos que me vão
00:39:15
Speaker
desencadearam e exageram a comer e isso eu posso-vos dar um exemplo muito simples. Eu gosto muito, tipo, por exemplo, de fruitchecos, mas todos nós sabemos, ainda no outro dia discutíamos e estalarmos no escritório, que era, mas qual é a quantidade? E normalmente aquilo que nos nutricionistas e nos dizem nos A.G.S. é assim, ah, uma mão cheia tipo de amêndoas e não sei o que é para comer. Ou se olha para aquilo e diz assim, mas quem é que vai comer tipo 5 ou 6 amêndoas, tipo, na vida?
00:39:39
Speaker
pessoas que compulsivamente se esquecem e comem um pacote inteiro, tipo não sei quantas gramas de amêndoas. Se isso vos acontece, se é uma relação que têm assim com as amêndoas, durante um tempo inicial arranjem ou mecanismos tipo para que isso não aconteça, do género, tipo eu por exemplo as minhas ponho num pote, vou ao pote e tiro tipo adentro de uma tigela e eu consumo aquilo que está na tigela.
00:40:02
Speaker
Eu também... Porque se eu não tiver embalagem comigo, consigo comportar e dividir. Sim, sim. Eu, por exemplo, é... Os chutex... A doutora Mariana tem uma forma muito fácil de consumir as quantidades que são recomendadas e tem a ver com...
00:40:21
Speaker
com as mãos, com as nossas mãos. Ou seja, é muito fácil de medir. Mas os fruitshakes, ela nem diz uma mão cheia. Ela diz cerca de 30 gramas, que é mais ou menos uma chávena de café. Portanto, eu uso aquela chávena de café transparente, que até é do IKA, e encho a chávena de café com os fruitshakes de coisas. Pois fruitshakes que são, vá, melhores e piores não, mas que são mais interessantes ou menos interessantes a nível nutritivo. E eu tento fazer isso. Tento, pronto, essa medidazinha para mim
00:40:49
Speaker
tira-me a coisa de, ah, será que comi mais ou menos? Pronto, encha a chávenazita, traga a chávena para a minha secretária e o resto fica lá. Porque os fruit shakes têm uma coisa que os seres humanos gostam muito, que é a crocância. A crocância é muito importante, é muito estimulante para nós a nível cerebral e, epá, é muito fácil de, além do sabor, nós consumimos muito. Caso que percebam que fazer estas medidas, seja com tigela, seja com a chávenazinha, por exemplo, que é o mais correto,
00:41:18
Speaker
Se for assim, não comprem esses alimentos até vocês conseguirem ter uma relação saudável com eles, porque depois vão acabar por comer em exagero e depois vão se recriminar, tipo, comi demasiado, não devia ter comido uma pacota inteira. Sim, mas gera esse sentimento de culpa. Exato.
00:41:35
Speaker
Em relação a situações sociais, é importante a questão social associada tipo à alimentação, mas tem que haver algumas situações estratégicas e que falámos um bocadinho antes, choríssimas, é as festas, as refeições com a família e etc. Tem que haver aqui alguma forma de evitar exageros e também de não
00:41:56
Speaker
de comer de uma forma consciente e evitando não ter culpa sobre algumas coisas, porque pronto, falámos aqui de alguns exemplos que acabam por nos levar tipo à compulsão ou a não comer da forma mais correta e temos que também saber às vezes, como eu costumo dizer, a sentar a reais e bater um bocado o e dizer vou comer no meu timing e vou comer isto porque coisa não é que não esteja boa mas o meu estômago não funciona. Nos restaurantes acontece-me igual, não sei quantos sítios que às vezes como
00:42:24
Speaker
Fica-me metade do prato, por alguma razão, ou porque não me apetece mais, ou porque ainda vou comer alguma coisa a seguir, ou qualquer coisa assim. E as pessoas, ah, mas não gostou, quer levar para casa, ou alguma coisa assim. E fica sempre com aquele sentimento do, mas parece que não me obriga. É aquela pressão, é aquela pressão social para tu comeres até ao fim.
00:42:43
Speaker
em festas ou coisas de empresa ou refeições em família e coisas assim do género, existe sempre essa tendência de começarem a criar algumas formas de terem uma estratégia para controlar isso sem passarem com muitos problemas sobre isso.

Diário alimentar e padrões emocionais

00:43:01
Speaker
Meu ponto final, fazerem um diário alimentar emocional, ou seja, começarem a identificar quais são os padrões e os gatinhos que os levam a comer determinadas coisas.
