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 Dra. Aline Guimarães - Diálogos Delicados: Navegando por Conversas Difíceis com Sabedoria image

Dra. Aline Guimarães - Diálogos Delicados: Navegando por Conversas Difíceis com Sabedoria

Papo de Heads
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222 Plays1 year ago

Em nosso segundo episódio temos a honra de receber Dra. Aline Guimarães que com muita experiência trás a temática sobre diálogos Delicados.

Transcript

Introdução ao Papo de Hats

00:00:03
Speaker
Bem-vindo ao nosso podcast Papo de Hats. Se você está buscando temas como liderança, inovação, desenvolvimento profissional e uma visão privilegiada do universo dos hats, esse é o podcast ideal para você.
00:00:19
Speaker
Eu sou Monique Gunning e essa é minha esposa Poliana Gunning. Juntas, queremos trazer para vocês insights valiosos, histórias inspiradoras e dicas práticas para impulsionar a sua carreira e gestão.

Importância das Conversas Difíceis

00:00:33
Speaker
Hoje vamos falar sobre diálogos delicados, navegando por conversas difíceis com sabedoria.
00:00:40
Speaker
Ter essas conversas difíceis é essencial para resolvermos mal-entendidos, enfrentarmos problemas complexos e construirmos relacionamentos mais fortes. Elas possibilitam uma comunicação honesta, a resolução de conflitos e desenvolvimento pessoal, contribuindo para um ambiente mais saudável e produtivo. E para falar sobre esse tema tão sensível, chamamos uma mestre no assunto, doutora Aline Guimarães.
00:01:13
Speaker
Olá, Aline. Olá. Seja bem-vinda ao Papo de Hats. Que honra-la conosco. Eu trabalhei com a doutora Aline por alguns anos e quando nós pensamos nesse tema, não veio outra pessoa na nossa cabeça. Eu vivenciava constantemente a doutora Aline fazendo suas conversas com os mais diversos tipos de stakeholders e presenciava o quanto ela fazia com a estreia.
00:01:39
Speaker
Doutora Aline é Médica Radiologista, Diretora Médica em Imagem da Regional Sul da DASA, Gerente Médica do DASA.educa, Coordenadora em Estratégias Educacionais em Imagem na Inspirale e Membro da Comissão Cultural do CBRBN 2324. Doutora Aline, estamos super alegres, felizes.
00:02:02
Speaker
em-la conosco.

Riscos de Evitar Conversas Difíceis

00:02:04
Speaker
E, para começar, nos conte por que é tão importante nós abordarmos essas conversas difíceis e não evitá-las e quais seriam os riscos envolvidos em não-las. Excelente. Primeiro, olá, Apoliana, olá, Monique. Que bom estar aqui hoje com vocês.
00:02:22
Speaker
Fico aqui muito agradecida pelas gentis palavras da Monique a meu respeito e muito entusiasmado em participar desse projeto tão bacana. Parabéns pela iniciativa, um projeto que nasce aqui vencedor. E é sempre muito interessante falar sobre conversas difíceis que têm a ver com comunicação. Eu fico realmente muito feliz, porque isso até me provocou a estudar um pouco mais sobre o assunto quando eu recebi esse convite de vocês.
00:02:47
Speaker
Bom, de antemão, quando a gente pensa nessa pergunta por Leanne e Monique, a gente pensa, bom, conversa difícil tem que acontecer, a gente tem que fazer e os riscos e as consequências são muito ruins quando a gente não as tem. que antes de a gente entrar um pouco melhor nessa resposta, eu gostaria de dar um passo para trás e falar um pouquinho mais sobre como que a gente decide que uma conversa difícil realmente é necessária.
00:03:13
Speaker
Muitas vezes a gente está diante de uma situação que é desafiadora e muitas vezes até instintivamente a gente pensa, eu preciso falar sobre isso, eu vou precisar ter essa conversa, isso não está legal. que é muito importante que a gente reflita a respeito da situação e que a gente sempre pense qual é o meu objetivo, qual o objetivo que eu tenho em realmente ter essa conversa.
00:03:36
Speaker
Muitas vezes, quando a gente começa a refletir mais profundamente sobre essa necessidade de conversar, a gente começa a perceber que não existe um objetivo claro. A gente começa a perceber que aquela necessidade de conversar tem muito mais a ver em como que aquela situação tocou na gente, muitas vezes no nosso ego, muitas vezes está aqui confrontando alguma questão da nossa própria identidade. E a gente começa a perceber aquela necessidade de se dissipar.
00:04:04
Speaker
E eu digo assim, isso tem que ser um dissipar de verdade, porque aqui é uma linha tênue entre a gente querer protelar ou a gente realmente perceber que ela não é