00:43:10
Speaker
Eu tenho feito isso ultimamente e acho que é um ponto importante, porque ajuda-nos a refletir muito, tipo, por exemplo, no meu caso, eu sou uma pessoa muito ligada ao chocolate. E quando começo a entrar nestes pontos inflamatórios, quando a minha glicemia está fora de sítio, existem claros momentos do meu dia em que o chocolate vem à minha cabeça, tipo automático, tipo parece uma coisa assim e do género. Vais tomar o teu lanche agora? Café?
00:43:32
Speaker
chocolate à noite, não sei o quê, tipo, estou a ver televisão, não sei o quê, tipo, automaticamente sento-me e vou buscar chocolate. E então, basicamente, ter uma noção disso e apontar, até ter apontado não tinha essa noção, era uma coisa tipo caso automático e portanto não sabia. Acho que é importante, no início, não façam disso tipo uma regra geral para o resto da vida, por amor de Deus, senão depois é com mais dietas, ok?
00:43:57
Speaker
Mas é os pontos em que vocês estão em desequilíbrio, etc. Apontem e vão vendo qual é o padrão e quando identificam, ok, agora sei como é que eu posso dar uma volta a este mecanismo e a esta questão. Qual é que é o gatilho, não é?
00:44:12
Speaker
Eu em relação a isso tenho, eu costumo dizer a brincar, mas é verdade. Eu estou chateada como? Porque tive um dia difícil e então mereço. Sim, também tenho. E se estou feliz como? Porque quero celebrar e tenho direito. E portanto é tudo problemático. E depois estou aborrecida também como? É pá, eu como tantas vezes por tédio. Estou aborrecida, tenho nada que fazer. Estou olhando para a televisão e isto na gravidez aconteceu-me imenso. Como vê, eu estou de uma série de comportamentos problemáticos que é preciso a pessoa ir...
00:44:41
Speaker
Não-lo que é preciso a pessoa ir desfiando. Mas é verdade, ainda no outro dia fui levantar umas coisas tipo ao centro comercial. Me encomenda, mas depois fui à farmácia e não sei o que era. E eu pensei assim, não precisava, mas vou ali ao chão. Tipo, rapidamente. E tipo, única coisa. Eu quando cheguei fiz um shaming a mim própria, quando cheguei à caixa que era chocolate, mas era hoje banhadas a chocolate. E assim, muito tempo que eu estou com vontade de comer isto, hoje vou, hoje vou. Estou a precisar.
00:45:10
Speaker
Olha, ainda bem que dizes isso, ainda bem que dizes isso, porque duas coisas, eu e o Rui quando íamos ao Lidl, antigamente eu costumava dizer, as pessoas que nos veem no Lidl, porque nós somos clientes continent, as pessoas que nos veem no Lidl devem achar que nós comemos pessimamente, porque eu ia ao Lidl comprar porcaria.
00:45:32
Speaker
As pessoas que nos vêm comprar e quem registra tipo as coisas, tipo quem está a registrar. E sim na caixa, eu sempre que ia para a caixa eu sentia, ai que horror, que vergonha. Sem mim, sem, sem, sem. E depois, exatamente, e depois outra coisa, que em casa eu tenho um perdido por 100, perdido por 1000. O Rui, isto é a mentalidade do Rui, nós temos uma caixa de chocolates.
00:45:52
Speaker
E ele vai comer a caixa de chocolates até domingo, porque a partir do segundo ele não come mais. E eu lhe disse, tens noção, que o corpo que come no domingo é o mesmo corpo que ia comer na segunda. Eu percebo o que é que tu estás a querer dizer, mas na verdade se tu comes os chocolates todos, igual ser agora ou ser depois. E nós no corpo temos essa mentalidade que é o perdido por 100 e o perdido por 1000.
00:46:12
Speaker
Ah, no Natal. Opa, olha, me estraguei, então olha, agora vou comer até arrebentar, né? Perdido por cem, perdido por mil. É um problema. Mas eu uma vez li num livro, e nunca mais me esqueci, que isso é mais ou menos o equivalente a tu apanhares um escaldão na praia, ficaste ao sol e no dia a seguir, em vez de ficaste fossegada em casa à sombra e a deixar que a pele recupere... Vás outra vez para a solta. Vás outra vez, é pá, perdido por cem, perdido por mil.