Avaliação da Necessidade de Conversas

00:04:14
Speaker
necessária. Então tem que ser aquela situação que realmente não tira nosso sono, faz a gente olhar para aquela pessoa da mesma maneira. Então é quando realmente a gente resolve aquilo dentro da gente.
00:04:24
Speaker
Vamos supor que realmente aquela situação faça com que a gente realmente apesar e depois de ter toda essa reflexão a gente perceba que existe um objetivo claro para que aquela conversa acontecer, ela realmente precisa acontecer. E aqui eu acho que é interessante trazer um exemplo prático.
00:04:42
Speaker
de dia a dia, de repente a gente pode ter alguém aqui ouvindo a gente e que tem um ambiente de liderança, a pessoa pode ser líder e ter ali as pessoas que ela lidera. E eu trago aqui um exemplo prático de de repente uma pessoa que está sob sua liderança e que não entrega algo que era a responsabilidade dela.
00:05:01
Speaker
aquilo gera frustração. A gente olha para aquela pessoa, puxa, não cumpriu com o que a gente tinha combinado, não cumpriu com aquela meta, aquilo tem consequências, muitas vezes nós respondemos por aquela falta de entrega. E se a gente não fala, provavelmente a gente vai ter
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Speaker
consequências em relação ao relacionamento com aquela pessoa. A gente tende a ficar um pouco mais irritado, tende a olhar para qualquer coisa que a pessoa faça que às vezes nem tem nada a ver, mas tem aquela situação resolvida por trás que nos traz mais irritabilidade, pode trazer uma certa explosão em algum momento que não tenha nada a ver.
00:05:35
Speaker
a gente impede o crescimento profissional daquela pessoa, porque quando a gente não fala a respeito, a gente não faz com que ela se desenvolva profissionalmente. E para mim, Monique Poliano, o que é pior é que muitas vezes aquilo pode culminar, inclusive, com desligamento, que eu acho que é o pior cenário. A gente, de repente, fazer com que uma pessoa seja desligada.
00:05:56
Speaker
sem que ela possa ter crescido profissionalmente, sem que até que ela entenda o motivo. Então, ela vai e carrega aquilo com ela e fica uma situação mal resolvida. Então, eu acho que quando a gente começa a olhar para essas conversas difíceis sobre esse prisma, elas atenuam um pouco mais e nos dão um pouco mais de coragem dia a diante. Verdade, né, doutora? E como é importante esse ponto do refletir antes
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Speaker
de ter um objetivo claro mesmo e de tomar a decisão. Bom, e tomei a decisão. Acho que não dúvidas da importância de ter a conversa e não postergar. Então, existem momentos também. Às vezes a gente o não fazer, o não falar é tomar uma decisão também, né, doutora? E como a doutora disse, a gente às vezes pode acabar, infelizmente, até
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Speaker
levando a uma demissão desnecessária se tivesse tido uma conversa que foi postergada ou não foi feita. Então, bom, eu realmente entendi que eu preciso fazer essa conversa e o como que eu me preparo para essa conversa, como que você fazia isso, assim, de parar, sentar antes dessa conversa e realmente criar uma preparação
00:07:16
Speaker
que a pessoa entenda o que realmente você tem ali a falar naquele momento. Excelente, excelente pergunta, Monique. E aqui, assim, longe de mim tem a pretensão de criar uma fórmula mágica, né? Eu falando aqui como, assim, de dia a dia, de rotina minha, e que eu acabo trazendo num mix aqui de leituras, de vivências, de exemplos que eu observo, enfim. Então, definido que essa conversa