00:46:40
Speaker
E é a mesma coisa quando nós continuamos a comer. É isso que nós estamos a fazer, nós estamos a dar mais trabalho ao corpo, estamos a dar mais trabalho ao fígado e aos rins, nós estamos a pôr mais porcaria para dentro. Portanto não pensem por isso, lembrem-se dos caldão. Eu penso tantas vezes, quando eu estou nessas
00:46:56
Speaker
nessas cruzadas em que eu me borrei e foi para aquilo que eu sei sobre a comida, eu estou a pensar assim, eu estou em um escaldão e estou aqui a torrar ao sol na mesma. Mas sabes que a questão é... Existe muito esta coisa da relação emocional e eu quando fiz as dicas da Jessy e tu própria também comentaste comigo que sentiste o mesmo que é, quando tu deixas de ter esses cravings,
00:47:21
Speaker
É. Não é uma relação emocional que tu tens com a comida. Pois não. É simplesmente tipo tu estás a comer mal e aquilo que acontece com o açúcar dentro do nosso sistema é ele começar a pedir mais. Sim, sim. É viciante. É viciante mesmo. Tanto que eu quando não tinha as cravings e estava a fazer tudo certinho da Jessie, não tinha vontade, passava por batatas, passava por chocolates, passava não sei o que, e perigosamente nem ligava para aquilo.
00:47:44
Speaker
E agora? Estás mais... Estás mais suscetível. Agora vai à tableta inteira, tipo, e é uma cena que a conta termina, vou-me deitar e não sei das quantas e o meu cérebro vai dizer assim, mas por que raiz? Sim, sim. É que tu fazes isto a ti própria. Estás mais suscetível e quando estás bem, a nível hormonal, quando tens as coisas, a nível de glicémia...
00:48:06
Speaker
Ok. Eu conto-se a uma coisa porque eu também comecei a fazer um diário mais ou menos, porque na altura do pós-parto estava muito desregrada. Fiz ali uma série de coisas muito estúpidas e na terapia, a minha terapia atua sugerir-me fazer o tal diário para começar a perceber. E hoje em dia, que a coisa está muito mais controlada a nível de glicémia, eu consigo
00:48:32
Speaker
perceber quando acontece alguma coisa que me tira fora dos eixos e eu sinto vontade de comer eu consigo perceber ah ok tu estás com vontade disto porque eu vou estar num hospital e não sei o que e tu estás estressado não sei o que percebes e consigo perceber ok esta vontade de comer McDonald's ou outra coisa qualquer é isto
00:48:52
Speaker
Consegues fazer, até podes sentir... Não, eu dou graças a Deus. Graças a Jessy e o ForteFood no McDonald's, não posso puxar de graça. Sim, não, mas... Mas, disse McDonald's, como te disse outra coisa qualquer. Sim, sim, sim. Mas o que eu digo é... ForteFood. Exato. Tu consegues perceber, até podes sentir, até podes ter um momento de hesitação em que, ah, mas não tens a necessidade de concretizar. Consegues perceber, olha, é disto, mas agora se esperar um bocadinho isto me passa. Pronto.
00:49:17
Speaker
Sei, mas eu no outro dia foi claramente um dia mau no trabalho e quando cheguei fui fazer as minhas cenas finais. Eu tinha muita vontade de ir para casa. Aliás, tinha comentado contigo por mensagem que não me apetia nada de ir buscar nada, me apetia muito ir para casa descansar. E quando tu acabares com os meus, eu sim.
00:49:33
Speaker
que estou aqui, vou pensar que ele me vai dar um conforto, não sei o quê, porque se fosse na tal altura, tinha dado meia volta, está tudo feito, vou-me embora. Não, fui buscar a cena e depois achei-me nos dias seguintes. Claro. Mas, por exemplo, ainda no outro dia cheguei ao curso, estava a falar com os colegas e estava toda a dizer que estava cansada, não sei o quê, e eu também tinha tido um dia complexo.
00:49:55
Speaker
Sexta-feira, tipo, 4, qualquer coisa, tipo, escalar e não sei o quê, e era toda a gente. Ai, a máquina do café não está a funcionar. E eu disse assim, ai, nossa senhora. E eu disse assim, não preciso de um café, isto não vai funcionar. Tipo, eu fui ao cafézinho em frente. E então saque o pedido de um café e não sei o quê, e ela, mas uma coisa. E vira-se a minha colega. Ai, queria tanto uma coisa de conforto. E eu pensei assim, pronto, estou travada, está bom.