Preparação para Conversas Difíceis

00:07:40
Speaker
é necessária,
00:07:41
Speaker
O que eu costumo fazer? Eu gosto de anotar, eu trabalho muito assim, de anotar, pontuar, então pega um papel, eu tento trazer de uma forma objetiva o que precisa ser dito. Eu gosto muito de falar, então eu faço isso, vocês me virem dirigindo, falando, eu posso estar tendo uma conversa difícil quando eu estou sozinha, então eu ensaio.
00:08:02
Speaker
E o ensaiar aqui é muito mais com o objetivo de me ouvir, naquilo que eu vou falando, eu vou ouvindo as minhas próprias palavras, eu vou pensando, não, não é por aqui, não, essa palavra eu não devo usar, então eu faço isso no banho, eu faço isso no carro. E o que eu acho mais importante de tudo, que aqui é algo muito particular meu, mas que eu acho que o que eu trago aqui de mensagem que eu acho muito importante é a gente ir de mente aberta.
00:08:26
Speaker
Por mais que a gente pontue, que a gente coloque no papel, que a gente fale, que a gente ensaie, a gente tem sempre uma perspectiva que é a nossa perspectiva em relação ao que aconteceu. Então a gente tem que entender que quando a gente vai para uma conversa, a gente vai aberto a ouvir o que o outro tem a dizer e aberto inclusive a mudar de ideia. Então a gente tem que ir para uma conversa sem ter aquela ideia de
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Speaker
quem que é o culpado, quem que não é, eu vou ter razão, eu vou convencer o outro, o canal de comunicação se fecha. Então, eu acho que ir com essa cabeça aberta de ouvir o outro e de repente, com aquela perspectiva, com tudo aquilo que o outro trouxer, a gente pode mudar completamente o rumo da conversa. Então, esse eu acho que é a mensagem principal e a preparação principal e mais difícil, é ter essa mente aberta.
00:09:20
Speaker
Olha só, sensacional, né? No nosso dia a dia, a gente ter a mente aberta e estar disposto a ouvir o que o outro tem a dizer, de certa forma é um desafio, né? Porque a gente se prepara também para ir para essa conversa e de repente a pessoa fala algo que a gente não concorda,
00:09:41
Speaker
que a gente se sente desconfortável, porque, como você falou ali anteriormente, você muitas vezes tem, de alguma forma, um pré-julgamento, né? E quando a gente vai para essas conversas difíceis, a conexão, ela, de uma certa forma, eu preciso gerar empatia, conexão, me colocar um pouco no lugar daquela pessoa, realmente ouvi-la,
00:10:10
Speaker
Agora, como é que eu crio uma abordagem efetivamente empática para entender a perspectiva da outra pessoa, de quem está ali no outro lado nessas conversas tão difíceis e complexas? Excelente, Pauliana. Eu gosto muito dessa palavra empatia.

Empatia e Comunicação Não-verbal

00:10:27
Speaker
Ela é tão fundamental quando a gente fala de comunicação. Ela é fundamental em tantos aspectos, mas aqui na questão da comunicação, eu acho que é essencial mesmo.
00:10:38
Speaker
Um ponto que eu sempre penso, que começa demonstrando empatia, é a gente sempre priorizar as conversas difíceis, priorizar que elas sejam feitas pessoalmente. Claro que hoje a gente tem diversos cenários, pessoas trabalhando à distância, às vezes isso não é possível, mas sempre que possível a gente tem que tentar
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Speaker
fazer essas conversas pessoalmente. Nada substituir essa interação do olho no olho. Eu acho que isso é uma demonstração muito grande de respeito. E a gente garante também um ambiente sem interrupções. Hoje em dia a gente está sendo tão bombardeado o tempo todo, é o celular, é o telefone, enfim, e-mail. Então quando a gente decide ter essa conversa, a gente criar esse espaço de ouvir o outro verdadeiramente. Somos nós dois aqui. Então procurar
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Speaker
esse ambiente privado, esse ambiente que vão ser as duas pessoas, esse ambiente seguro, pessoalmente, de preferência, ter esse respeito, não ser interrompido. Eu fico profundamente irritada até quando estou conversando com alguém, até no dia a dia, mas muito mais no momento de uma conversa difícil, que a pessoa pega o telefone ou que não te olha. Então, isso para mim acaba
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Speaker
gerando um distanciamento muito grande e também depois disso eu penso que é muito olho no olho entrar nessa conversa com essa mentalidade de que não é uma disputa de poder não é uma conversa para encontrar culpados e a gente precisa até mesmo admitir
00:12:14
Speaker
a nossa dose de contribuição para aquele fato deflagrador da conversa difícil. A gente tende a ser muito, muito bonzinho com a gente. A gente tende a querer apontar muito o olho, o dedo para o outro. Então a culpa é do outro. A gente está tendo essa conversa por causa do outro. Nós somos sempre tão cheios de boas intenções.
00:12:35
Speaker
E às vezes é um exercício muito difícil a gente olhar para uma situação e pensar onde que eu contribui para a gente ter chegado nesse ponto. E a gente sempre tem uma vozinha de contribuição. Mesmo que seja como líder, a gente não deixou claro a nossa expectativa. E quando a gente toma esse primeiro passo de admitir para o outro, olha,
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Speaker
Eu percebo que aqui eu posso não ter sido claro o bastante. Isso abre um espaço. Eu acho que isso gera uma conversa, uma conexão do outro entender. Puxa, que bom, não estou sozinha nessa. Existe aqui um espaço para construção em conjunto. Eu acho que é mais ou menos por aí. Nossa, perfeito, doutora Lini. Ótimo que foi muito claro aqui, esclarecedor.
00:13:19
Speaker
traz uma visão muito boa de como nós podemos fazer, dicas práticas mesmo. Então, doutora Aline, eu via muito assim que, com as suas conversas, que a gente acabava presenciando, estando mesmo de longe, além da fala, existe também uma comunicação não verbal.
00:13:45
Speaker
que ela precisa ser positiva nesses momentos, sabendo que cada pessoa tem um jeito, tem pessoas que são mais delicadas, tem pessoas que falam com as mãos e podem ser mais expansivas. Então, às vezes, as palavras não são suficientes para transmitir alguma emoção, alguma intenção e gerar alguma compreensão. Como é que
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Speaker
A doutora trabalhava com a sua linguagem corporal e até expressões faciais. A gente que às vezes as pessoas olham para cima, dão aquela olhada para o lado que não é muito legal. Como é que a doutora trazia isso para o seu dia a dia?
00:14:29
Speaker
Um excelente ponto, Monique, a gente que trabalhou algum tempo juntas, tu sabes muito bem como eu sou expressiva. E eu acho que isso até, às vezes, pode até atrapalhar um pouco. No sentido de, se a gente chega um pouco mais irritado, um pouco mais, aquilo transparece. Então, eu entendo que essa linguagem não verbal, ela abrange a questão do olhar, do tom de voz, do gestual.
00:14:56
Speaker
E um cuidado que eu tenho de antemão, quando eu estou diante de uma conversa difícil, é a questão do tom de voz. Então, as pessoas tendem, naturalmente, quando começa a se exaltar, a elevar o tom de voz. Então, primeiro, a gente tentar ao máximo não ser a pessoa que eleva o tom de voz primeiro. Então, a gente tentar manter esse tom dentro de uma civilidade. Agora, se o outro começa, eu gosto muito de baixar o meu tom de voz até mais baixo do que eu costumo falar.