00:50:20
Speaker
Foram-lhes a fazer aquilo que não devem. E viram-me

Influência das emoções na alimentação

00:50:24
Speaker
para elas assim, tem croissant? Ela, tem. E eu assim, e põe misto? Põe. E aquece? Aquece. A tomando vídeo. Exato, pois. Mas a cena tão problemática... Mas foi muito pela vida, sabes? Uma pessoa come aquele croissant quentinho, tipo uma pessoa chegou ao final tipo assim...
00:50:41
Speaker
Eu estou bem na minha vida agora. Mas é isso o ponto, era o que tu estavas a dizer, tu se tiveres numa fase equilibrada, tu se deixes sair deste ciclo negativo das dietas, tu podes perfeitamente comer um croissant
00:50:57
Speaker
E segues a tua vida e está tudo bem. Tipo, não vais ter vontade de comer, gostar de comer mal. E não vai ter impacto nenhum e não te vais sentir culpada. Eu tive fases da minha vida em que a mentalidade de dieta era tão forte que eu comia e eu sentia-me automaticamente a engordar. Era uma sensação de culpa e de vergonha.
00:51:18
Speaker
vergonha e de tão extrema que aquilo que me sabia bem, aquilo que me sabia bem, nem me sabia bem, porque eu estava a sentir culpa, está, porque estamos nesta desconstrução, mas eu ainda nem tinha acabado de comer e me estava a sentir mal, nem me dava satisfação.
00:51:37
Speaker
porque eu acho que depois é isso que acaba por acontecer, não tens satisfação tens muito sentimento de culpa e por exemplo naqueles dias uma coisa que eu detesto que é o dia em que se pode comer mal. Porquê? Porque eu nesse dia a minha semana girava em volta do dia em que se pode comer mal
00:51:53
Speaker
eu planeava onde é que eu ia almoçar e que é que eu ia lançar e depois havia planos pelo meio que não se concretizavam ou tipo eu tinha que ir almoçar a casa de alguém assim não mas eu nesse dia eu tinha dito que eu ia comer sushi ia comer aquele gelado e dararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararararar
00:52:24
Speaker
Horrível, é horrível, é um comportamento tão doente. É isso, é por isso que eu vos digo. Eu gostava tanto, tanto, tanto, tanto, tanto que este episódio contribuísse para ajudar alguém a sair deste ciclo. E vamos entender que eu disse que fiz o shaming nos dias a seguir, mas é porque eu tenho plena noção de que estou inflamada e estou a tentar fazer um controlo.
00:52:47
Speaker
e que aquilo que está a acontecer é, tipo, eu estou a meter uma cena na engrenagem, ok? Sim. Tipo, não é sem mim, tipo, como eu sentia anteriormente, porque eu sentia muito isto com a Andréia, que é, comia, tipo, e muitas das vezes, tipo, pensava assim, tipo, eu não vou entrar, tipo, num, num, num, num distúrbio alimentar, mas o que me vontade é de ir ali agarrar e sacar tudo fora, tipo, porque a realidade é, tipo, eu sinto mesmo um genuinamente mal ter consumido isto.
00:53:12
Speaker
Agora não, agora eu juinamente eu sou feliz tipo com aquilo que eu como e aquele croissant sou-me pela vida gente, os chocolates ultimamente têm-me sabido pela vida e enquanto assim for eu não vou reclamar muito comigo. Sim. Mas eu inclusive eu estou com um sensor tipo de glicémia neste momento e como estou a medir tipo os níveis, cada vez que eu vejo esses níveis tipo eu faço um shame a mim própria porque... Tu sabes, não é?
00:53:36
Speaker
a botar os teus níveis de glicémia de propósito. Portanto, tu vias ser um bocadinho mais responsável. Capaz de entender o que é que estás a fazer a ti própria. Mas depois também passa, tipo, rapidamente. Portanto, não é tão negativo. Sim, sim. Não é tão negativo quanto o passado. Mas pronto, em desconstrução. É, mas era isso que eu ia dizer, ainda estamos em desconstrução. Num caminho. Eu queria acabar com o último ponto, o último conselho que eu vos vou dar e é um conselho que eu tento seguir mesmo e
00:54:06
Speaker
Esta é a minha conclusão. Eu estou longe de estar ideal nisso. São muitos anos desta cultura, desta lavagem sanital. São muitos anos de condicionamento. É difícil. Mas o meu último conselho é rejeitar por completo a cultura da dieta.