00:15:25
Speaker
E falar até lentamente, a pessoa vai, meio que automaticamente, aquilo traz a pessoa para uma outra frequência, eu diria. Então, eu acho que esse é um ponto. Outro ponto é a questão de um gestual mais receptivo. Então, evitar abraço cruzado, evitar ter alguma mesa separando a gente.
00:15:44
Speaker
tentar criar aqui um ambiente meio que de igual para igual, sentar no mesmo nível. Silenciar, inclusive, eu acho que o silêncio também traz uma mensagem de uma comunicação não verbal. Quando a gente que a pessoa precisa de um momento de silêncio, eu uso muito esse silenciar também quando estou com as minhas pacientes. Às vezes estou fazendo um exame, uma paciente precisa de uma biópsia de mama, uma paciente que tem um histórico, por exemplo.
00:16:13
Speaker
de câncer de mama no passado. Quando a gente fala, olha, vai precisar investigar, mesmo que não seja uma lesão super suspeita, mas devido ao histórico tem que investigar, às vezes aquilo gera um monte de emoções difíceis, ela revive aquela situação passada que não foi fácil, algumas se emocionam.
00:16:31
Speaker
Então muitas vezes o que a gente precisa é ficar em silêncio, é dar uma mão. Claro que vai muito do feeling, do momento, do toque. O toque é algo que a gente precisa ter um pouco mais de cuidado, mas eu acho que até isso é necessário. Agora tem um ponto que eu acho também que é muito importante, é que a comunicação não verbal eu vejo como ferramenta poderosíssima e que a gente consegue lançar a mão principalmente quando a gente está presencial, com o olho no olho.
00:17:00
Speaker
ou até uma vídeo chamada, alguma coisa assim, mas ela não pode jamais substituir a comunicação verbal. Tem pessoas que são um pouco mais comedidas e elas acham que, de repente, um gestual é o suficiente para dizer o que elas queriam dizer e nada como a palavra falada.
00:17:20
Speaker
A gente precisa olhar como um complemento poderosíssimo, mas que ele vem como um complemento. Ele não vai substituir o que a gente precisa dizer. A gente precisa sempre treinar a falar mesmo, expor isso em palavras da maneira mais objetiva possível para a gente se fazer entender. Sensacional.
00:17:40
Speaker
sabe que você falando aqui né, eu começou a passar um filme na minha cabeça dos anos todos que eu fui gestora pública no tribunal e agora no mercado financeiro são áreas diferentes muito
00:17:55
Speaker
diferentes, mas que de alguma forma na liderança a gente algumas situações se repetindo e de alguma forma passa pela comunicação. eu percebo, você citou essa parte de baixar o tom de voz para modelar
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Speaker
a frequência, moduar a frequência. E uma das coisas também bem interessantes, que a gente tem que fazer um exercício diário, eu pelo menos, e alguns líderes eu acho que até nos ouvindo vão se identificar, que é tirar o juiz que tem presente dentro da gente, aquela pessoa que muitas vezes está ouvindo e está julgando.
00:18:38
Speaker
A gente às vezes se prepara tanto para ir para uma conversa difícil e você citou que às vezes você vai até no carro pensando como vai falar, da forma que vai se comportar, enfim, que chega na hora
00:18:53
Speaker
Nem sempre é como a gente imagina, porque ou a conversa difícil é com o liderado, ou é com o paciente, no meu caso é com o investidor, e são pessoas diferentes nessa conversa. E de fato, o que eu posso fazer, o que eu devo fazer para ter uma escuta ativa, efetiva,
00:19:17
Speaker
Porque eu estou tão preparada para falar, às vezes para ser reativa ou para me expressar o como eu vou conduzir e eu esqueço, eu me desconecto e eu não consigo ter essa escuta ativa. Então o que a gente pode fazer? É um exercício mesmo, né? O que você aconselha a gente a fazer?
00:19:36
Speaker
Sim, Pauliana, excelente, excelente, porque é bem assim mesmo, né? A gente vai com tudo na nossa cabeça e chega ali e, de repente, uma frase que deixa a gente até zonzo, assim, putz, não tinha pensado nessa possibilidade, né? E a gente tem que pensar rápido e eu acho que esse momento da escuta ativa
00:19:54
Speaker
Ele é assim ele nos traz tempo ele abre espaço eu acho que sempre numa conversa difícil a gente tem que buscar isso. Eu acho que essas conversas que a gente realmente consegue essa conexão a gente consegue esse espaço e a gente consegue que o outro perceba que eu não estou ali numa disputa que eu não estou ali para encontrar culpado.
00:20:13
Speaker
para apontar o dedo, tende a ser uma conversa que vai para um caminho de caminhar junto. E essa escutativa é fundamental. O ruído de comunicação, ele sempre vai existir, ele não tem como ser zerado.

Escuta Ativa e Minimização de Rupturas

00:20:29
Speaker
Então, cada um carrega ali a sua carga emocional, todas as suas experiências de vida. Então, o mesmo fato, ele vai ser sempre visto de maneiras diferentes por duas diferentes pessoas.
00:20:41
Speaker
e escutativamente é ouvir com atenção, é ouvir com curiosidade, é fazer perguntas, tentar identificar até os sentimentos que estão por trás do que o outro está dizendo. A gente precisa fazer isso e eu acho que dar esse primeiro passo é fundamental, porque muitas vezes a gente começa a falar, a gente é interrompido, a gente começa a falar e o outro tenta completar.
00:21:08
Speaker
E isso vai trazendo a gente para um lugar de, puxa, eu quero falar, eu quero falar, espera aí, então deixa eu dar um passo para trás, deixa eu ouvir o que o outro tem a dizer. Geralmente ele serena, na hora que ele percebe, puxa, essa pessoa está me ouvindo. A gente também realmente traz a conversa para um outro lugar.
00:21:26
Speaker
E tem uma estratégia que eu acho muito interessante, depois que o outro fala, a gente tenta reformular o que o outro disse com as nossas palavras. Então ele falou, ele trouxe a mensagem dele, a gente traz assim, olha, então eu estou entendendo isso, isso e aquilo.
00:21:45
Speaker
No que a gente faz isso muitas vezes não era aquilo que o outro queria dizer e ele tem a chance também de não mas não era isso e ele reformula até que os dois saiam mais próximo possível do que realmente estava sendo dito porque eu acho que 100% nunca vai acontecer.
00:22:02
Speaker
Então, a gente demonstrar esse interesse, esse respeito e essa escuta, isso eu acho que é um primeiro passo realmente para a comunicação fluir melhor. Legal. Deixa eu colocar algo aqui que eu acho super importante, que é a comunicação ética e o interesse genuíno. Então, separar a ideia da pessoa.
00:22:27
Speaker
Não é porque a fulana é minha amiga que tudo que ela colocar pra equipe correto e simplesmente eu abraço aquela ideia e vou levando tudo como se fosse certo. E não é porque eu não morro de amores por ela que eu não vou ouvi-la, escutá-la.
00:22:49
Speaker
e tratá-la de uma forma cordial e respeitá-la. Então, interesse genuíno e comunicação ética é algo que faz muita, muita diferença para as equipes, para as instituições, para as organizações. essa contribuição.
00:23:07
Speaker
Maravilha, Pauliana. Concordo 100%, e como é difícil a gente fazer isso. Muito bom. Super. Verdade. Doutora Aline, no começo a doutora falou e traz aqui novamente a importância de escutar ativamente
00:23:24
Speaker
e de anotar. Então, relembrar o que foi conversado com a anotação, nós somos muito de anotar, né, doutora? O quanto é importante para a gente recapitular tudo. Então, um líder está sempre com um papelzinho, uma caneta na mão e anota, anota, anota, porque o nosso cérebro tem muita coisa, muita informação que a gente pode perder informações importantes. Então, gosto muito dessa prática de anotar tudo,
00:23:54
Speaker
E entendo. Aprendi contigo, Monique. Sempre com o Moleskine embaixo do braço. É verdade. Muito bom. Detalhe, ela passa isso para todo mundo, né? Eu não anoto no papel, porque eu sou de anotar no celular.
00:24:11
Speaker
Mas eu também peguei esse hábito com ela. Hoje em dia eu sou super chata na anotação. Meu pai me com um caderninho, ele fala, sabia que existe tablet que consegue converter a tua letra num negócio digitado? Olha aqui, ele não se conforma ainda com o meu caderno. Mas não tem jeito, sou meio old school nesse sentido.
00:24:31
Speaker
Ai, mas eu gosto de anotar porque a gente consegue rabiscar, fazer flechas, fazer... Ai, olha aí... Tem uma tendência a escrever tudo. No final tudo funciona, né? É isso aí. Acho que cada um entende a sua maneira de fazer gestão e liderança e tudo certo, né? O importante é o sustento dos seres positivos. Então, eu entendo pela nossa conversa que chegamos ao fim. Então, tivemos realmente
00:24:58
Speaker
refletido, que a doutora trouxe muito bem pra gente saber o objetivo claro do que nós estamos indo fazer. Tivemos a conversa da melhor maneira possível, da maneira mais empática, que é essa palavra que você tanto gosta e nós também, a gente precisa realmente se colocar no lugar do outro e aqui tem um ponto importante porque nós estamos preparados pra essa conversa, nós nos preparamos, mas a pessoa às vezes não se preparou pra isso, então
00:25:27
Speaker
Tudo que a doutora Aline falou e a Apoliana aqui faz muito sentido de também ouvir, escutar de forma ativa porque realmente a pessoa não se preparou e talvez tenha coisas ali para nos trazer muito importantes.
00:25:41
Speaker
E a conversa acaba. E, para mim, o período após a conversa é tão significativo quanto o próprio momento ali da nossa conversa. É uma etapa essencial para consolidar tudo que foi falado, aprender com aquilo ali, o que a gente aprendeu realmente, e garantir que essas ações que foram faladas ali, foram tratadas, ou os pontos, os tópicos, sejam realizados. Aqui eu até abro um parênteses,
00:26:10
Speaker
para contar para vocês que eu vim de uma empresa familiar. Em empresa familiar, também nós temos conversas difíceis e conversas delicadas e que são muito importantes, como a doutora Aline falou no começo. São conversas que vão mudar rumos, vão mudar o negócio, vão mudar a estratégia. Então, são conversas difíceis, mas são conversas que nós precisamos ter.
00:26:37
Speaker
Imagina você, pai, mãe, irmão, dentro de uma sala, tendo uma conversa difícil, delicada, e como é importante a gente separar família,