00:54:27
Speaker
Rejeitar por completo a cultura da dieta, regras, obrigações,

Rejeitando a cultura da dieta

00:54:33
Speaker
parar de ver os alimentos como bons, maus, lixo. Atenção também às nutricionistas, porque muita nutricionista por aí, eu consultei vários profissionais e eu acho que não vem de um sítio mau, a intenção não é má, mas muitos planos, chapa 4,
00:54:56
Speaker
que nos dão no nutricionista e muitas vezes implica tirar os hidratos, cada pessoa é uma pessoa, os planos têm que ser adaptados a vocês, à vossa realidade, àquilo que vocês gostam. Rejeitem a cultura da dieta, rejeitem sítios e pessoas que vos passam mensagens sobre ideais irriais, de corpo e de beleza.
00:55:24
Speaker
Sejam muito atentes às coisas que consomem nas redes sociais e de que forma é que isso vos faz sentir mal e reforçar esta mentalidade da dieta e do corpidial e dos outros. Não se esqueçam que o Instagram é uma construção para toda a gente. Não são vocês que escolhem as vossas melhores fotos para pôr no Instagram.
00:55:46
Speaker
e optem por seguir pessoas e conteúdos que promodam a diversidade cultural e corporal, desculpem, é cultural também, porque não se perde nada, a diversidade corporal e a inclusão. Façam muito esse filtro e rejeitem, rejeitem. É dieta, é regra, é medir peso, é pesar alimentos e contar calorias, rejeitem isso. Tentem mesmo sair se vocês chegaram à conclusão com esta conversa. É medir o corpo. Muitos genistas fazem isto.
00:56:15
Speaker
Se vocês chegaram à conclusão com esta conversa, ou se tinham chegado e por isso é que estão a ouvir este episódio, para que se querem libertar da cena das dietas e que não querem passar o resto da vossa vida, como dizia uma amiga minha, eu sei que vou passar a minha vida, que esta vai ser uma luta da vida toda.
00:56:31
Speaker
é começar por aqui, tipo, rejeitar a cultura da dieta, procurar olhar para a alimentação, para o exercício e para o vosso corpo com outros olhos. Se precisarem de ajuda terapeutas, profissionais de nutrição que vos podem ajudar, mesmo as pessoas que vos ajudam a fazer exercício. Os PT's,
00:56:54
Speaker
Vejam com quem é que trabalham porque muitos petas também promovem muita coisa que não é nada saudável, nem a nível mental, nem a nível físico. Portanto, rodeiam-se, procurem informar-se, rodeiam-se de pessoas que vos podem ajudar nesta cruzada, não se isolem.
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Speaker
falem com os amigos, pai, e sobretudo, eu também vou deixar vários livros, coisas que eu fui lendo ao longo do tempo e que eu acho que abordam esta questão de uma forma muito saudável e que me ajudaram muito a chegar a este ponto de, a pai, eu não quero mais fazer dietas e eu não quero comer carne, ninguém me fala em dietas, eu não quero saber. E, portanto, acho que é muito isso, é começar por aqui e dizer, acabou, não, tipo, eu não faço mais dieta. E depois começar a trabalhar em cima disso.
00:57:40
Speaker
Em cima destes temas. Eu queria fazer-vos aqui um disclaimer que é, por termos consumido muita informação e termos a nossa experiência pessoal, não somos aqui chupras, somos da batata no tema. Não, de todos. Nada que se pareça, gostamos muito de partilhar estas nossas dicas convos, que são coisas que nós passamos e que absorvemos.
00:58:00
Speaker
Mas gostamos muito também de saber o vosso ponto e também quem quiser que esteja à vontade para tentar chegar através da página do Ela por Ela ou de outra forma. Se quiserem sigam-nos também no nosso Instagram e perguntem-nos o que quiserem. Acho que tanto eu como a André estamos aqui para se vocês precisarem de alguma dica ou de alguma informação. E acima de tudo acrescento que na questão dos nutricionistas barra dietistas que é como qualquer profissional de saúde, ok?
00:58:30
Speaker
vai haver uns que funcionam para vocês, outros que não, têm que ir testando e têm que ir vendo qual é a forma mais saudável destas pessoas vos ajudarem. Acima de tudo, e no que toca a um ponto também que me é muito direto, que é a questão da endometriose, e que existe um tema muito associado a isto, que é a dieta não inflamatória, não vou aqui defender que não façam,
00:58:52
Speaker
Até porque na mulherendo existe mesmo tipo uma nutricionista dedicada a este tipo de coisas e é ajustado para as mulheres que têm endometriose, mas cada mulher que tem endometriose é uma mulher e cada corpo é um corpo.