Separação entre Relações Profissionais e Pessoais

00:26:47
Speaker
ou separar líder com liderado, e saiu daquela porta, a vida continua. Nós temos que saber separar, né? A gente saía da porta, falava, tchau, indo buscar teu filho, passa em casa depois pra jantar, mesmo tendo uma conversa muito difícil.
00:27:03
Speaker
Então é muito importante que o líder, o liderado ou pares que estão tendo uma conversa difícil, depois pode sempre tomar um happy hour. Ter essa consciência mesmo de que uma coisa é uma coisa, a velha temática, outra coisa, outra coisa. Completamente diferente.
00:27:20
Speaker
Exato. Então, doutora, ajuda a gente, assim, a... Bom, fizemos a nossa conversa, né? Como que nós vamos, então, garantir, né? Como que você faz até no seu dia a dia para garantir que esses compromissos que nós conversamos, que nós acordamos, sejam mantidos após a conversa?
00:27:38
Speaker
Nossa, é excelente, Monique, é excelente também a gente trazer esse momento que é tão importante. E sabe o que eu acho engraçado? Quando a gente tem, às vezes a gente se prepara para aquela conversa difícil e fica aquele tempo de preparação chegar lá.
00:27:53
Speaker
e tudo flui tão facilmente. A gente sai feliz e eu acho que são nessas conversas que a gente mais corre o risco de não revisitar aqueles pontos, de não sair dali com acordos, com combinados. Então a gente tem que tomar esse cuidado e eu vejo principalmente nessas conversas que parece que está tudo ótimo. Então o que eu penso? Eu acho que a gente precisa sair sim com combinados muito claros para ambas as partes.
00:28:22
Speaker
A gente precisa tomar cuidado quando o outro sai com o combinado e a gente não, então provavelmente essa conversa tem alguém cedendo, uma parte está levando essa conversa como aprendizado, então qual que é a nossa contribuição, qual que é a nossa parte, isso eu acho também que é importante.
00:28:44
Speaker
eu acho que é muito, muito importante a gente deixar combinar do prazo, combinar o dia, combinar a hora, não deixar a gente se ver, depois a gente combina, porque pode ser que o momento de combinar, esse momento de depois, pode ser justamente aquele momento que, puta, essa coisa não foi, eu estou frustrado, esse chamamento, vou dizer assim, para essa nova conversa, vai ser mais difícil ainda.
00:29:09
Speaker
deixa combinado a gente saber que dali a 15 dias a gente vai revisitar, a gente saber quais são os pontos que a gente vai ter que trabalhar até aquele momento. E hoje que a gente tem tantos indicadores, a gente trabalha tanto olhando dados, olhando indicadores. Será que não tem algum indicador objetivo que a gente pode olhar, combinar de visitar e que tenha a ver com aquela nossa conversa e que vai mostrar que a gente está indo para um rumo legal?
00:29:35
Speaker
Então, eu acho que sempre que possível, também trazer alguma maneira de a gente monitorar se está tudo indo bem, tendo algum indicador para também servir de ferramenta. Eu acho que isso ajuda bastante. Sensacional. Eu costumo sempre falar e refletir sobre isso.
00:29:53
Speaker
que o mais importante de uma conversa difícil não é a hora da conversa difícil, o momento que você conversa. É entender o que ficou daquela conversa difícil e o que ela trouxe de consequências para o time, depois, logicamente, para o time, para o liderado ou para o cliente, para o investidor, enfim, ou para o paciente.
00:30:15
Speaker
depois daquela conversa, porque você avaliu o sucesso dela depois, no momento é difícil, você vai tomar algumas decisões, você vai validar essas decisões, mas e aí?
00:30:29
Speaker
Eu vou cumprir com o que eu falei, você vai cumprir qual o resultado disso. E é um ponto supersensível. Porque qual é a ferramenta, né? Depende. Depende com quem foi, depende com a conversa, depende do que foi tratado e combinado ali. Então o depois é sempre muito importante e eu diria essencial.
00:30:56
Speaker
Doutora, eu quero te agradecer imensamente, você sabe que eu sou tua de verdade, você é uma mulher incrível, uma profissional sensacional e obviamente é a nossa médica, então a gente tem um carinho mais que especial por ti, a gente conhece teu trabalho, a Monique trabalhou contigo e eu
00:31:16
Speaker
Eu sou tua paciente e uma mãe incrível, uma esposa maravilhosa, a gente convive e tenho super admiração por você, por toda a tua família.
00:31:28
Speaker
Então muito obrigado, a gente está super feliz. Foi incrível tudo que você nos trouxe aqui de uma maneira muito objetiva, muito prática, de fácil entendimento. E nós estamos chegando ao final do nosso episódio. E aqui para fechar,
00:31:47
Speaker
E eu espero que aqueles que estejam nos ouvindo tenham aproveitado muito do que você falou, das suas dicas, porque foram sensacionais. Eu quero que, se possível, você deixe uma mensagem para os líderes ou futuros líderes. E se tiver algum livro, algum artigo, algum material que os nossos ouvintes possam procurar depois dessa conversa para se especializar mais sobre o assunto,
00:32:12
Speaker
nos deixa aqui para que todos tenham esse conhecimento e possam buscar mais alternativas. Nossa, obrigada, Poliana. Obrigada, Monique. Obrigada pelas palavras. Vocês sabem que a admiração é muito recíproca também. Sou de vocês duas, da família, de vocês. Então, fico muito, muito feliz mesmo de estar aqui com vocês, porque admiro vocês profissionalmente e pessoalmente também.
00:32:37
Speaker
E em relação a essa mensagem final, primeiro que eu acredito que nós nunca estaremos 100% prontos para uma conversa difícil. As conversas difíceis sempre são muito diferentes umas das outras.
00:32:53
Speaker
pelo teor da conversa, pelo motivo, ou seja, pelas pessoas envolvidas, às vezes, quando é um amigo, quando é um parente, isso pode se tornar mais difícil. Então, sendo algo que a gente nunca está preparado, a gente tem que ter essa humildade, tem que reconhecer que a gente precisa estar sempre procurando novos caminhos, novos conhecimentos. E eu acho que muito do que eu acredito em relação a esse tema, a gente abordou aqui.
00:33:21
Speaker
E eu acho que, além disso, o autoconhecimento, eu acho que é muito importante. Teve um ponto que a gente não chegou tanto a explorar, que é a questão dos sentimentos por trás dessas conversas difíceis.