00:59:08
Speaker
e vai reagir de maneira diferente e houve pessoas que corram bem ou pessoas que não corram bem. Mesmo assim, e isto é a minha opinião direta, que é uma coisa que seja não inflamatória, que seja restritiva nos alimentos não inflamatórios, é restritivo. Portanto, a minha opinião e humilde opinião e de quem nunca fez a dieta não inflamatória, li sobre isso
00:59:34
Speaker
por causa da endometriose, mas nunca cheguei a aplicar porque sou um pouco como a Andréa, também sou muito a serrima, tipo neste ponto que não quero mais dietas na minha vida e sinceramente tendo em conta que com a gestão dos picos de glicose me deu algum resultado, ou seja, porque também é um processo de inflamação do nosso corpo, acho que tem que olhar a que alimentos é que são inflamatórios ou não e isso para cada mulher que tem endometriose, independentemente de
01:00:02
Speaker
hormonalmente vai ter um impacto diferente em cada uma de nós e portanto não sei se é, não vou dizer não façam uma dieta não inflamatória mas a minha opinião é essa, tipo se é restritivo isso é uma dieta.
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Speaker
eu não o faria e iria pesquisar alimentos e tentar ter uma relação saudável com determinados alimentos e aquilo que me pode inflamar ou não e ingerir da melhor forma porque a minha endometriose não se exagerou por causa da minha alimentação mas muito à atenção e tenham cuidado com esse ponto porque doenças hormonais
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Speaker
normalmente estão sempre intrínsecas e interligadas com a alimentação e com o nível de stress que vocês têm na vossa vida. E pronto, era esta a chega que eu queria dar, porque no caso de endometriosa é um bocadinho específico.
01:00:50
Speaker
Sim,

Consciência crítica sobre dietas específicas

01:00:51
Speaker
o que nós falamos aqui de dieta é mais a dieta restritiva com o objetivo de perda de peso, pois obviamente a dieta dos celíacos é completamente diferente, são recomendações médicas, são coisas diferentes. O que estamos a falar são dietas altamente restritivas e que têm como objetivo a perda intencional e normalmente rápida de peso.
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Speaker
Dito isto. Sim, esta aqui também não é para perda de peso, mas também não é muito benéfica genéricamente às vezes para muitas pessoas e por isso eu dou aqui este benefício da dúvida. Esta consciência crítica acerca das coisas, das verdades absolutas. São outra coisa que falavas sobre uma amiga dizer que isto é para o resto da vida, fazer dieta etc. O que é para o resto da vida são doenças crónicas, o resto não é para a vida.
01:01:40
Speaker
E pronto, gostava de deixar aqui este disclaimer, porque uma coisa é uma pessoa ter diabetes, é ter uma doença que não tem cura e que tem que haver uma gestão, outra coisa é, em dieta nós tomamos uma de sangue consciência que vamos começar a fazer uma coisa restritiva tipo para ter um determinado resultado. É completamente diferente, ok?
01:02:00
Speaker
Sim, mas precisamos ter as ferramentas para chegar a essa conclusão e para nos conseguirmos libertar de um condicionamento social que fomos fazendo durante anos. E eu espero que, sinceramente, seja isso que nós hoje tentámos aqui fazer.
01:02:17
Speaker
E ajudamos a fazer. Eu queria agradecer, este episódio vai ficar um bocadinho mais longo, mas acho que temos aqui pontos importantes. Obrigada por ficarem conosco e ficam conosco até ao fim que houve um bocadinho. Terminamos assim.
01:02:33
Speaker
Da minha parte eu termino com não fazer dieta muito tempo, tento ter uma relação saudável com a minha comida, com a minha alimentação. Não sendo sempre fácil, encontrei um caminho para mim, espero que vocês encontrem o vosso e que possa-nos ajudar-vos nesse caminho também e pretendo que me vejam para além do meu corpo ou da minha imagem e acima de tudo para além do meu peso.
01:02:53
Speaker
Eu termino dizendo que espero nunca mais fazer uma dieta na vida. É para isso que eu trabalho. Espero que este nunca seja um tema e que eu consiga falar disto sem me enervar porque é sinal que está tão enraizado que nem me o que fazer. E espero eu ser capaz de olhar para mim, além do meu corpo,
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Speaker
e do meu peso, porque nós temos tanta coisa mais interessante do que isso. Eu espero conseguir ter para mim os olhos que, se calhar, consigo ter para os outros. E espero também que vocês o consigam fazer. Este foi o Ela por Ela, onde a conversa é sempre entre amigas.
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Speaker
It goes through the night