Aspectos Emocionais e Oportunidades de Aprendizado

00:33:34
Speaker
A gente tende a querer dissociar a conversa difícil no ambiente profissional. Não, a gente sempre vai ter sentimento, e isso é inerente do ser humano. Então, eu acho que o autoconhecimento ajuda muito a gente identificar onde é que aquela conversa está pegando na gente.
00:33:50
Speaker
e me estudo através de leitura, de livros, podcasts que a gente está fazendo aqui, artigos, cursos, enfim. E de dica de livro, eu trago um livro que eu li recentemente, que chama Conversas Difíceis, Como Discutir o Que é Mais Importante, de Bruce Patton, Douglas Stone e Sheila Hinn. Ele é um livro da lista de mais vendidos do The New York Times, é um livro que estava na minha lista para ler e com esse convite eu devorei o livro e vale muito a pena.
00:34:19
Speaker
E o que eu achei muito interessante é que ele aborda que a gente deve olhar para conversas difíceis como oportunidades de aprendizado, que cada uma das partes envolvidas em uma conversa tem o seu lado da história, que cada uma das partes contribuiu para a situação ocorrida em maior ou menor grau e que não existe a história certa e a história errada, mas sim duas histórias importantes. Uau, oportunidades de aprendizado. Aqui também. Anotei no meu caderninho.
00:34:47
Speaker
Anotei várias coisas, na verdade. Foi uma aula muito bom estar com você. É um bate-papo que a gente geralmente tem, né, doutora, almoçando, tomando café, que a gente adora se reunir. É muito enriquecedor te ouvir. Gratidão por esse momento, por estar conosco. Foi muito bom. Convidamos vocês para seguir a doutora Lini Guimarães.
00:35:12
Speaker
que faz um trabalho incrível e com certeza vocês vão gostar bastante do dia a dia dela. Esperamos que as dicas e insights compartilhados aqui tenham sido úteis.
00:35:24
Speaker
E isso, não vamos esquecer que a comunicação é uma habilidade que pode ser aprimorada tanto na prática e principalmente aquela palavrinha que a doutora Líne falou, com empatia. Então não tenho medo de enfrentar essas situações desafiadoras.
00:35:44
Speaker
Estamos ansiosos para trazer mais conteúdo valiosos para vocês no próximo episódio. Até lá, continuem aprimorando suas habilidades de comunicação e construindo relacionamentos mais saudáveis. Não se esqueçam de nos seguir nas nossas redes sociais e compartilhar com amigos e colegas que possam se beneficiar com essas informações. Gratidão por nos acompanhar e até a próxima.